Pela primeira vez na história, a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, assinala no dia de hoje, 5 de maio de 2020, o Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Há já 11 anos que esta data, 5 de maio, era considerada como o Dia da Língua e da Cultura Portuguesa pela CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Destaquemos ainda que a UNESCO decidiu esta honra, pela primeira vez, relativamente a uma língua que não é nenhuma das suas 6 línguas oficiais (o inglês, o mandarim, o espanhol, o francês, o russo e o árabe), ainda que o português seja a 5ª língua mais falada do mundo.
A nossa língua é hoje falada por mais de 260 milhões de pessoas nos
cinco continentes, ou seja, 3,7% da população mundial, sendo língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, e ainda de Macau e de Goa,
bem como língua de trabalho ou oficial de organizações
internacionais como a União Europeia, a União Africana e o Mercosul.
Como já aqui escrevemos por duas ocasiões, "a língua portuguesa é passado e é futuro; é história. É poesia e discurso, sussurro e murmúrios, segredos, gritaria, declamação, conversa, bate-papo, discussão e debate, palestra, comércio, conto e romance, imagem, filosofia, ensaio, ciência, oração, música e canção, até silêncio. É um abraço. É raiz e é caminho. É horizonte, passado e destino"(reprodução de um manifesto de inteletuais portugueses em 2014).
Mas também dissémos, e hoje relembramos:
“Descaracterizamos os locais, desvalorizamos o que somos e abdicamos das nossas palavras. Esvaziamo-nos de nós e da nossa própria identidade. O reconhecimento do dia da língua portuguesa pela UNESCO é sem dúvida muito valioso, mas a afirmação da nossa língua depende, essencialmente, de nós. É preciso não termos medo das palavras. Devemos persistir, sempre, na recusa em deixar desmoronar a casa onde a gente mora” (editorial do nº 26 da revista ALDRABA, outubro de 2019).
JAF
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