sábado, 28 de maio de 2022

25 pessoas no lançamento da revista ALDRABA 31










O amigo Fernando Mão-de-Ferro, laborioso editor da Colibri e grande ativista da cultura popular do nosso país, deu à Aldraba a honra de fazer a apresentação do n.º 31 da nossa revista.

Uma interessada plateia de 25 pessoas seguiu a descrição crítica que, de forma muito pedagógica, o Fernando fez do conteúdo deste n.º da revista, com pertinentes considerações sobre os trabalhos e as matérias que, em seu entender, merecem ser desenvolvidas e aprofundadas.

Muito gratos, companheiro!

JAF (fotos MEG e LFM)









 


segunda-feira, 23 de maio de 2022

Comemoração dos 150 anos da Associação Fraternidade Operária


 

No próximo dia 31 de maio de 2022 (3ª feira), pelas 18 horas, realiza-se uma sessão comemorativa do 150.º aniversário da fundação da Associação Fraternidade Operária.

A sessão terá lugar na sede da Junta de Freguesia de Marvila em Lisboa, sita na Avenida Paulo VI, 60 (local servido pelos autocarros 749, 755, 759 e 793 da Carris, e pela linha vermelha do Metro - estação de Chelas).

A organização é da responsabilidade conjunta da Junta de Freguesia de Marvila e do Centro de História da Universidade de Lisboa, conta com intervenções dos académicos Mª Alexandre Lousada, Margarida Reis e Silva e João Santana da Silva, e ainda do presidente da JFM José António Videira, e terá Manuel Saraiva como moderador.

A associação Aldraba foi convidada a estar presente e a divulgar o evento - o que fazemos com o maior gosto! -, pelo amigo Manuel Saraiva, presidente da Associação de Moradores do Bairro da Amendoeiras, que foi já nosso anfitrião no 26.º Jantar-Tertúlia em 15.12.2018, foi nosso guia na 8.ª Rota da Aldraba ("Por Marvila") em 24.3.2019, e tornou-se ultimamente, desde 7.12.2021, o nosso associado n.º 119.

Pede a organização que cada interessado manifeste a sua intenção de estar presente para o telefone 964000198.

Como aperitivo para a sessão, que se prevê de grande interesse, coligem-se alguns apontamentos históricos, condensados a partir de almanaquerepublicano@gmail.com :

A Associação Fraternidade Operária foi fundada em 14 de janeiro de 1872, tendo por base os modelos da Aliança da Democracia Socialista, de Bakunine. 

Foi inicialmente instalada na Rua das Gaivotas, onde funcionava o Grémio Popular, passando mais tarde para a Calçada da Estrela, 16, em Lisboa, onde se constituíram-se três secções (Chelas, Marvila e Poço do Bispo) e uma filial no Porto (Rua Gonçalo Cristóvão).

A associação esteve na organização de greves e das primeiras comemorações do Dia do Trabalhador em Portugal, e publicou o jornal Pensamento Social. Foi também por sua iniciativa que se desenvolveu o processo de fundação de um partido socialista em Portugal que se concretizou em 10 de janeiro de 1875, no Partido Socialista Português (PSP), por proposta de Azedo Gneco e José Fontana.

A evolução da Fraternidade Operária foi rápida. Um ano depois, Lisboa tem já dez mil sócios e o Porto cerca de oito mil. Nos arredores destas duas cidades haveria mais uns milhares de sócios. Em Lisboa notaram-se os efeitos da acção da Fraternidade Operária: em 1872 rebentava um surto grevista inédito pelas suas dimensões e alcance, já que «fundidores, fragateiros, tipógrafos e tanoeiros entram em greve, pedindo melhores condições de trabalho», refere Filomena Mónica. Este aspecto da modernidade do movimento operário português perturbou um pouco as autoridades e o meio empresarial, mas é necessário não esquecer que nesta época, e de acordo com o Código Penal então em vigor, a greve era crime. 

Em 1873, a cidade do Porto juntou-se aos movimentos grevistas liderado pela Fraternidade Operária. Realizaram-se greves de tabaqueiros, charuteiros, cigarreiras e ferroviários, reivindicando aumento de salário e mais regalias sociais. Os resultados destas movimentações operárias saldaram-se, em todos os casos, pela derrota. Silva Lisboa e Miguel Mendes, militantes da Fraternidade Operária do Porto, eram presos por terem participado e estimulado a greve dos manipuladores de tabaco. 

N’O Pensamento Social colaboraram Antero de Quental, José Fontana, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis, Nobre França, Eduardo Maia, Augusto Tedeschi, Azedo Gneco e outros. O jornal desempenhou papel de extraordinária importância na divulgação da luta e da organização dos trabalhadores em Portugal e no estrangeiro, na denúncia e explicação dos mecanismos da exploração. Com a publicação de artigos teóricos, O Pensamento Social, ainda que reflectindo a natureza ideológica heterogénea da secção portuguesa e nas suas páginas se pudessem encontrar posições anarquistas, deu uma enorme contribuição para o debate ideológico e para a afirmação da corrente marxista.

A 4 de outubro de 1873, com a publicação do n.º 55, O Pensamento Social, depois de várias tentativas para impedir o seu fecho, deixava de se publicar, acompanhando o destino de outros jornais operários na Europa. Vivia-se já a crise generalizada no movimento operário internacional, que atinge igualmente o português.

A Fraternidade Operária, entretanto, fundiu-se com outras organizações operárias na Associação dos Trabalhadores na Região Portuguesa (ATRP) e passou a funcionar como dependência da Internacional Operária. A delegação desta organização no Porto foi criada em 29 de outubro de 1873, contando com duzentos sócios e encontrando-se instalada na Rua de Santa Catarina. Em 1876, na Associação dos Trabalhadores do Porto estavam filiados 2200 operários; em Lisboa, eram 3600 trabalhadores.

JAF







terça-feira, 17 de maio de 2022

Mestre Pintassilgo

Mestre "Pintassilgo" (1929-2022)

Em 16 e 17 de Novembro de 2019 realizámos o XXXIX Encontro da ALDRABA - "Deambulando pelo Alentejo Central" Alandroal/Redondo/Estremoz.

Na manhã de domingo fomos visitar a olaria de João Mértola, conhecido como Mestre "Pintassilgo", e deliciámo-nos com as suas obras e com o seu falar.

Em boa hora o fizemos, pois soubemos, através do Prof. Hernâni Matos, que faleceu hoje com 92 anos, deixando mais pobre a cultura popular e a arte da olaria do Redondo.

“Já sem o fulgor de outrora, esta tradição representa um saber ímpar ao qual poucas mãos têm conseguido manter a sua produção viva. Das que ainda resistem, salientamos as de João Mértola, o mestre Pintassilgo, como assim é conhecido por aquelas bandas. 

Figura ímpar e carismática, de sorriso fácil e magano (brincalhão), tal como combinado umas semanas antes, lá estava sentado, aguardando a minha presença. E foi em pleno centro histórico, na Rua do Castelo, com o seu sotaque tipicamente redondeiro que me recebeu para uma tardada de conversa na sua tradicional olaria. 

Com 92 anos, é o mais antigo oleiro no ativo em Redondo. Mal me sentara, fez logo questão de iniciar a cavaqueira dizendo: “Pxiu, sabes porque me chamam Pintassilgo? Porque era muito ensigueirado com pássaros”! Que é como quem diz, gostava muito de pássaros. Como tantos outros oleiros no seu tempo, João Mértola iniciou o ofício aos 7 anos, aprendendo com “velhotes” que, segundo ele, eram grandes mestres. “Escuta, andei perto de 20 anos sem receber nada pelo trabalho, com as algibêras vazias (bolsos vazios) ”. 

Mestre Pintasssilgo teve ainda a referência do seu pai, também ele mestre oleiro e aos 50 anos começou finalmente a trabalhar por conta própria.”

(Olaria de Redondo - o testemunho do mais antigo oleiro da terra | Tribuna Alentejo)

MEG 

domingo, 15 de maio de 2022

Fernando Mão-de-Ferro apresenta o n.º 31 da revista Aldraba





Fernando Mão-de-Ferro, conceituado intelectual e editor livreiro, vai dar-nos a honra de apresentar publicamente o n.º 31 da revista ALDRABA.

No próximo dia 24 de maio de 2022, 3.ª feira, pelas 18 horas, na Biblioteca da Casa do Alentejo (R das Portas de St.º Antão, 58, em Lisboa), teremos essa sessão de apresentação, para a qual são convidados todos os nossos associados, amigos e familiares.

 

O Fernando Mão-de-Ferro nasceu em Portalegre, em 1953, é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e fez serviço militar na Marinha de Guerra Portuguesa (circunstância marcante na sua personalidade). Criou em 1991 a editora Colibri que, nos últimos 30 anos, publicou mais de 3000 títulos nas áreas da etnografia e história portuguesas, e de alguns ramos do saber académico. Pessoalmente, tem-se associado a muitas iniciativas de cidadania, em que nos tornámos amigos há bastante tempo.

JAF


terça-feira, 10 de maio de 2022

A revista ALDRABA n.º 31 está no prelo




 









Está a ser impressa, e vai ficar disponível dentro de dias, a nossa revista n.º 31.

A muito curto prazo, terá lugar a sessão pública de lançamento, de que aqui daremos notícia atempadamente.

Sumário do n.º 31 da revista:

EDITORIAL

A leitura e a liberdade

Luís Filipe Maçarico

 

OPINIÃO

Azinhal Abelho - etnógrafo e poeta

J.Fernando Reis Oliveira

Francisco Ataíde de Oliveira - homenagem a um etnógrafo algarvio

Mª Helena Correia Samouco

António Salvado Mota e a monografia de Alpedrinha

Luís Filipe Maçarico

 

LUGARES DO PATRIMÓNIO

Rota Memorial do Convento

João Coelho

 

ASSOCIATIVISMO E PATRIMÓNIO

Um exemplo de associativismo em Almada

Myriam Jubilot de Carvalho

 

RITUAIS, TRADIÇÕES E REALIDADE

Implorando proteção

Mª Beatriz Rocha-Trindade

As capas do Senhor Santo Cristo de Ponta Delgada como ex-votos

Hélio Nuno Soares

 

TEATRO POPULAR

Sobre a revista à portuguesa

João Silva Camões

 

OS AMIGOS E A MEMÓRIA

Fuga e regresso

Fernando Venâncio

Memórias de mulheres que lutaram e lutam no Alentejo

Odete Borralho

 

VULTOS A ADMIRAR

A intemporalidade da obra de Maria Lamas

Cidália Vargas Pecegueiro


CRÍTICA DE LIVROS

Dói-me tudo, senhor Doutor!

Nuno Roque da Silveira


ALDRABA EM MOVIMENTO

Novembro de 2021 a Abril de 2022

Maria Eugénia Gomes