terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sessão de lançamento do boletim nº 9





Com uma vintena de participantes, decorreu a anunciada sessão de lançamento do nº 9 do boletim "Aldraba", no restaurante Al-Cântaro, no passado dia 23 de Novembro.
Conforme LFMaçarico refere na sua página do facebook:
"António Prata, da Ronda dos Quatro Caminhos falou, antes do convívio gastronómico, da música popular portuguesa, dos seus protagonistas, daqueles que fazem recolhas, evitando que algumas tradições se percam. O restaurante onde decorreu a tertúlia situa-se na Rampa das Necessidades, perto de Alcântara, junto a dois jardins: o da Praça da Armada e o das Necessidades. Vale a pena ir lá! É um bom sítio para partilhar uma noite onde a amizade floresça nos sorrisos, sorrisos que fazem falta para iluminar os dias..."
Fotografias de António Brito

domingo, 21 de novembro de 2010

António Prata (Ronda dos Quatro Caminhos) no lançamento do ALDRABA nº9



A ALDRABA – Associação do Espaço e Património Popular convida-o para a sessão de lançamento do nº9 do boletim “Aldraba”, no próximo dia 23 de Novembro de 2010 (3ª feira), às 19.30 h. A sessão é animada pelo músico António Prata, responsável da "Ronda dos Quatro Caminhos", e conta com a presença de outros elementos do grupo.
A sessão realiza-se no restaurante Al-Cântaro em Lisboa (entre a Praça da Armada e o Palácio das Necessidades, na Rampa das Necessidades, 6), onde poderemos em seguida jantar e conviver.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Boletim ALDRABA nº 9 está em distribuição


O número 9 do boletim da Associação Aldraba está já a ser distribuído aos associados.

Todos os amigos e interessados podem encontrá-lo aos balcões da livraria "Círculo das Letras", na Rua Augusto Gil, 15B, 1000-062 Lisboa, próxima do Campo Pequeno e com o telefone 210938753.
Podem também solicitar o envio através de mensagem para o endereço aldraba@gmail.com, ou de telefonema para os nºs 963708481 (JAF) ou 967187654 (LFM).

Sumário do nº 9 do boletim "ALDRABA":

OPINIÃO
Viagens pelo reino da mediocracia
Nuno Roque Silveira
LUGARES DO PATRIMÓNIO
A lota de Lagos
Glória Montes
No caminho dos petrónios
Adriano Pacheco
RITUAIS, TRADIÇÃO E REALIDADE
Andanças do diabo por terras portuguesas
Marco Valente
SONS COM HISTÓRIA
Para a história da Ronda dos quatro caminhos
Ana Isabel Carvalho
Ronda dos quatro caminhos – expoente do património musical popular
Luís Filipe Maçarico
CRÍTICA DE LIVROS
Boas práticas no património – acerca do “Guia do construtor” para a aldeia de Alte
Leonel Costa
ALDRABA EM MOVIMENTO
Janeiro a Julho de 2010
Maria Eugénia Gomes

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Novos olhares sobre o Encontro da Arruda







Ainda a propósito do Encontro de Arruda, divulgamos outros olhares sobre o que vimos e vivemos no passado dia 13 naquela simpática e acolhedora terra – um texto enviado pelo João Henriques Coelho, a que se vieram juntar as fotografias da Margarida Parreira Alves:

“Intitulado “O Imaginário em Terras de Al’Ruta”, ocorreu em 13 de Novembro, na vila de Arruda dos Vinhos, o XVII Encontro da Aldraba, contando com a participação de mais de 30 associados e amigos.

Junto do belo chafariz pombalino, fomos recebidos pelo técnico da autarquia local, Dr. Paulo Câmara, que nos fez uma síntese das realidades do concelho e do seu património, em especial daquele que seria alvo da nossa visita: a vetusta Igreja Matriz, uma simbiose perfeita de vários estilos, do românico ao manuelino, e com um belo conjunto de azulejaria do séc. XVIII; o núcleo histórico da vila, repleto e rico de vestígios de um passado secular, onde, singularmente, emergem as de um antigo castelo; o Complexo do Morgado, antigo palacete, bem requalificado, para albergar várias centralidades culturais, sendo de realçar a Galeria e a sua exemplar Biblioteca, onde os tectos, em berço, mantêm conservados belos frescos.

Ainda pela manhã, estivemos na Escola Gustave Eiffel, onde assistimos a uma intervenção do jovem aluno Samuel sobre a Bruxa da Arruda que, afinal, teria sido uma mera curandeira, em face dos episódios relatados e que, quase todos, emergem do imaginário popular e da transmissão de boca em boca. Um tema interessante a merecer uma reflexão no propósito de se fazer uma certa luz sobre estes fenómenos populares, tão mais frequentes e comuns quando e onde o empirismo e o medo do desconhecido se impõem ao conhecimento científico.

Depois de um belo almoço, num restaurante local, visitámos a Cooperativa Vinícola, visita que nos proporcionou alguns conhecimentos sobre a cadeia alimentar do vinho: fabrico, armazenamento, manutenção e comercialização.

O Encontro veio a terminar, já noitinha, na sede do Rancho Folclórico Podas e Vindimas, com uma visita às suas maravilhosas instalações, a que se seguiu uma sessão prenhe de estórias de vida e de poesia pelo poeta popular arrudense João Silva. Nos nossos ouvidos perdura ainda a beleza e a sonoridade dos poemas sobre o Varredor e o Ribatejo.

JHC”

domingo, 14 de novembro de 2010

Arruda dos Vinhos – património, tradições e poesia







Sábado, 13 de Novembro, por volta das dez horas, os cerca de 35 associados da Aldraba e amigos já se tinham reunido junto ao chafariz pombalino, próximo da Câmara.
Pouco depois, começaria a visita guiada pelo centro da vila de Arruda dos Vinhos e ao seu património mais significativo.
Assim, sob a orientação do Dr. Paulo Câmara, percorremos ruas, apreciámos palacetes e edifícios com história e visitámos a muito rica Igreja Matriz.
Detivemo-nos, em seguida, no Centro Cultural do Morgado que, objecto de obras que tiveram lugar entre 2001 e 2007, passou a integrar a Biblioteca Municipal Irene Lisboa, o Auditório Municipal, a Galeria Municipal, o Posto de Turismo, o Jardim do Morgado, onde muito se falou e cheirou a erva arruda, a Oficina do Artesão, e a Rota Histórica das Linhas de Torres.
Durante o percurso, parámos na Escola Profissional Gustave Eiffel, onde nos foi dado assistir a uma apresentação sobre as tradições da bruxa da Arruda, a cargo de um muito bem disposto aluno da escola – o Samuel, que, trajado a preceito e sob a orientação da professora Filipa, nos foi comunicando o resultado das suas investigações sobre este tema. No animado debate com a assistência, ressaltou a relação dos chamados bruxedos com a aplicação empírica de ervas e mezinhas populares, tantas vezes tratamento único para as doenças, e ainda a incomodidade causada por tais práticas em autoridades políticas e religiosas.
O Restaurante Nazareth não deixou os seus créditos por mãos alheias, tendo sido servido um abundante e muito apetitoso almoço.

De tarde, visitámos a Adega Cooperativa da Arruda, onde nos foram explicadas as diversas fases por que passa o vinho, desde a recepção das uvas até quase chegar à nossa mesa, enquanto percorríamos as vastas instalações de que aquela dispõe. Após uma pausa para provar um vinho licoroso, seguiram-se as habituais compras.

Por fim, já a hora ia adiantada, rumámos à sede do Rancho Folclórico Podas e Vindimas, onde gozámos da companhia do poeta popular João Francisco Silva que, com as suas histórias de vida e os seus versos, nos proporcionou um interessantíssimo fim de dia.
MEG, com fotografias de JAF

sábado, 6 de novembro de 2010

XVII Encontro “O imaginário em terras da Al’ruta”



No próximo dia 13 de Novembro de 2010, sábado, a ALDRABA realizará mais um encontro temático, desta vez na Arruda dos Vinhos, vila situada apenas a 30 km de Lisboa, e sede de um concelho com cerca de 11.000 habitantes, composto por quatro freguesias (Arruda dos Vinhos, Arranhó, Cardosas e S. Tiago dos Velhos), e com uma área de 77,7 km2. Confina com os concelhos de Alenquer, a Norte, de Loures e Mafra, a Sul, de Vila Franca de Xira, a Este, e de Sobral de Monte Agraço, a Oeste.
Neste XVII Encontro, falaremos da "bruxa da Arruda", do vinho e de outras temáticas de cariz popular local, contando com o apoio da Câmara Municipal da Arruda dos Vinhos, da Escola Profissional Gustave Eiffel e do Rancho Folclórico Podas e Vindimas.
O programa incluirá os seguintes momentos:
- 10 horas - encontro frente ao chafariz pombalino (centro da vila, junto à Câmara), para visita guiada a Arruda dos Vinhos e ao seu património, orientada pelo técnico da CMAV Dr. Paulo Câmara
- 13 horas - almoço no Restaurante Nazareth
- 15.30 horas - visita à Adega Cooperativa da Arruda, onde estão disponíveis provas de vinhos pagas
- 17 horas - visita à sede do Rancho Folclórico Podas e Vindimas, onde assistiremos a uma exibição informal das danças e cantares locais, e onde se desenrolará uma conversa alargada a arrudenses interessados nos temas do património popular
Durante o percurso pedestre da manhã, está incluída uma paragem na Escola, em que teremos uma breve apresentação preparada pelo professor José Leal e pelos alunos relativa às tradições da bruxa da Arruda.
As inscrições devem ser feitas telefonicamente ou por e-mail, até 5ª feira, dia 11, junto da Margarida Alves (TM 966474189 - margarida.alves@gmail.com) ou da Círia Brito (TM 969067494 - ciriabrito@sapo.pt). O valor da inscrição, incluindo o almoço, será de 16 euros por associado e de 17,5 euros para os não-associados.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Por terras de Trás-os-Montes - tradições e lendas

No dia 13 de Dezembro, as raparigas entregam aos rapazes os "Pitos de Santa Luzia" e no dia 3 de Fevereiro os rapazes retribuem, oferecendo-lhes as "Ganchas de S. Brás". Assim manda a tradição transmontana...


A gancha é um rebuçado muito popular em Vila Real em forma de bengala, que se pensa reproduzir o báculo episcopal de S. Brás, patrono das doenças de garganta. O seu tamanho pode atingir um metro e é feita à base de água e açúcar, por vezes aromatizada com mel e ervas de efeito balsâmico, como o alecrim ou o eucalipto.
Todavia, há quem garanta que seria uma espécie de espátula doce para pincelar as gargantas ou desalojar estranhos objectos nela entalados, dado o seu efeito apaziguador. Em Vila Real, só se encontram à venda na altura das festas de S. Brás e são poucos os que se dedicam à sua confecção.
Segundo Elísio Neves, investigador da história da cidade de Vila Real, as "ganchas de S. Brás são um símbolo fálico e já estão referenciadas no final do séc. XIX".


O pito é um bolo com recheio de doce de abóbora, sendo os mais qualificados os que a Casa Lapão continua a fabricar todos os dias.
Segundo a lenda, certa rapariga muito gulosa, defeito esse que levou a família a pedir a graça da clausura na esperança de o transformar em virtude, foi servir para o Convento de Santa Clara, onde depois tomaria o hábito.
Tendo-se tornado devota de Santa Luzia, orago dos cegos e padroeira das coisas da vista, usava nas suas mezinhas «pachos de linhaça» - quadrados de pano cru onde se colocava a papa, dobrados de pontas para o centro para não verter a poção, que punha sobre os olhos dos doentes acolhidos no Convento.
Um dia, na cozinha, terá feito uma massa de farinha que cortou em pequenos quadrados e onde colocou compota de abóbora. Dobrou a massa por cima da compota, à imagem dos «pachos», cozeu-os no forno e correu a escondê-los na sua cela. No caminho quando a Madre Superiora lhe perguntou o que levava no tabuleiro, respondeu: «São pachos de linhaça irmã Madre... Para os meus doentes que amanhã virão». Não eram muito agradáveis à vista mas satisfaziam-lhe a gula, não seria pecado comê-los porque, ao fazê-lo na escuridão da cela e da noite, sabia, porque o tinha ouvido dizer, «do que não se vê não se peca».

Com o correr dos tempos, criou-se a tradição, que ainda hoje se mantém, das raparigas e rapazes oferecerem estes doces nos dias de Santa Luzia e S. Brás, seja para celebrar um compromisso já existente ou para dar a conhecer paixão ou intenção até aí escondida.

Mais informação e receita dos pitos de Santa Luzia em:
http://www.espigueiro.pt/
http://folclore-online.com/usos/txt/ganchas_sbras2.html

MEG