sábado, 30 de abril de 2022

Como correu o jantar de confraternização do nosso 17.º aniversário



 













Já “fora de portas”, entre a Pontinha e Caneças, decorreu na noite de 28 de abril de 2022 o animado jantar de confraternização da associação ALDRABA, que assinalou os nossos 17 anos da vida.

A Associação Socio-Cultural do Vale Grande acolheu calorosamente o 33.º Jantar-Tertúlia da nossa associação, em especial pela simpatia e camaradagem com que fomos tratados, mas também pelas delícias do bacalhau à minhota e das sobremesas que foram servidos.

Da Aldraba, estivemos 24 pessoas, algumas das quais já não se viam há muito tempo, e que foi possível reencontrar com muita amizade.

Do Vale Grande, acompanharam-nos 6 pessoas, com destaque para o presidente da direção João Tomás, para o também dirigente Pedro Marques, e para os artistas Rui Santos, Joaquim Ribeiro e Vítor Tiago.

João Tomás deu-nos a conhecer a intensa atividade daquela associação de 40 anos de existência, e com cerca de 1000 associados, que nasceu do esforço coletivo dos moradores de uma área urbana de génese ilegal para a sua regularização e que evoluiu para uma ampla oferta de serviços, que vão do teatro ao fado, da dança ao yoga, do atletismo às artes marciais, da informática à ginástica para seniores, passando pelos serviços e cuidados de saúde e pela ocupação de tempos livres e centro de estudos.

O fadista Rui Santos, e os dois instrumentistas que o acompanharam, brindaram-se com uma dezena de peças de grande nível, interpretadas com muita arte e sentimento.

No final, não faltou o momento simbólico do aniversário, em que os presidentes das duas associações uniram esforços para apagar as velas, e em que todos partilharam a ocasião, cantando os parabéns, comendo o bolo e bebendo espumante…

Mais uma noite memorável da Aldraba! 

JAF (fotos LFM e MEG) 
















terça-feira, 26 de abril de 2022

33.º Jantar-Tertúlia, 5ªf, 28.4.2022, na Assoc.Vale Grande, Pontinha


A associação ALDRABA completa 17 ANOS sobre a sua assembleia constituinte, que teve lugar em 25.4.2005 no Ateneu Comercial de Lisboa.

Para assinalarmos o dia da Liberdade e comemorarmos este nosso aniversário, na data mais próxima em que o conseguimos, vamos levar a efeito um jantar-tertúlia de confraternização, numa associação popular dos arrabaldes de Lisboa (bairro do Vale Grande, freguesia da Pontinha, concelho de Odivelas).

Fundada em 7 de janeiro de 1980, a Associação Sócio-Cultural do Vale Grande é uma instituição sem fins lucrativos, que nasceu com o propósito de servir e apoiar os moradores do Vale Grande em matérias relacionadas com o ordenamento urbanístico.

Ao longo das suas quatro décadas de existência, fruto do trabalho e perseverança dos seus associados, a Associação Vale Grande foi alargando o seu âmbito de atividade, desenvolvendo hoje um vasto trabalho nas áreas social, cultural, desportiva e recreativa.

Do teatro ao fado, da dança ao yoga, do atletismo às artes marciais, da informática e ginástica para seniores, passando pelos serviços e cuidados de saúde e pela ocupação de tempos livres e centro de estudos, a Associação do Vale Grande é hoje uma instituição ao serviço da comunidade, não só da freguesia da Pontinha, mas de todo o concelho de Odivelas e zonas limítrofes.

No jantar do próximo dia 28 de abril, 5ª feira, a partir das 19h30, seremos acolhidos e acompanhados pelos presidentes da direção e da Assembleia Geral da Associação do Vale Grande, respetivamente, os nossos amigos João Tomás e Pedro Marques, que nos darão um panorama da rica atividade que a Associação desenvolve.

O jantar, ao preço único de 12 euros, será composto de sopa, bacalhau à minhota, sobremesa, bebidas e café. Digestivos e outros consumos pagos à parte.

Para chegar à sede da Associação (Rua S. Domingos, lote 205, Vale Grande, 1675-265 Pontinha | Tel.219 800 272 | E-mail geral.valegrande@gmail.com), quem se deslocar de automóvel próprio deve tomar a estrada da Pontinha para Casal de Cambra e Caneças, e cortar à direita no 2º semáforo de quem segue nessa estrada após passar por cima da CREL.

As inscrições para participar no jantar devem ser feitas, por telefone ou e-mail, para o José Alberto Franco (TM 96 370 84 81; jaffranco@gmail.com) ou para o Albano Ginja (TM 91 477 39 56; albanoginja@gmail.com), ou ainda para o mail da Aldraba (aldraba@gmail.com).

JAF

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Ao encontro do urbanismo de Lisboa (2)










Continuando as iniciativas de conhecimento da inovação urbanística em Lisboa, promovidas pelo Forum Cidadania Lx no âmbito do Centenário de Nuno Teotónio Pereira – a que a ALDRABA se associa –, realizou-se mais uma visita pedestre a um bairro emblemático, por nós considerada como 11ª Rota da Aldraba – “Pelo Bairro dos Olivais Norte”, com a presença de alguns nossos associados:

O 2º passeio pela Lisboa de Nuno Teotónio Pereira decorreu nos Olivais Norte, no sábado, 9 de abril, e contou com cerca de meia centena de participantes, os quais, guiados pelos conhecimentos, simpatia e humor do arq. António Baptista Coelho (cujos apontamentos de trabalho podem ser consultados 
aqui
), constataram de perto a excelência do desenho urbano do Plano de Urbanização da Zona de Olivais Norte. A Modernidade que não só resiste ao passar do tempo como se revigora todos os dias.

Com efeito, pudemos calcorrear este bom exemplo de Planeamento, por entre blocos habitacionais, erguidos aparentemente de forma aleatória, uns baixos, outros altos, uns em correnteza, outros em torre, e espaços verdes; os que já lá estavam e foram incorporados numa nova paisagem, e os que foram plantados de raiz, promovendo um são convívio entre volumes de betão, tijolo e vidro e oliveiras, pinheiros mansos, araucárias, choupos, e por aí fora.

O ponto alto do passeio, literalmente, foi a subida à cobertura da torre que Teotónio Pereira, Pinto Freitas e Portas desenharam em 1958, e que foi prémio Valmor de 1967, por sinal a primeira vez em que se premiou uma construção de cariz social. Todos imaginámos o que seria o efeito visual para quem, subindo ou descendo de elevador, ia vendo os belos efeitos decorativos dos diferentes patamares, piso a piso, em sequência rápida, num autêntico caleidoscópio de cores e formas. Infelizmente, hoje as portas dos elevadores são opacas.

Um grande obrigado, arq. António Baptista Coelho, por nos ter proporcionado um excelente passeio na companhia, sempre, do ausente-presente Nuno Teotónio Pereira.

Paulo Ferrero (foto JAF)

terça-feira, 12 de abril de 2022

Homenagem ao fotógrafo Gérald Bloncourt, dia 22 abril 2022, 15h, na Sociedade de Geografia em Lisboa

 








Vai realizar-se na 6ª feira, 22 de abril de 2022, a partir das 15 horas, na Sociedade de Geografia de Lisboa (R. Portas de Sto Antão, 100) uma cerimónia de homenagem a este genial fotógrafo, promovida pela Comissão de Migrações da SGL, a que preside a nossa associada Profª Maria Beatriz Rocha-Trindade. A associação Aldraba associa-se aos demais patrocinadores deste evento - Association Nationale des Membres de l'Ordre National du Mérit, Associação Memória das Migrações, Associação Internacional de Paramiologia, Comité Sousa Mendes e Observatório dos Luso-Descendentes - na divulgação da cerimónia e no apelo aos associados e amigos para que a difundam e participem empenhadamente.

Reproduz-se de seguida uma nota biográfica da autoria de Daniel Bastos:


No passado mês de outubro de 2021, assinalaram-se três anos do falecimento do saudoso fotógrafo franco-haitiano Gérald Bloncourt (1926-2018), um dos grandes nomes da fotografia humanista, cujas amplamente conhecidas imagens que imortalizam a história da emigração portuguesa para França, e representam um contributo fundamental para uma melhor compreensão e representação do nosso passado coletivo.

Colaborador de jornais de referência no campo social e sindical, o antigo fotojornalista que esteve radicado em Paris mais de meio século, teve o condão de retratar a chegada das primeiras levas massivas de emigrantes portugueses a França nos anos 60. A lente humanista do fotógrafo com dotes poéticos captou com particular singularidade as duras condições de vida dos nossos compatriotas nos bairros de lata nos arredores de Paris, conhecidos como bidonvilles, como os de Saint-Denis ou Champigny, com condições de habitabilidade deploráveis, sem eletricidade, sem saneamento nem água potável, construídos junto das obras de construção civil.

Igualmente relevantes são as imagens que Bloncourt captou durante a sua primeira viagem a Portugal nos anos 60, onde retratou o quotidiano das cidades de Lisboa, Porto e Chaves. Assim como as da viagem a “salto” que fez com emigrantes além Pirenéus, e as dos primeiros dias de liberdade em Portugal, como as das comemorações do 1.º de Maio de 1974 em Lisboa, acontecimento que permanece ainda hoje como a maior manifestação popular da história portuguesa.

O trabalho fotográfico de Bloncourt sobre a emigração e a génese da democracia portuguesa constitui um valioso repositório do último meio século nacional, que resgata das penumbras do esquecimento os protagonistas anónimos da história nacional que lutaram aquém e além-fronteiras pelo direito a uma vida melhor e à liberdade.

O trabalho e percurso do fotógrafo francês de origem haitiana, que durante mais de vinte anos escreveu com luz a vida dos portugueses em França e Portugal, e cujo espólio faz parte do arquivo do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, foram em 2016 distinguidos pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. 

No âmbito das Comemorações do 10 de Junho em Paris, Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, cujas comemorações oficiais nesse ano aconteceram pela primeira vez numa cidade fora do país, o reputado fotógrafo foi condecorado na cidade simbólica de Champigny, com a ordem de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.


O evento incluirá uma intervenção de Jorge Macaísta Malheiros, "França como Destino", uma apresentação subordinada ao tema "Evocando Gérald Gloncourt", um Porto d'Honra e o lançamento do livro "Comunidade, Emigração e Lusofonia: Crónicas", de Daniel Bastos.

Divulguem e compareçam!

JAF

domingo, 3 de abril de 2022

11ª Rota da Aldraba: "Pelo Bairro de Olivais Norte", sábado 9 abril, 11horas

 

À semelhança do que fizemos com a primeira caminhada organizada pelo Fórum Cidadania Lisboa, em conjunto com os familiares do Nuno Teotónio Pereira e no âmbito das comemorações do seu aniversário, a ALDRABA vem igualmente apoiar este segundo evento da série, integramo-lo nas nossas atividades da tipologia "Rotas da Aldraba" e apelamos à participação ativa dos nossos associados e amigos.

O segundo passeio em Lisboa organizado pelo Fórum Cidadania Lisboa será a Olivais Norte, uma importante experiência urbanística realizada na capital e onde as obras de Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas (torres) e António Pinto Freitas (bandas) valeu o primeiro Prémio Valmor atribuído a um programa de habitação social.

Este passeio realizar-se-á no sábado, 9 de abril, e será guiado pelo arquiteto António Baptista Coelho. O ponto de encontro está marcado para as 11h, na saída norte da estação do metro da Encarnação, na R. General Silva Freire, junto ao bloco 18-20. Não é necessária inscrição, basta aparecer.

Numa importante intervenção efetuada no Funchal, em 1969, intitulada Habitações para o maior número, o Nuno chama a atenção para uma característica da experiência portuguesa em matéria de habitação social: “Além de uma acentuada timidez nas tentativas de alteração estrutural, caracteriza-se sobretudo pela falta de continuidade: as ações empreendidas, algumas de certa amplitude, têm geralmente carácter pontual, não se aproveitando o cabedal de experiências de umas para outras.” Entre vários exemplos, cita os bairros de Alvalade e dos Olivais.

O bairro de Alvalade, inteiramente planeado pelo Município e iniciado por volta de 1947, integrou variados regimes de construção, desde as Casas de Renda Económica financiadas pela Previdência até às Casas de Renda Limitada e de renda livre, e incluindo mesmo uma importante parcela construída por cooperativas de habitação. Os aspetos inovadores desta realização foram numerosos: planeamento do conjunto perfeitamente integrado na cidade e operado sobre terrenos totalmente disponíveis; tecido urbano diversificado, equipamento previsto e executado, convergência de iniciativa e de capitais de variada proveniência.

Como núcleo deste empreendimento, foi construído um conjunto de Casas de Renda Económica, com métodos totalmente inéditos, e que não voltaram a ser utilizados, nem sequer nas obras congéneres dos Olivais: elaboração de projectos-tipo, construção prévia de um grupo experimental, desdobramento da obra em empreitadas de volume industrial (500 fogos), fornecimento em conjunto de certos materiais e elementos da construção, e criação de estaleiros para o seu fabrico.

Nos empreendimentos dos Olivais (Norte e Sul), iniciados em 1960 e agora em conclusão (com excepção dos equipamentos coletivos, ainda praticamente inexistentes), os aspetos inovadores foram dados sobretudo no plano da legislação. Efetivamente, o Decreto-Lei 42 454 fixou rigidamente certas características, por forma a garantir o alcance social do empreendimento, tais como as rendas máximas por categorias, as percentagens de cada uma destas, os valores máximos a atribuir ao custo dos terrenos, etc. No plano da realização, abandonou-se toda a experiência acumulada em Alvalade, embora algo de interesse se tenha ensaiado, como a participação de um maior número de entidades na construção e uma ampla distribuição na encomenda dos projectos. Deve constatar-se, embora, que a crise da construção civil ocorrida na década de 60 apanhou em cheio este empreendimento.

Outra realização que interessa referir é a do programa para a eliminação das chamadas ilhas na cidade do Porto, prevendo a construção de 6 000 fogos em 10 anos, a partir de 1956. Os aspectos inovadores deste empreendimento, caracterizado por austeridade e disciplina por um lado limitativas, mas que permitiram a sua realização integral no prazo estipulado, traduziram-se sobretudo no plano do financiamento (pela conjugação de fontes e regimes muito diversos, incluindo subsídios do Estado e empréstimos da Caixa Geral de Depósitos) e no cumprimento rigoroso dos objectivos.

Mais tarde, numa comunicação, datada de 2004, sobre o percurso do Atelier da Rua da Alegria no quadro da Habitação Coletiva ou Plurifamiliar, o Nuno anotou:

Torre de habitação de renda económica – Olivais, Lisboa, 1957
Grande desafogo conferido aos patamares de distribuição (4 fogos/piso), proporcionando envidraçados com amplas vistas, banco e obras de arte, por forma a torná-los espaços convidativos para o convívio. Cobertura em terraço com pequenas arrecadações e estendais para grandes peças de roupa.

Edifícios em banda de renda económica – Olivais, Lisboa, 1957
Edifícios simples de esquerdo/direito, mas dotados, frente a cada entrada, de construções satélites destinadas a arrecadações individuais e a um espaço alpendrado, também para proporcionar condições de convívio entre os moradores.”

JAF