quinta-feira, 29 de julho de 2010

A drogaria do meu bairro










Como nas aldeias e vilas, também em alguns bairros da grande cidade ainda sobrevive o convívio gregário dos seus moradores, os vizinhos conhecem-se pelos seus nomes, interessam-se pelas vidas, pelos sucessos e pelas preocupações uns dos outros.
Neste contexto, desempenham importante papel os pequenos estabelecimentos comerciais de bairro, as leitarias, as mercearias, os talhos, os capelistas, os cafés, as casas de comidas, os sapateiros, as retrosarias, as lojas de móveis, os barbeiros, as drogarias.
Em Lisboa, entre o Areeiro e a Alameda Afonso Henriques, fica um desses bairros em que a escala humana resiste e se afirma. É o chamado Bairro dos Actores, parte integrante da freguesia do Alto do Pina, que se desenvolve entre uma dúzia de pequenas ruas paralelas ou perpendiculares à Av. Almirante Reis.
Na rua Actriz Virgínia, podemos encontrar (visitar e fazer compras...) a Drogaria Sali, instalada no mesmo local desde há mais de 50 anos, e cujo proprietário, o Sr. António Pires, vai completar em breve 60 anos initerruptos nesta profissão.
Hoje em dia, em que a saúde do proprietário já não lhe permite passar os dias inteiros atrás do balcão, são o seu filho Jorge Pires e a empregada de quase 20 anos de casa, D. Edite Branco, que asseguram o atendimento cuidadoso e personalizado da clientela.
Na Drogaria Sali há de tudo, desde os artigos domésticos de higiene aos produtos químicos para a horticultura, desde as bonecas para crianças aos pequenos electrodomésticos, desde as loiças de cozinha aos utensílios de plástico, dos materiais de jardinagem às ferragens, à espuma para almofadas, aos insecticidas e raticidas, enfim, tudo o que uma casa pode necessitar...
Mas não pensem que esta casa de comércio se desenvolve ao longo de um espaço extenso ou de uma grande superfície. Não, a área do chão da loja não será mais de 4 m2... Só que, com um pé direito de mais de 5 metros, e graças ao enorme escadote (e à perícia de quem ali trabalha), tudo se encontra, tudo é fornecido com uma palavra de simpatia e de explicação ao cliente, que tem ali três amigos e até, se necessário, quem lhe ensine a bem aplicar o produto.
"Tem arame para um estendal? Um momento, aqui está ele, quantos metros quer que lhe corte?"
"Tem decapante para limpar a cera do soalho? Sim, claro, arranjo-lhe um litro avulso numa garrafa de plástico, que as embalagens de 5 litros são caras e não vai precisar de tanto..."
É este "regresso ao passado", este reviver de uma relação amigável entre o consumidor e o comerciante, que a drogaria do meu bairro demonstra ser possível!

JAF (texto e fotografias, à excepção da primeira - reproduzida da revista Atlantis, Jan-Fev.07)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Bairro dos Ilhéus, na Picanceira - Mafra





Recebemos da Margarida Alves esta informação sobre o Bairro dos Ilhéus, que foi construído no século XIX por açorianos que deixaram a sua terra para trabalharem na Quinta dos Machados, então uma das mais importantes propriedades da Estremadura.

Trata-se de um complexo habitacional pertencente à Quinta dos Machados, constituído por 23 moradias, exemplares curiosos de uma arquitectura sem igual na região.

Com os seus 500 hectares distribuídos por explorações vitivinícolas, pecuária, pomicultura e florestal, foi a quinta fundada em 1830 por Domingo Dias Machado, natural da Ilha de São Miguel, Açores.

As casas, que se alinham à saída de uma curva, surpreendem pelo seu aspecto ímpar, de que se destacam as saliências cilíndricas nas traseiras - fornos, com a chaminé a subir pela parede em direcção ao quarto de dormir, que permitiam um aquecimento barato e eficaz para todo o piso superior.

Informação em

terça-feira, 20 de julho de 2010

Mais aldrabas de Mértola





O nosso companheiro Luís Filipe Maçarico, activista incansável da recolha, da preservação e da valorização dos elementos do património popular de Portugal, acaba de enviar para publicação no blogue mais cinco ricas fotografias de aldrabas de porta da vila de Mértola.
Aqui estão elas, pelo seu próprio valor, e também como desafio para todos os amigos que passam à beira destas riquezas singelas e que se "esquecem" de disparar uma câmara e de enviar os resultados para esta nossa plataforma.
Obrigada Luís!
Venham muitas mais!
MEG (fotos LFM)