quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Uma pequenina luz, brilha!


 











UMA PEQUENINA LUZ

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una piccola… em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a advinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
Como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.

Jorge de Sena, 1959


terça-feira, 19 de dezembro de 2023

As Manas Perliquitetes da Rua da Escola Politécnica














Durante a 14.ª Rota da Aldraba “Da Escola Politécnica a S. Pedro de Alcântara”, no passado sábado 16.12.2023, não chegou a haver tempo para contar e comentar muitos dados interessantes e histórias pitorescas relativas àquela zona da cidade. Recuperamos aqui uma dessas histórias, a das chamadas “Manas Perliquitetes”.

Foram duas figuras emblemáticas da vida alfacinha no último quartel do séc. XIX.

Eram elas Carolina Amália e Josefina Adelaide Brandi Guido. Oriundas de família italiana, eram filhas de um abastado comerciante da Baixa Lisboeta. Nasceram em Lisboa, respectivamente a 15 de outubro de 1833 e 26 de junho de 1841.

Foram batizadas na igreja italiana do Loreto, situada junto ao Largo do Chiado.

Viveram na infância numa casa apalaçada na Rua de S. Bento, mas quando o pai morreu a família estava já em bancarrota, devido aos gastos exorbitantes de um irmão. Tiveram de mudar-se para um andar na rua da Escola Politécnica, onde tinham como vizinho o boémio Luiz de Almeida Castro e Mello, fadista e amador tauromáquico, muito assíduo nas tabernas desde o Rato até às Portas da Cidade. É ele que, por volta de 1870, dá o cognome às duas irmãs, pois costumava apresentá-las como "as minhas pupilas, as Manas Perliquitetes".

As manas eram conhecidas no Chiado pelas suas toilletes peculiares, ridículas e extravagantes, e por passarem os dias a calcorrear as lojas de moda. Com os seus saltitantes passinhos, e a frase da ordem “Então, Mana!”, à qual o Chiado respondia em peso: “Ó Mana, então!”...

O mundo ria-se delas, assinala Matos Sequeira (“Depois do Terramoto”). O povo trazia-as às vaias, e eram ridicularizadas nos palcos e nos jornais.

Josefina Adelaide ficou sozinha após a morte da irmã em 1897, e acabou pobre e pedinte. Morreu tuberculosa em 1907 e foi enterrada com ajuda de um peditório feito pelo jornal O Século.

(Condensado do “Roteiro Freguesia da Misericórdia”, do facebook “Lisboa Antiga” e do blogue “Lisboa de Antigamente”)

domingo, 17 de dezembro de 2023

Tarde e noite de cultura e confraternização

























Um total de 32 associados e amigos da Aldraba conviveram durante a tarde e a noite deste sábado 16.12.2023, primeiro visitando o estimulante Museu de História Natural e da Ciência (antiga Faculdade de Ciências), depois o espetacular Reservatório da Patriarcal (Príncipe Real), seguindo o subterrâneo até ao Miradouro de S. Pedro de Alcântara, e mais tarde jantando na Adega das Mercês (Bairro Alto).

Alguns dos participantes só puderam estar numas partes do dia e não noutras, mas todos manifestaram grande satisfação por tudo o que foi possível conhecer e partilhar, e muita vibração durante o jantar de confraternização.

Sinal de vida e energia de uma Associação que quer continuar a existir, para muito gozo dos que a integram e divulgação dos conteúdos com que vamos contactando!

JAF (Fotos de Marta Barata) 












sábado, 9 de dezembro de 2023

36.º Jantar-tertúlia, sáb., 16.12.2023, na "Adega das Mercês", a partir das 19 h


 








Num restaurante típico do Bairro Alto, vamos ter o nosso habitual jantar de confraternização da época natalícia, no sábado dia 16 de dezembro próximo, a partir das 19 horas.

O restaurante é a Adega das Mercês, que fica na Travessa das Mercês, 2, não muito longe de S. Pedro de Alcântara (onde termina a nossa atividade da tarde, a 14.ª Rota da Aldraba).

O serviço de refeições será à lista, com um preço final por pessoa dependente do respetivo consumo. São servidos pratos tradicionais portugueses, com preços unitários que oscilam entre 10 e 12 euros, a que acrescerão as entradas, bebidas e sobremesas. Oferta de um digestivo.

Apelamos aos associados e amigos que se inscrevam para este evento, até 5.ªfeira dia 14 de dezembro, por e-mail para aldraba@gmail.com ou por telefone para Albano Ginja (TM 914773956).

JAF 



Visita ao Reservatório da Patriarcal - sáb., 16.12.2023

 








O Reservatório da Patriarcal está localizado no subsolo da Praça do Príncipe Real, e foi projetado em 1856 pelo engenheiro francês Louis-Charles Mary. 

Foi construído entre 1860 e 1864 para servir a rede de distribuição de água da cidade de Lisboa.

O reservatório com capacidade de 880 m³, tem 31 pilares com 9.25 metros.

A localização do reservatório e a sua ambiência interior, levaram a que a EPAL através do Museu da Água, com o apoio da Sociedade Lisboa 94, concretizasse um projeto de recuperação, pelo qual se tornou hoje palco de várias iniciativas culturais, desde espetáculos, exposições de pintura, escultura e fotografia, entre outras.

O Reservatório da Patriarcal constitui atualmente um dos quatro núcleos do Museu da Água da EPAL em Lisboa.

A nossa visita, guiada, tem início cerca das 17 horas, terminando com um percurso subterrâneo que nos conduzirá ao Miradouro de São Pedro de Alcântara.

JAF



Visita ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência - sáb., 16.12.2023






O Museu Nacional de História Natural e da Ciência sucede ao Museu Nacional de História Natural e ao Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, integrando as suas coleções, os antigos edifícios da Escola Politécnica, o Jardim Botânico de Lisboa e o Observatório Astronómico de Lisboa.

Em março de 1978, um violento incêndio destruiu grande parte do edifício da antiga Escola Politécnica, assim como as coleções de Zoologia e parte das coleções de Geologia. A Faculdade de Ciências começou então o processo de mudança para as atuais instalações do Campo Grande.

O Museu tem como missão promover a curiosidade e a compreensão pública sobre a natureza e a ciência, através da valorização das suas coleções e do património universitário, da investigação, da realização de exposições, conferências e outras ações de carácter científico, educativo, cultural e de lazer. O Museu inclui as secções de história e cultura material da ciên-cia, zoologiaantropologia, mineralogia e paleontologia. O seu espólio, do foro científico-cultural, é o resultado em grande parte da investigação do próprio museu, e de diversas expedições científicas para além das doações. 

A nossa visita, guiada, terá a duração de cerca de uma hora, a partir das 15 horas.

JAF

14.ª Rota da Aldraba : "Da Escola Politécnica a S. Pedro de Alcântara", sábado, 16.12.2023, 15h



Concentrando-nos agora numa zona histórica da cidade de Lisboa, realizaremos na tarde do sábado, 16 de dezembro próximo, uma digressão ao longo das ruas da Escola Politécnica e D. Pedro V, até ao Miradouro de S. Pedro de Alcântara, e incluindo duas visitas a espaços patrimoniais de grande relevância (ver post's separados, a seguir).

Para o início desta atividade, os interessados devem comparecer, uns  15 minutos antes das 15 horas do sábado 16.12, no portão de acesso ao Jardim Botânico, na R. Escola Politécnica, 56.

Inscrições por e-mail para aldraba@gmail.com ou por telefone para J.Alberto Franco (TM 963708481).

JAF 


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Alviobeira (Tomar), 10 de dezembro de 2023


 














Com todo o gosto, e satisfazendo o pedido que nos foi dirigido, reproduzimos o cartaz deste interessante evento local, bem como os comentários que acompanham o cartaz. Os associados e amigos da Aldraba são estimulados a inscrever-se e a comparecer.

A RONDA está de volta!

Depois de três anos de paragem devido à pandemia e no último ano devido à realização de outras atividades, eis que a RONDA está de volta.

Cheia de surpresas, descoberta de lugares, cheiros, sabores e memórias... Um dia para recordar, viver e conviver...

É Alviobeira a ACONTECER...

Faça já a sua inscrição


terça-feira, 28 de novembro de 2023

Manuel Brito apresentou a revista ALDRABA 34

 
































O Professor Dr. Manuel Brito apresentou a revista nº 34 da Aldraba, na Sala de Ferreira, da Casa do Alentejo.

Na sua importante intervenção, falou do seu compromisso ético em relação à equidade, afirmando a sua crença na causa pública.

Citou Marcel Mauss ("O Desporto é um fenómeno social total") revelando que com o 25 de Abril passou a dedicar-se à vida pública.

Evocou Paulo Freire e Churchill, valorizando a Cultura ("A educação não transforma o mundo, a educação muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo").

O Dr. Manuel Brito disse que a Aldraba é uma luz no associativismo, assegurando que a revista é um convite para melhorar na cultura. Se estamos condenados a ficar estupidificados em casa (diante da televisão) a Associação (Aldraba) tenta resistir e a prova é esta: os associados não ficam quietos nem calados!!!

LFM (texto e fotos)

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Reflexões sobre a imprensa escrita








Está hoje a ser lançado, pelas 18 horas, na Casa do Alentejo, o n.º 34 da revista ALDRABA, estando a apresentação a cargo do nosso amigo Dr. Manuel Brito.

Apelando novamente a todos a que apareçam, aqui deixamos o texto do Editorial, da autoria da nossa associada e membro dos órgãos sociais (Conselho Fiscal) Ema Câmara:


REFLEXÕES

Num mundo cada vez mais digital, em que as pessoas se isolam com os seus telemóveis, tablets, computadores, neste mundo virtual e alienante, do faz-de-conta e da aparência, é reconfortante relembrar o papel que a imprensa escrita teve ao longo dos tempos.

Os primeiros vestígios de escrita remontam aos anos 3000 a.C., na Mesopotâmia e na Suméria, gravados em argila e cera, embora a primeira publicação periódica se deva aos romanos, já no século I d.C. sob o jugo do imperador Augusto. Com a sua supervisão, surgiu a Acta Diurna que difundia notícias sobre eventos militares, obituários e actividades desportivas e de lazer, sendo composta por vários pedaços de pedra gravados e colocados em diversos locais públicos.

Foram necessários mais alguns séculos para que a informação escrita e periódica chegasse às nossas mãos, literalmente. A invenção da prensa com caracteres móveis por Gutenberg, no século XV, foi um passo de gigante dado nesse sentido.

A partir de 1880, as fotografias passam a ilustrar as notícias, e os desenhos, nomeadamente publicitários, continuaram a ser utilizados.

Com a industrialização no século XIX, a imprensa escrita foi crescendo e ocupando um lugar cada vez mais importante nas populações; apesar de a maioria não saber ler, era comum que quem soubesse lesse em voz alta para os demais.

As revistas humorísticas surgiram em Portugal nesta época, e desafio-vos a desfrutarem de O António Maria ou A Paródia de Rafael Bordalo Pinheiro.

A imprensa escrita constituiu um manancial de informação preciosa para se conhecerem as vivências de épocas anteriores.

Com o aparecimento da rádio e mais tarde da televisão, a informação tornou-se mais acessível, mas a imprensa escrita manteve a sua posição. Além das notícias do dia, os semanários com artigos de investigação continuam a despertar grande interesse.

Infelizmente, a internet e também a televisão por cabo com horários alargados foram uma sentença de morte para jornais que todos nós conhecemos como O Século, o Diário Popular ou o Diário de Lisboa, entre outros. Alguns conseguiram reinventar-se em versões digitais.

A imprensa regional em geral, pela sua ligação mais directa às populações, aos saberes, sabores e fazeres, tem um papel essencial na divulgação e preservação de tradições e costumes, sobrevive com bastantes dificuldades graças à teimosia e dedicação de quem escreve, fotografa, desenha e publica.

A Hemeroteca Digital de Lisboa tem realizado, com grandes dificuldades, a digitalização de periódicos antigos que, de outra forma, estariam inacessíveis, dada a vulnerabilidade da sua conservação. A programação habitual inclui clubes de leitura e, este ano, tem realizado vários encontros temáticos “A Imprensa como fonte de investigação”.

Apesar da era digital, da informação e da desinformação, nada como o prazer de desdobrar um jornal, folhear uma revista, ler as notícias, os artigos de opinião, de investigação, enquanto se sente o cheiro do papel e da tinta, misturado com o aroma de uma bica ou de um cimbalino, num café, algures, numa aldeia, numa cidade ou em qualquer outro lugar.

Ema Câmara

 

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Lançamento da revista ALDRABA n.º 34 pelo Dr. Manuel Brito no próximo dia 27.nov.2023


 








Na 2.ª feira, dia 27.11.2023, pelas 18 horas, vai ser lançado na Casa do Alentejo (Rua das Portas de Santo Antão, 58, em Lisboa), o n.º 34 da nossa revista.

Dá-nos a honra de apresentar este número da revista o Dr. Manuel Brito, figura insigne da cultura e da cidadania do nosso país. Manuel Brito, atual Presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal, foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa nos pelouros da Educação, do Desporto e da Proteção Civil, e desempenhou até agora muitas responsabilidades públicas e associativas. É mestre em Ciências da Educação e licenciado em Educação Física.

Este n.º da revista, como já anunciámos, inclui diversos trabalhos sobre temas de arqueologia, etnografia e cultura popular.

Desafiamos todos os associados e amigos da Aldraba a aparecerem e a participarem na discussão deste número da revista.

E que tragam outros amigos também!

JAF


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

O n.º 34 da revista ALDRABA está no prelo













Encontra-se a ser impresso o novo número da nossa revista, que dentro de dias começará a ser divulgado.

Muito em breve também, anunciaremos a sessão pública de lançamento.

Sumário do n.º 34 da revista ALDRABA:

EDITORIAL

Reflexões

Ema Câmara 


OPINIÃO

A anta da coutada de Barbacena

J. Fernando Reis Oliveira

Uma villa romana em Estremoz

Manuel Xarepe 


LUGARES DO PATRIMÓNIO

Os fornos do povo - catedrais do pão

Carlos Vicente

Ilha dos Hangares - um povoado com muitas

        histórias entregue ao ostracismo

Sónia Alves Barata 


RITUAIS, TRADIÇÕES E REALIDADE

O pão por Deus

João Coelho

Romaria de Santa Luzia

Isaura Reis 


À CONVERSA COM…

Raja Litwinoff, a propósito da editora “Falas Afrikanas”

Luís Filipe Maçarico 


VULTOS A ADMIRAR

Natália Correia: no centenário do seu nascimento

Myriam Jubilot de Carvalho

No centenário de Mário Cesariny

Nuno Roque da Silveira 


CRÍTICA DE LIVROS

Isaura Reis e “A Moda do Bombo - Voz do povo de Lavacolhos”: Excelente contributo para o estudo de um tesouro comunitário

Luís Filipe Maçarico

“A quadrilha dos Galhardos e outros contos”

Nuno Roque da Silveira 


ALDRABA EM MOVIMENTO

De Maio a Outubro de 2023

José Alberto Franco

 

 

Como se a noite fosse uma evaporação 

        escura da terra – Valdanta – Chaves

Rodrigo Dias

Dona Conceição

Luís Filipe Maçarico


JAF


sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Jogo do pau, petanca, chinquilho e outros jogos tradicionais

















O associado da Aldraba Álvaro Pato, que é mestre de jogo do pau e já escreveu na nossa revista acerca deste jogo tradicional português, sugeriu que divulgássemos a realização de um convívio que inclui demonstração de diversos jogos populares, no próximo sábado, 11 de novembro de 2023, no Grupo Desportivo de Chão Duro.

Faz-se aqui essa divulgação, com todo o gosto.

A localidade de Chão Duro fica no concelho da Moita, e poderão ser obtidas mais informações através dos dois telefones indicados no cartaz acima reproduzido.

JAF

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Mais fotografias do Encontro de Castro Marim


 

Painel executado por Marta Barata

terça-feira, 31 de outubro de 2023

21 participantes usufruíram do nosso XLII Encontro em Castro Marim








Arrostando com todas as contrariedades (grande distância, previsões de mau tempo, encargos de estadia de um fim de semana), um número significativo de associados e amigos da Aldraba estiveram e usufruíram do 42.º Encontro temático em Castro Marim, cuidadosamente preparado pelas nossas associadas Ana Isabel Veiga e Sónia Tomé.

Vindos de Lisboa, de Mafra, de Almada, de Loulé e até do Porto (!), afluíram a esta histórica vila algarvia os participantes registados na fotografia, e ainda os associados Nuno Silveira, Margarida Vicente, Manuel Vaz e Rita Moura, que pontualmente não estavam presentes na altura.

Fomos recebidos de forma magnífica pela Câmara Municipal de Castro Marim, na pessoa do senhor Vereador da Cultura João Pereira, que nos acolheu no espaço do antigo Mercado Municipal (hoje, Posto de Turismo). com palavras de estímulo à nossa iniciativa e proporcionando-nos um apontamento musical de acordeão regional.

Acompanharam-nos técnicos do Município durante todos os dois dias, apresentando com muita competência todas as riquezas patrimoniais visitadas. Sem desprimor para os restantes, uma palavra muito especial de agradecimento para a técnica Maria do Céu Nobre, pela grande extensão do período de tempo que esteve connosco e pelo seu grande empenho.

Cumprindo integralmente o programa, estivemos na Associação Odiana, no  Revelim de Santo António, no Centro de interpretação do território, na Igreja Matriz de Castro Marim, no Castelo e Forte de S. Sebastião, nas Salinas, na Casa de Odeleite, na oficina de cestaria em cana, e na Igreja de Odeleite. Conhecimentos e experiências muito ricas, que não esqueceremos, e que todos ficaram com o desejo de aprofundar.

Um apontamento também para a saborosa gastronomia algarvia que consumimos, designadamente o javali, o cozido de grão, as lulas fritas, o peixe grelhado, o porco assado e os doces...

E, por todos reconhecido, o convívio caloroso e amigo entre todos os participantes e os nossos anfitriões.

JAF (foto de Sónia Tomé)


 

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Livro do centenário da Casa do Alentejo - lançamento no dia 10 de novembro 2023, 17h


A Casa do Alentejo pede-nos que divulguemos o convite para o lançamento do livro que evoca o seu centenário, o qual terá lugar nas instalações da sede, na Rua das Portas de Stº Antão, 58, em Lisboa, pelas 17 horas da 6.ª feira, 10 de novembro próximo.

O livro inclui cerca de 50 contributos especializados sobre a história do Alentejo e desta associação cultural regionalista, entre os quais um depoimento solicitado ao presidente da Aldraba.

Apelamos a todos os nossos amigos que compareçam, expressando assim o devido apreço pelo trabalho desenvolvido pela Casa do Alentejo, e gratidão por todo o apoio que ela tem prestado ao associativismo popular.

JAF


terça-feira, 17 de outubro de 2023

XLII Encontro em Castro Marim - Programa detalhado


 








Como previsto, junto se divulga o programa que foi acordado com os serviços da Câmara Municipal de Castro Marim, com cuja valiosa colaboração contamos, designadamente ao nos disponibilizarem guias qualificados para as visitas previstas.

Programa detalhado

Dia 28 de outubro 2023 – Sábado

11.00h – Mercado Municipal de Castro Marim – Receção/acolhimento pela Câmara Municipal de Castro Marim, espetáculo / momento musical

12.00h – Visita à Associação Odiana

13.00h – Almoço

15.00h – Revelim de Santo António – Centro de interpretação do território

16.00h – Visita ao Centro Histórico de Castro Marim, Igreja Matriz de Castro Marim e Castelo e Forte de S. Sebastião.

19.30h– Jantar

Após o jantar - Deslocação para os alojamentos

Dia 29 de outubro 2023 - Domingo

10.30h – Visita às Salinas - enquadramento da exploração de sal e flor de sal pelo método tradicional

12.30h – Almoço em Odeleite

14.30h – Visita à Casa de Odeleite

– Oficina de Cestaria Tradicional em Cana

16.00h – Visita à Igreja de Odeleite

16.30h – Fim do Encontro

Notas: 1. Possibilidade de visita livre à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim na manhã de domingo, ou na tarde de sexta/manhã de sábado (para quem chegar mais cedo a C.Marim). A distância de Castro Marim ao Sapal são mais ou menos 2km. Esta visita é facultativa e condicionada ao cumprimento do programa.

2. Odeleite dista cerca de 17km de Castro Marim = mais ou menos 17’ automóvel, através do IC 27.

 

Todos os que desejarem participar no nosso XLII Encontro deverão transmiti-lo, telefonicamente ou por email, - para a própria Aldraba (aldraba@gmail.com),      - para a Ana Isabel Veiga (TM 932260334,  anaisa1640@gmail.com)                      ou - para o Nuno Silveira (TM 962916005, nunoroquesilveira@gmail.com),            o mais tardar até 5ª feira, 26.10.2023.

JAF


sexta-feira, 13 de outubro de 2023

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

XLII Encontro da ALDRABA - "História, sabedoria e tradição", Castro Marim, sáb./dom. 28/29 outubro 2023















Conforme pré-anunciámos num post de 18 de setembro último, iremos brevemente até à vila algarvia de Castro Marim, para um encontro temático, com a colaboração de entidades locais que estão a ser contactadas, e em que serão visitados o edificado de interesse histórico, a atividade económica das salinas e o trabalho associativo que se desenvolve no concelho.
 
Estamos agora em condições de confirmar esse projeto e de o calendarizar para o fim de semana de 28 e 29 de outubro próximos, pedindo que todos os eventuais interessados em participar reservem desde já essas datas para o efeito. 

A programação pormenorizada deste Encontro temático está a ser preparada com os serviços da Câmara Municipal de Castro Marim, cuja Vice-Presidente se envolveu pessoalmente no apoio ao evento.

O Encontro terá início no final da manhã de sábado, dia 28 de outubro, com o acolhimento no Mercado Municipal de Castro Marim que a CMCM assegurará. 

Após o almoço, deslocar-nos-emos ao Revelim de Santo António e ao Centro de Interpretação do Território, e mais tarde ao Castelo e Forte de São Sebastião, a partir do qual se fará a observação das salinas, com o apoio de salineiros profissionais.

Nessa mesma tarde de sábado, teremos ainda um contacto com a Associação Odiana.

No domingo de manhã, visitaremos a Igreja Matriz e o Centro Histórico de Castro Marim, após o que viajaremos até Odeleite, onde se almoçará, e onde estaremos à tarde na casa recuperada da rede de aldeias históricas do Algarve, com algumas surpresas preparadas para o nosso encontro.

Logo que o programa detalhado esteja disponível, divulgá-lo-emos sem demora.

JAF

sábado, 30 de setembro de 2023

L Mirandés ye más do que un anfeite!


 

Em 17 de setembro de 1998, a Assembleia da República aprovou por unanimidade o reconhecimento do Mirandês como segunda língua oficial portuguesa, o que viria traduzir-se poucos meses depois na Lei n.º 7/99, de 29 de janeiro, reconhecendo formalmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa. O deputado socialista Júlio Meirinhos foi, na altura, o principal impulsionador deste reconhecimento. Outro grande promotor do mirandês foi o escritor e ativista Amadeu Ferreira, já homenageado nas páginas da revista "Aldraba" (n.º 17, abril de 2015, pp. 22-24), através do artigo de M. Hercília Agarez, "Amadeu Ferreira, um cibo de Trás-os-Montes".

Assinalando a efeméride do 25.º aniversário da deliberação da Assembleia da República, o "cidadão mirandês" Aníbal Fernandes publicou no diário "Público" um texto que aqui reproduzimos gostosamente:


Senhores Maiorales, l Mirandés ye más do que un anfeite!

L passado die 17 de setembre celebrórun-se 25 anhos de la aprobaçon por ounanemidade ne l Cunceilho de la República, de l “Reconhecimiento oufecial de ls dreitos lhenguísticos de la quemunidade mirandesa” i, por bias disso, tamien de la sue lhéngua, l Mirandés.

Fui zed anton que ls Mirandeses deixórun de s’acobardar i ambergonhar por falar la lhéngua que sous abós resguardórun i le repassórun cumo fala por más de nuobe seclos.

Zde esse die yá num tornórun a oubir que nessa lhéngua nien pudien rezar a Dius porque era ua lhéngua de l diabro. Passórun, isso si, a tener proua an falá-la e agarimá-la cumo fai proba la frequência de quaije 80% de la disciplina de oupçon de l Mirandés puls studantes de l Agrupamiento de Scolas de Miranda ou ls manhuços de obras literairas na Mirandés que ténen sido publicadas ne ls derradeiros binte anhos.

La Lhéngua cun que se celebrou la fundaçon i l fortalecer de la nuossa Nacionalidade.

La Lhéngua que ancorajou este Pobo nas batalhas pula defesa de l nuosso território siempre que ambasores spurmentában ir acontra la nuossa soberanie. Assi se passou culas arremetidas de Castielha, fui assi culas antradas napoleónicas, adonde ls Mirandeses dórun l peito a las balas para que Pertual se mantubira anteiro cumo fai proba l calatriç de l castielho açpuis de la sue firme rejistênça.

La Lhéngua cun que l Pobo rejistiu a ls contratiempos por bias de l sou eizolamento i de sou clima i adonde tantas bezes s’assujeitórun a ua bida de miséria por falta de ayudas, nesse “último fin de mundo”!

Mas, hai sempre un mas, hai eiqui l que parece ser un grabe cuntradiçon: tan agarimada por todos an palabras, fáltan açones que crien la rial ajuda que amposseblite la sue muorte anunciada. Ye cumo se ls que ténen l mando mirássen pal mirandés como un anfeite, ua menudência simpática que dá muito jeito para quedar bien ne l retratico. Ou, inda pior, que súfran dun nanico mirar stratégico que ls lhiebe a pensar que cula lhéngua nun se merca pan. Nun quiero crer an ningua destas çcunfianças. Antes quiero zafiar l Goberno para que, dua beç por todas, lhiebe al Cunceilho de la República para rateficaçon l diploma que tenga l Mirandés cumo Lhéngua Minoritaira Ouropeia i que abance de beras, sien demoras, cula cuncretizaçon de l Anstituti de la Lhéngua Mirandesa. I la Câmara que porfilhe l Mirandés como la sue Lhéngua Oufecial an todas las rializaçones culturales i ne ls sous decumentos oufeciales.

A ser assi, este amportante tesouro lhenguístico tenerá un fortíssemo respaldo pal son resguardo.

Desta maneira, ls mirandeses quedaran más juntos al redor de l son bien de más balor, la seinha d’auga de la sue riquíssema cultura i tradiçon.

I, stou certo, todos nós pertueses passaremos tamien a tener proua ne l nuosso Mirandés.

Aníbal Fernandes


Algumas traduções:

Acobardar – ter medo; agarimar – mimar; anfeite – enfeite; arremeter – tentativa de ataque, provocar; calatriç – aspeto, rosto; mercar – comprar; manhuços – molhos, mão cheia de; nanico – anãozinho; proua – vaidade, orgulho; repassórun – transmitiram; resguardárun – guardaram; retratico – retratinho, pequena fotografia; zed - desde