quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sociedade de Língua Portuguesa - Apresentação dos Cadernos Temáticos

Nascida em 14 de Novembro de 1949, a Sociedade da Língua Portuguesa (SLP) é uma entidade vocacionada para a investigação, difusão e defesa da língua portuguesa.
A SLP vai acolher, no próximo dia 3 de Fevereiro, pelas 18h30m, integrada nos seus Ciclos de palestras, a apresentação dos Cadernos Temáticos, n.º 1 «Aldrabas e Batentes de Porta: uma reflexão sobre o património imperceptível».

Assim, lá estaremos e esperamos por todos no n.º 23 da Rua Mouzinho da Silveira, em Lisboa, entre as Ruas Braancamp e Alexandre Herculano.
MEG

sábado, 23 de janeiro de 2010

As chaves das portas



No passado dia 15.1.2010, no debate que se seguiu à sessão de apresentação dos Cadernos Temáticos na Biblioteca Municipal de Santarém, a sua chefe de divisão, Drª Teresa Lopes Moreira, referiu-se com muita afectividade a algumas recordações que a sessão lhe suscitou.
Com a sua anuência, reproduzimos registos do seu depoimento, com o desejo de voltarmos a ter no nosso blogue outras colaborações desta amiga:

"Nasci numa casa com batentes, com mãos.
Nasci na mesma casa onde a minha mãe nasceu...Em Marvila.
Hoje em dia é uma loja de lingerie.
A noção que tenho é do bater.
Hoje ficamos baralhados com os tons das campaínhas. O batente dava logo o som, não havia confusão. Conforme o nº de toques era para o vizinho que era. Quando se ouvia a primeira pancada, ficava-se à espera se era para nós ou para o vizinho...Havia campaínha que accionava sineta interna.
No caso da aldeia, a questão aí funciona completamente diferente. O que eu recordo melhor, simbolizaria (quanto menos trabalhados, decrescia no escalão social) a estratificação...
E depois as chaves, é uma coisa que me delicia.
Continuo a guardar, eram enormes - e fascinavam-me porque eram peças muito bonitas. Vivi na casa onde nasci e o que guardo da casa é a chave amarela.
A mão, preta, era um símbolo para afastar as invejas..."

LFM (fotografia reproduzida de http://pt.photaki.com/picture-chaves-antigas-penduradas)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cultura avieira - Património Nacional




O "Café Portugal", na newsletter nº 37. dá notícia da candidatura da cultura avieira a património nacional. Transcrevemos com agrado essa informação:

"Cultura Avieira a caminho do título de Património Nacional

Até há pouco tempo, pensava-se que apenas se limitava à migração de pescadores da Praia da Vieira de Leiria para o rio Tejo e seus afluentes. Mas a Cultura Avieira tem origens também na zona da Gândara (Mira) e até mais a norte da Península Ibérica. A sua origem remonta ao século XIX, quando um grupo de pescadores lutava pela sobrevivência, já que do mar o sustento já não provinha. Foi aí que os pescadores da praia da Vieira se fixaram em aldeias piscatórias fixas sobre estacas, as chamadas palafitas.

O que não sabíamos até aqui é que este fenómeno migratória se estendia para além do Tejo, chegando mesmo ao Sado. Foi isso mesmo que João Serrano (Ver Entrevista) e Aurélio Lopes, descobriram, quando, em 2005, começaram a estudar a cultura avieira.

João Serrano, natural de Alpiarça, onde existe uma aldeia piscatória abandonada, e onde começou esta aventura de recuperar a cultura avieira, conta ao Café Portugal de que forma se chegou a uma candidatura a património nacional e a um projecto de desenvolvimento económico.

O projecto que pretende elevar a cultura avieira a património nacional, nasceu há cerca de três anos e meio, e os estudos que daí têm resultado permitiram perceber que o fenómeno migratório iniciado no século XIX não se limita à relação entre a Praia da Vieira e o rio Tejo entre Abrantes e Póvoa de Santa Iria.
O estudo, que evoluiu para a «área da religiosidade popular», incidiu junto de comunidades avieiras do concelho da Chamusca permitiu concluir que os avieiros também se estabeleceram no rio Sado, até Grândola e Alcácer do Sal. E foi então que a associação de que João Serrano e Aurélio Lopes fazem parte, a Associação Independente para o Desenvolvimento Integrado de Alpiarça, estabeleceu com o Instituto Politécnico de Santarém uma pareceria para «estudar esta cultura e elevá-la a património nacional».

«Estamos na posse de uma riqueza etnográfica, antropológica, social e sociológica, que não podemos perder», refere João Serrano. «A proposta de candidatura a Património Nacional começou a ser delineada em 2006. É um trabalho que dura há 4 anos. Porém, só há seis meses é que o Ministério da Cultura fez publicar legislação que enquadra propostas de candidaturas a património imaterial. Até aqui não havia nada», explica.

Actualmente, todo este trabalho passa pelo contributo de 25 pessoas e 65 instituições em todo o País na componente imaterial e como objectivo estabelecido está a publicação de 42 obras diferentes para fundamentar o valor do património cultural avieiro.

João Serrano realça que, entretanto, o projecto evoluiu do ponto de vista da sua dimensão cultural: «há dois anos, no âmbito do PROVER-QREN (programa de valorização económica dos recursos endógenos). Candidatamo-nos na componente do desenvolvimento económico, para criar um destino turístico e desenvolvimento. Juntamos 39 instituições, do Tejo e do Sado, e criamos um consórcio para criar um novo destino turístico». Um projecto de desenvolvimento onde serão investidos 30 milhões de euros repartidos por 56 projectos durante os próximos dois a três anos.
Por fim, João Serrano afirma: «pretendemos recuperar todas as aldeias avieiras que vão ser, no fundo, as âncoras deste projecto de desenvolvimento na área do turismo rural, de habitação, da restauração, etc.».

Recorde-se que o I Congresso da Cultura Avieira vai realizar-se nos dias 7, 8 e 9 de Maio em Santarém e Salvaterra de Magos e conta com o alto patrocínio do Presidente da República.A riqueza da Cultura Avieira resulta da interligação dos pescadores da costa atlântica, a maioria da Praia da Vieira, com as gentes da borda d’água. Criaram várias aldeias palafíticas (casas assentes sobre estacas), de que são exemplos Escaroupim (Salvaterra de Magos), Palhota (Cartaxo) ou Caneiras (Santarém)."

http://cafeportugal.net/pages/noticias_artigo.aspx?id=1565http://cafeportugal.net/pages/noticias_artigo.aspx?id=1565

“ Incerto o pão na sua praia, só certa a morte no mar que os leva, eles partem.
Da Vieira de Leiria vêm ao Ribatejo.
Aqui labutam, alguns voltam ainda, ávidos de saudade do seu mar.
Muitos ficam”
Alves Redol
JMP (Fotografia tirada da internet - autor João Santiago)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mértola, Alpedrinha, Alvaiázere, Montemor-o-Novo, Santarém – nº 1 dos Cadernos Temáticos da Aldraba é divulgado por todo o país





Os Cadernos Temáticos foram, durante quase 3 anos, um projecto da associação Aldraba para o qual minguavam os meios…

Em 2009, a persistência dos activistas e a generosidade de alguns amigos permitiram a edição do nº 1 dos Cadernos (“Aldrabas e batentes de porta: uma reflexão sobre o património imperceptível”), cujo lançamento público teve lugar durante o V Festival Islâmico, que decorreu em Mértola de 21 a 24 de Maio – ver notícias neste blogue, de 27.5.2009 (“Cadernos Temáticos: um sucesso no Festival Islâmico”) e de 28.5.2009 (“Cadernos Temáticos: o grande desafio”).

Nos Festivais dos Chocalhos (Alpedrinha) e do Chícharo (Alvaiázere), efectuaram-se em Setembro e em Outubro de 2009, respectivamente, sessões de divulgação dos Cadernos Temáticos, na Capela do Leão e na Casa da Cultura, com o patrocínio das Câmaras Municipais do Fundão e de Alvaiázere e da Junta de Freguesia de Alpedrinha – ver notícia neste blogue, de 27.9.2009 (“Alpedrinha 2009”).

As Câmaras Municipais de Montemor-o-Novo e de Santarém foram as primeiras a reagir favoravelmente, das várias a quem propusemos sessões de divulgação dos Cadernos Temáticos, estando previstas outras ao longo do ano de 2010.

Em Montemor, sob a coordenação da Drª Elvira Barrelas (17.11.2009), e em Santarém, sob a coordenação da Drª Teresa Lopes Moreira (15.1.2010), realizaram-se nas respectivas Bibliotecas Municipais duas sessões de divulgação.
Nas sessões de Alvaiázere, de Montemor e de Santarém, José Alberto Franco informou dos objectivos da Aldraba e Luís Maçarico desenvolveu os aspectos mais salientes tratados no nº 1 dos Cadernos Temáticos, tendo suscitado animado diálogo com os assistentes.

MEG (fotografias de Margarida Alves e MEG)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Assembleia Geral - amanhã, 18horas, n'Os Combatentes



Recorda-se que vai decorrer a Assembleia Geral da Aldraba, convocada para o dia 20 de Janeiro de 2009, com início às 18 horas, no Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes", sito na Rua do Possolo, 7, em Lisboa.

Iremos apreciar e votar o Relatório e Contas de 2009 da Direcção e o Plano de Actividades e Orçamento para 2010.
MEG

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Casarão do Mato Grosso do Sul, no Pantanal











Helen Dias viveu e estudou em Évora, voltou ao Brasil de onde é natural, deixando amizades entre nós. Por troca, levou consigo o interesse, a curiosidade e, diz ela, muita estima pelas Aldrabas.

Enquanto faz o seu curso superior de engenharia, na Universidade Pitágoras, tem tido oportunidade de viajar pelo “pequeno continente que é o Brasil”. Numa dessas viagens, no estado do Mato Grosso do Sul, no Pantanal, passou alguns dias na cidade de Três Lagoas onde encontrou “um casarão na rua Paranaiba no centro da cidade em já estado bem precário por causa de uma disputa já longa por herança, pertencia a um senhor português importante e co-fundador da cidade em questão o Sr. Manoel Mendes. Em uma breve pesquisa boca a boca diz que este casarão será tomado pela prefeitura em vista de preservação histórica (espero sinceramente que tenha este fim). Bom o facto é que espero que estas simples fotos possam enriquecer já o vasto acervo do blogue das Aldrabas, do qual tenho muito estima.”.

Obrigada Helen. Já estamos à espera de mais imagens ou textos que nos queira mandar!

Fotografias de Helen Dias, cedidas por LFM

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Assembleia Geral em 20 de Janeiro de 2010



Relembra-se a convocatória da Assembleia Geral da Aldraba, já enviada por e-mail para os associados:

"Nos termos do disposto nos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da ALDRABA, em sessão ordinária, para o dia 20 de Janeiro de 2009, com início às 18 horas, no Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes", sito na Rua do Possolo, 7, em Lisboa, com a seguinte

ORDEM DE TRABALHOS :
1. Informações;
2. Apreciação e votação do Relatório e Contas de 2009 e respectivo parecer do Conselho Fiscal;
3. Apreciação e votação do Plano de Actividades e do Orçamento para 2010 e respectivo parecer do Conselho Fiscal.

Se o número de associados presentes não for suficiente, a Assembleia Geral reúne validamente meia hora depois com os associados que se encontrem presentes.
Os documentos a analisar em Assembleia Geral serão consultáveis no próprio local da sessão e divulgados logo que disponíveis.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2009

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Luís Filipe Maçarico"

Começar o ano respigando uma boa notícia que nos chegou em Dezembro




O Museu de Arte Popular, em Lisboa, vai reabrir em 2010 no edifício onde originalmente funcionou, na zona de Belém, afirmou hoje a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. (“Público”, 3 de Dezembro)

Em Editorial publicado num dos Boletins da Aldraba, assumimos uma posição clara de repúdio sobre a decisão do anterior governo de encerrar definitivamente o Museu de Arte Popular criando simultaneamente, no espaço onde ele estava instalado, um Museu da Língua Portuguesa.

Esta decisão governamental deu origem a um vasto movimento cívico que, acreditamos, forçou esta mudança de atitude com a anulação das anteriores posições do governo.

Esperemos que se mantenha esta versão, já que as oscilações em torno deste tema têm sido uma constante: se, em 2006, a ministra da cultura Isabel Pires de Lima decidia pelo Museu do Mar e da Língua Portuguesa, pouco tempo depois o novo ministro José António Pinto Ribeiro mantinha o projecto, admitindo posteriormente a mudança de localização para, noutro momento, voltar ao mesmo, agora com a designação de Museu da Língua Portuguesa...

Está prometida a reabertura para finais de 2010.

Tenhamos esperança em que a decisão seja definitiva e que não venha a haver um novo ministro (ou o mesmo...) que faça tudo regressar à estaca zero.

JMP, fotografia da Internet