sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Nomes de localidades em azulejos (cont. 34)
















A amiga Graça Regueiras, em mensagem recente, afirma:

“Gosto de conhecer o nosso património e sempre que posso recolho fotos de placas do ACP. Envio-vos três do norte, pois noto que o vosso acervo tem poucas, assim como o meu tem poucas do sul.

Duas são da cidade da Maia, uma encontra-se na EN14 (entrada norte) e outra na Rua Augusto Simões (entrada sul). A outra é de Mondim de Basto, distrito de Vila Real.

Continuação de um bom trabalho para a vossa Associação”.

Estas as três novas placas toponímicas em azulejos do ACP, que a Graça nos envia, e que temos um imenso gosto em aqui as reproduzir.

As duas placas da cidade de Gaia, do concelho do mesmo nome, são as primeiras que até hoje publicamos do distrito do Porto (divulgámos placas de 16 distritos do Continente, só faltam de Aveiro e de Braga!).

A placa de Mondim de Basto, do concelho do mesmo nome e do distrito de Vila Real, vem juntar-se às outras 5 que já havíamos publicitado desse distrito.

Um grande abraço à Graça Regueiras pela sua preciosa colaboração.

Atingimos hoje um total de 165 placas publicitadas.

JAF (fotos de Graça Regueiras)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O n.º 20 da revista ALDRABA em distribuição
















Está finalmente impresso, e começou a ser distribuído pelos associados, o número 20 da nossa revista.
Em janeiro de 2017, em data e local a anunciar, será realizada uma sessão pública de lançamento.

Índice:

EDITORIAL
Falemos de relações públicas
Nuno Roque da Silveira

PATRIMÓNIO IMATERIAL
A linguagem dos sinos
Luís Maçarico, Ana Isabel Carvalho e Maria Eugénia Gomes

LUGARES DO PATRIMÓNIO
Visitando o Museu Etnográfico Louzã Henriques
Zulmira Bento
Poços e noras em S. João de Negrilhos
Luís Ferreira

ASSOCIATIVISMO E PATRIMÓNIO
Vivam os 110 anos do Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”
José Alberto Franco

ARTES E OFÍCIOS
As eiras comunitárias do meu tempo
José Rodrigues Simão

À CONVERSA COM…
“Apenas Livros”
Margarida Almeida Bastos

SONS COM HISTÓRIA
Património folclórico
Alfredo Flores

SABORES COM HISTÓRIA
O queijo da Serra de Fornos de Algodres
Nuno Roque da Silveira

ALDRABA EM MOVIMENTO
Maio a Outubro de 2016
Maria Eugénia Gomes
Concurso Fotográfico da Aldraba

POEMA
Ouve-me, meu filho
Fernando Chagas Duarte

CONTRACAPA
Cantarinha de segredo


sábado, 17 de dezembro de 2016

O Jantar-Tertúlia na Casa da Comarca da Sertã















Mais um Jantar-Tertúlia da Aldraba, desta vez, na Casa da Comarca da Sertã.
Os maranhos e o bucho foram reis.
Delícias que foram degustadas e, por alguns agora descobertas, num ambiente fraterno e acolhedor.


Círia Brito (texto e fotografia)

sábado, 10 de dezembro de 2016

22º Jantar-tertúlia, na Casa da Comarca da Sertã, próx. 5ª feira, 15.12.2016








A ALDRABA, como o vem fazendo de há 9 anos a esta parte, propõe-se reunir os seus associados e amigos à volta de uma refeição, nesta quadra do ano em que as famílias e os grupos de colegas e companheiros se juntam para confraternizar e reforçar os laços que os unem.

E vamos fazê-lo em mais uma casa regional sediada em Lisboa, depois de, nos anteriores 21 jantares-tertúlia, termos estado em 6 casas de âmbito regional (Alentejo, Beiras, Trás-os-Montes, Galiza, Angola e Cabo Verde), em 8 associações de âmbito subregional (Alvaiázere, Lafões, Castro Daire, Arganil, Sabugal, Covilhã, Arronches e Tondela) e em 7 coletividades locais de Lisboa (Futebol Benfica, Adicense, Ordem e Progresso, Palmense, Sargentos da Armada, Os Combatentes e Os Cinco Réis).

Desta vez, iremos estar na zona do Pinhal Interior, na Casa da Comarca da Sertã, onde vamos ser recebidos pela sua direção, em particular pelo seu presidente, o amigo Pedro Amaro.

O jantar de convívio com esta associação irá ter lugar na próxima 5ª feira, dia 15 de dezembro de 2016, a partir das 19.30h.

A Casa da Comarca da Sertã está situada na baixa de Lisboa, na Rua da Madalena, nº 171/3º andar, e tem o telefone 21 887 21 54. 

A Casa da Comarca da Sertã, fundada a 4 de fevereiro de 1946, representa os concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei e as freguesias de Amêndoa e Cardigos do concelho de Mação. 

O jantar terá como ementa sopa, prato principal de maranho e bucho da Sertã, bebidas, sobremesas, café e digestivo, tudo pelo preço global de 15 euros.

Os associados e amigos da ALDRABA que queiram participar devem manifestar-se, até 3ª feira, 13 de dezembro, junto do José Alberto Franco (T: 96 370 84 81, e-mail: jaffranco@gmail.com), ou junto de aldraba@gmail.com.

JAF

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

XXXII Encontro da Aldraba – “Por terras de Santiago da Guarda”, Ansião, 26.11.2016















Desta vez, o nosso destino será, no Distrito de Leiria, o Concelho de Ansião, rico pelo seu património monumental e etnográfico.

1.       PROGRAMA DO ENCONTRO
Ponto de encontro – Impreterivelmente às 9h45m, no largo do centro do Alvorge (há um café, vê-se a Escola Primária e a Rua do Centro Etnográfico é a Rua David Miguel Namora).

10h00m – Encontro no Centro Etnográfico do Alvorge
11h00m – Visita à Igreja Matriz de Torre de Vale de Todos
11h45m – Visita aos “Moinhos do Outeiro”, únicos no mundo em termos de funcionamento, são de madeira, muito mais pequenos do que os tradicionais e construídos sobre uma circunferência de pedra
12h15m - Centro histórico da Granja, com visitas guiadas à Casa-Museu dos Fósseis de Sicó e Capela da Granja, em honra de Nª Srª da Orada
13h30m - Almoço no Restaurante “O Serranito”, Santiago da Guarda (detalhes mais abaixo)
15h30m – Visita guiada ao Complexo Monumental de Santiago da Guarda - constituído por uma Torre Medieval e um Paço fortificado dos séculos XVI/XIX, edificados sobre uma villa romana, sendo aquela construção um dos raros edifícios civis que ostenta a vieira, símbolo da sua função de apoio do Caminho Português de Santiago, traçado sobre a antiga estrada romana.

2.       ALMOÇO
O almoço, por um preço estimado entre 10 e 12,5€, inclui entradas, prato de peixe ou carne, sobremesa, bebidas e café. Da ementa constam, à escolha: queixadas de porco no forno, lombo de porco assado, feijoada, bacalhau à Gomes de Sá, picanha ou febras com queijo e peixe grelhado. Na altura da inscrição deverão manifestar a vossa preferência.

3.       INFORMAÇÃO DE ALOJAMENTO
Uma vez que o nosso destino dista de Lisboa 192km, para quem quiser pernoitar na sede do concelho – Ansião, de sábado para domingo ou ir de véspera, é-nos recomendado:
Hotel Solar da Rainha
Rua dos Pinheirais, 339 – Ansião
T.: 236 676 204
GPS 39º 55’ 9,76’’N; 8º 26’ 16,81’’W
Os preços são: 35€ (quarto de casal); 40€ (quarto duplo); 25€ (quarto individual), com pequeno-almoço incluído.
Recomenda-se que a marcação do alojamento seja feita com alguma rapidez, pois trata-se de uma unidade hoteleira não muito grande
Quem ficar na região no domingo e estiver interessado em visitar a zona histórica de Penela, deverá manifestá-lo aquando da sua inscrição, pois poderemos proporcionar uma visita guiada.

4.       INSCRIÇÃO 
Poderá ser feita até dia 23 de Novembro, 4ª feira próxima, junto do Nuno Silveira – tm 962 916 005, da Maria Eugénia – tm 964 445 270, ou para o email da Aldraba - aldraba@gmail.com

A Direcção

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O culto dos mortos no séc.XI






















O nosso grande historiador medieval José Mattoso, ao longo da sua obra Poderes Invisíveis - O Imaginário Medieval (Círculo de Leitores, Lisboa, 2013), avança com reflexões de enorme oportunidade para entendermos o desenvolvimento dos rituais e das crenças em torno da morte, que perduraram nas sociedades ibéricas ao longo de séculos. Aqui fica um pequeno extrato, para estimular o interesse por estas leituras:

... As condições de violência, de guerra constante, externa e interna, que vive a sociedade castelhano-leonesa durante os séculos VIII a X conferem, de facto, à ameaça da morte uma carácter absolutamente concreto e existencial.

Por isso, o que na verdade é preciso nomear e esconjurar é o medo da morte. Ela corresponde à facilidade com que se mata e derrama o sangue nesta sociedade violenta e brutal. Se não é a ameaça da súbita invasão dos ginetes mouros com o consequente risco das casas e searas queimadas, das mulheres violadas ou levadas para o cativeiro, dos homens decapitados ou tornados escravos, é a extorsão dos frutos da terra e dos animais capturados pelos condes, os saiões ou os maiorinos, a tortura infligida aos infratores das normas estabelecidas, as mãos decepadas, os olhos vasados, a cabeça rapada, o enforcamento pelos pequenos delitos. Ou então, se não são os grandes senhores ou os inimigos que irrompem na vida quotidiana para destruir e castigar, são os flagelos da natureza que trazem a fome, a esterilidade, a seca, as chuvas excessivas, a tempestade, a lepra, a peste, a loucura.

Para se defenderem, os camponeses dispõem apenas da proteção divina. Mesmo os outros homens, incluindo os guerreiros, apesar das suas armas e do seu poder, estão também sujeitos à maioria dos flagelos que não deixam escapar ninguém. Também estes recorrem aos meios propiciatórios e à magia para tentarem esconjurar os incompreensíveis arbítrios da boa e da má sorte, e, se possível, ficar do melhor lado na desigual distribuição da morte e da vida.

As bênçãos e as maldições rituais adquirem assim a sua eficácia. Os clérigos, como conhecedores dos ocultos mecanismos do sobrenatural, especializam-se na sua gestão para atraírem a fecundidade sobre os bons ou precipitarem a desolação e a desgraça sobre os ímpios, os perversos ou os que abusam do seu poder.

José Mattoso  

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

As eiras comunitárias do meu tempo














Pré-publicação de artigo que vai sair no nº 20 da revista ALDRABA, atualmente no prelo:

Na década de 50 ainda não se fazia sentir em grande força a nova tecnologia agrícola e os pequenos agricultores da minha região socorriam-se, ainda, dos costumes tradicionais.

As eiras comunitárias eram espaços utilizados por quase todas as populações, que viviam de dois ou três hectares de sementeira do trigo, sendo este o cereal que melhor correspondia aos anseios de casas de família, porque mais tarde era trocado por farinha.

As eiras erguiam-se em locais normalmente altos e ventosos, numa superfície com 8 a 12 metros de diâmetro, normalmente em pedra xistosa ou em ladrilho, e em certos casos, em terrenos baldios, noutros até privados, mas que naquele tempo, tanto umas como outras serviam uma pequena comunidade.

Era necessário combinar entre os seus utilizadores, o seu uso, e isso fazia-se normalmente nas tabernas e colectividades. Por vezes se o tempo ajudasse até poderia a parte da manhã ser para uma pessoa e a da tarde para outra, isso tinha muito a ver com o tempo, principalmente o vento que era necessário soprar quando se mandava o cereal ao ar, através de uma pá de madeira para que a semente caísse e o vento levasse a palha miúda, porque a mais grossa essa, era antes retirada com uma forquilha de 4 bicos.

Um pormenor curioso era quando um pequeno seareiro tinha apenas uma “besta” ou duas, ele pedia outra emprestada a um vizinho ou familiar para que quanto mais depressa o cereal fosse pisado mais depressa o trabalho era feito. Lembro-me perfeitamente de 2, 3 animais andarem à volta, duas e mais horas, para que o grão fosse separado da palha.

No tempo das eiras, as debulhas começavam logo no mês de Julho, quando se fazia sentir o maior calor, e os moços novos dessa altura estavam desejosos de haver palha nas eiras, para lá ir dormir a noite. Viam-se pequenos grupos de noite, ao luar, com a manta as costas que iam dormir à eira.

Pouco mais tarde e ainda no meu tempo de adolescente, começaram a aparecer as debulhadoras fixas, onde ainda tive oportunidade de fazer dois anos numa dessas máquinas.

Eram cerca de 15 homens que acompanhavam esse equipamento e que se ia deslocando de monte em monte, conforme os pedidos dos lavradores, e onde chegavam a estar de entre 2 a 4 dias num local.


Hoje, ao falar em eiras tradicionais, já ninguém conhece nem se lembra, mas que elas foram um espaço importante, num tempo que proporcionou um convívio salutar e uma entre ajuda entre vizinhos, disso não há dúvidas.

José Rodrigues Simão

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Nomes de localidades em azulejos (cont. 33)











O nosso amigo Jorge Torres captou e enviou-nos duas novas placas toponímicas em azulejos do ACP, que a ALDRABA aqui reproduz e que muito agradece.

Trata-se da placa da localidade de Ceira, do concelho e distrito de Coimbra, e da placa da Guarda, na cidade e distrito do mesmo nome.

Um grande abraço a estes amigos que não cessam, com a sua colaboração, de nos incentivar a prosseguir a coleção.

Atingimos hoje um total de 162 placas publicitadas.

JAF (fotos de Jorge Torres)

domingo, 23 de outubro de 2016

Ecos do jantar na Casa do Concelho de Tondela



















A Aldraba realizou, na passada 6ª feira 21 de outubro, o seu 21º Jantar-tertúlia numa Casa Regional - a Casa do Concelho de Tondela. 

O lombo com castanhas e a simpatia dos dirigentes desta associação, que nos brindaram com a actuação de um fadista popular, preencheram uma noite de convívio especial. 

Trocaram-se galhardetes e, de entre as prendas que a Aldraba recebeu, destacamos a publicação sobre os Cortejos de Oferendas, que visavam angariar fundos para a construção de um Hospital e das rifas com a mesma finalidade que a PIDE proibiu.


LFM (texto e fotos)

domingo, 16 de outubro de 2016

21º Jantar-tertúlia da Aldraba, na Casa do Concelho de Tondela, dia 21.out.2016, 6ª feira







A nossa Associação prossegue esta rica abordagem junto das casas regionais sediadas em Lisboa, bem como de outras coletividades populares da capital.

Nos anteriores 20 jantares-tertúlia, estivemos já em 6 casas regionais portuguesas e lusófonas (Alentejo, Beiras, Trás-os-Montes, Galiza, Angola e Cabo Verde), em 7 associações de âmbito concelhio ou subregional (Alvaiázere, Lafões, Castro Daire, Arganil, Sabugal, Covilhã e Arronches) e em 7 coletividades de Lisboa (Futebol Benfica, Adicense, Ordem e Progresso, Palmense, C. Sargento da Armada, Os Combatentes e Os Cinco Réis).

Desta vez, iremos estar na Casa do Concelho de Tondela, onde vamos ser recebidos pela sua direção, em particular pelo seu presidente, o amigo Elísio Luís Chaves.

O jantar de convívio com esta associação concelhia irá ter lugar na próxima 6ª feira, dia 21 de outubro de 2016, a partir das 19.30h.

A Casa de Tondela está situada em Campolide, na Av. Miguel Torga, 21, loja A.

O jantar, que promete, terá como ementa entradas de salgadinhos, sopa de espinafres, prato principal de lombo de porco c/castanhas e puré de batata, bebidas, sobremesa, café e digestivo, tudo pelo simpático preço de 10 euros.

Os associados e amigos da ALDRABA que queiram participar devem manifestar-se, até 4ª feira, 19 de outubro, junto do Albano Ginja (T: 91 477 39 56, e-mail: albanoginja@hotmail.com) ou da Maria Eugénia Gomes (T: 96 444 52 70; e-mail: megomes2006@gmail.com).


JAF



terça-feira, 4 de outubro de 2016

Livro "Cataventos" da associada Zulmira Bento












No próximo dia 7 de outubro de 2016, 6.ª feira, pelas 18h30, terá lugar na Biblioteca da Casa do Alentejo, em Lisboa, a apresentação do livro "Cataventos", da associada da ALDRABA Zulmira Bento.

O prefácio da obra é do vice-presidente da ALDRABA Luís Maçarico.

Apareçam e tragam um amigo também.

JAF

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Acerca do Círio da NªSenhora da Nazaré na região saloia
















A imagem de Nossa Senhora da Nazaré chegou neste mês de setembro de 2016 à vila da Ericeira, 17 anos depois da anterior estadia no mesmo local.

Trata-se de uma festa religiosa muito arreigada nos concelhos de Mafra, Sintra e Torres Vedras, de que aqui faremos uma breve evocação.

Tudo terá começado com um voto de um João Manuel, do lugar do Penedo da Arrifana - Igreja Nova, entre 1658 e 1662.

Um dia que descansava à sombra de uma árvore, assistiu ao regresso de uma caravana de romeiros do Sítio da Nazaré. Estes contaram-lhe os imensos milagres obrados por intermédio da Senhora de Nazaré, entre os quais o do cavaleiro D. Fuas Roupinho, a quem tinha salvado da morte.

Lembrando-se que a sua mulher era muito doente havia já muitos anos, pediu-lhes que o deixassem ir com eles, pois não sabia o caminho. Os peregrinos anuíram a tal pedido, e logo combinaram o encontro no ano seguinte.

Na ocasião combinada rumou ao Sítio, prometendo então que, se a Virgem intercedesse pela saúde de sua esposa, se deslocaria nos anos seguintes ao seu templo, para pagar a mercê. Tendo obtido a graça solicitada, caminhou para o santuário com o seu burrinho quatro anos a fio, levando uma bandeira que de volta depositava na sua igreja até ao ano seguinte.

Nestas andanças de fé, começou a juntar-se-lhe o povo da freguesia da Igreja Nova e a seguir o de Mafra, ao redor de 1722, tendo esta vila abandonado para tal o giro da Virgem do Cabo Espichel, o qual circulava já havia 263 anos.

A estas seguiram-se as restantes freguesias que hoje compõem o Círio: Santo Isidoro, Montelavar, Cheleiros, Encarnação, S. Pedro da Cadeira, Ericeira, Carvoeira, Alcainça, Terrugem, S. João das Lampas, Sobral da Abelheira, Santo Estêvão das Galés, Gradil, Azueira e Enxara do Bispo.

É a estas freguesias que se refere a Provisão do Cardeal Patriarca Dom Tomaz de Almeida, de 1732, instituindo a base canónica e sancionando o compromisso tomado entre elas.

Assim, cada freguesia que recebe a imagem da Senhora, é responsável pela peregrinação anual à Nazaré antes de a entregar à freguesia seguinte. Esta peregrinação recebe o nome de Círio, devido ao facto de se deixar no Santuário da Nazaré uma vela - círio - que fica a arder até ao próximo ano.

As festas das freguesias dividem-se em duas: a festa dos velhos ou dos casados e a festa dos novos ou dos solteiros. A comissão desta última deve assegurar a organização da próxima receção à imagem da Virgem, passados os 17 anos do giro.

A título de curiosidade, seja referido que, tradicionalmente, a Comissão de Honra da Vila de Mafra era presidida pelo Chefe de Estado, como Juiz honorário. Sabe-se que El-Rei D. Luís II, El-Rei D. Manuel II e o Infante D. Augusto foram juízes, bem como o Presidente da República, Almirante Américo Tomaz, entre outros.

JAF

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Nomes de localidades em azulejos (cont. 32)














Mais uma placa que o "repórter da Aldraba" localizou e fotografou.


Foi agora a vez da localidade do Teixoso, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco.

Com esta, completamos o bonito número de 160 placas de azulejos do ACP já publicadas no nosso blogue.

JAF (foto MEG)

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

“Tradição e sabedoria” : Em lua-de-mel











Significado: Período de tempo de relações entre duas pessoas ou instituições que decorre de modo feliz.

Origem: Terá surgido nos países nórdicos. Durante os primeiros trinta dias (uma lua), os noivos apenas bebiam hidromel, bebida doce que se obtém pela fermentação do mel adicionado de água, considerada com propriedades afrodisíacas.

Cafés Chave d’Ouro

sábado, 20 de agosto de 2016

Regulamento para o centro histórico de Lisboa?


Excertos de um artigo muito oportuno de Fernando Silva Grade, publicado no "Público" de 15.8.2016:

(...) A arquitectura foi, desde sempre, um dos principais baluartes da identidade colectiva em todas as partes do mundo. Reflectindo as circunstâncias ecológicas, geológicas, sociais e artísticas do local a arquitectura contribui decisivamente para a construção do espírito do lugar – a essência emocional e espiritual do sítio.

O espírito do lugar é uma componente de genuinidade e autenticidade de grande intensidade, mas também de grande fragilidade, estilhaçando-se ao menor sopro de erros e falsificações. Ora, o que se passa é que esse elan corre perigo na cidade de Lisboa, na medida da descaracterização e desvirtuamento dos edifícios, principais elementos que estruturam o centro histórico da cidade.

Parece que, hoje em dia, os cidadãos têm os sentidos embotados. Ou então desabituaram-se de observar e de contemplar o espaço que os rodeia, aprisionados a um ritmo de vida frenético em que a única disponibilidade se canaliza para um ecrã. Se olhassem em volta, com olhos de ver, verificariam o estado desastroso em que as fachadas das casas antigas se encontram, as degradadas e as reabilitadas. Quer umas quer outras estão muito diferentes daquilo que eram originariamente.

(...) as fachadas também têm sido alvo de um total desvirtuamento, salvando-se aquelas que estão cobertas de azulejos. A utilização, quase sem excepção, de tintas industriais plásticas tem consequências estéticas lastimáveis (para além da sua incompatibilidade física e funcional com a alvenaria estrutural). As cores das ditas tintas ora apresentam uma expressão inerte e baça nas tonalidades cinzentas e castanhas, ora se tornam rutilantes e pirosas nas cores amarela, vermelho e azul. Lembro que as cores originárias eram obtidas por pigmentos naturais integrados na alvenaria de cal e areia (barramentos e escaiolas), sendo utilizadas principalmente as suaves mas luminosas tonalidades ocre, rosa, siena e verde-terra, para lá do branco e cinzento (em Sintra ainda se podem observar estas cores).

A regra fundamental na reabilitação de edifícios históricos é a utilização dos materiais apropriados e compatíveis. As reabilitações que estão a ocorrer em Lisboa são concretizadas, em mais de 90% dos casos, de forma totalmente incorrecta, desvirtuando os edifícios históricos e criando, em seu lugar, ridículos pastiches, falsificações intoleráveis no contexto de um centro histórico de um valor excepcional.

Não quero deixar ainda de referir uma alteração que já se manifesta há muitos anos, e que tem penalizado bastante a imagem geral do casario, principalmente quando observada de cima, o que em Lisboa é uma constante devido às colinas: a progressiva substituição da originária telha de canudo pela industrial e inestética telha lusa (em muitos centros históricos do país o regulamento não permite o uso desta telha). A visão geral da cidade perdeu unidade e espectacularidade devido a este facto. Aliás, relativamente a esta questão, podemos referir a cidade do Porto que mantém essa unidade e harmonia extraordinária devido à manutenção da mesma telha que é neste caso a telha marselhesa.

Resta pois perguntar se existe um regulamento para o centro histórico de Lisboa. Se existe, ou é totalmente omisso relativamente a regras básicas de intervenção em edifícios históricos, ou então assistimos à transgressão da lei, uma realidade bem comum na construção civil em Portugal.

A manutenção da autenticidade arquitectónica num centro histórico é um factor básico e estrutural para que a expressão da beleza, harmonia e identidade se afirme em todo o seu esplendor e, deste modo, constituir uma atracção irresistível para todos os que a habitam e visitam.

Fernando Silva Grade


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Imagens da 6ª Rota da Aldraba (Por Alfama)





Só agora se reproduzem imagens, recolhidas pelo António Brito (por esse motivo, não figura nelas...), de um pouco do que foi a atividade da ALDRABA realizada em 23 de julho último, desde o miradouro de Santa Luzia até ao Largo do Chafariz de Dentro, em Alfama.

Fomos calorosamente recebidos na Associação do Património e População de Alfama, pela sua Presidente, a amiga Lurdes Pinheiro, e pelo também membro da Direção, o jovem historiador Daniel Nunes, que nos guiou durante a manhã através das ruas, ruelas, largos e escadinhas do bairro.

Graças ao conhecimento e afeto do Daniel, e ao interesse dos participantes, pudemos contactar com as memórias dos tempos romanos, visigóticos, árabes e cristãos de Alfama, numa interação muito rica do presente com o passado.

Muito obrigado à APPA, a quem manifestamos o desejo de futuras atividades conjuntas.

JAF 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Estimulante visita ao Museu do Aljube






































































































































No sábado, 30 de julho de 2016, 15 participantes da Aldraba tiveram o privilégio de visitar o Museu do Aljube, acompanhados pelos conhecimentos e pelo empenho profissional da Drª Judite Álvares, responsável pelo serviço educativo do Museu.

Foi uma excelente oportunidade de contacto com o acervo de memórias, materializadas em documentos e objetos, da resistência heróica do nosso povo aos 48 anos de ditadura fascista.

O "Estado Novo" e os "brandos costumes" com que, por vezes, se quer fazer passar aquele período, foram outrossim uma época de grande sofrimento do nosso povo, em que milhares de personagens anónimos resistiram com enorme coragem, ousadia e criatividade.

É essa gesta de luta e resistência que o Museu do Aljube evoca, de forma bem conseguida, que pode e deve ser melhorada - com os contributos que, tais como os nossos, vão sendo transmitidos pelos visitantes.

Visitem o Museu os que ainda que o não conhecem, e voltem lá e aprofundem o conhecimento os que já conseguiram visitá-lo!

JAF (fotos LFM)