terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Votos de um excelente ano de 2010 para as associações populares

A ideia da associação Aldraba começou a surgir há 5 anos, em Novembro de 2004, num almoço de confraternização em Montemor-o-Novo. Em Fevereiro de 2005, em Viana do Alentejo, a ideia consolidou-se e ganhou pés para andar.

A 25 de Abril de 2005, teve lugar a assembleia constituinte da Aldraba, nas instalações do Ateneu Comercial de Lisboa. Nascemos, pois, fortemente ligados ao movimento associativo popular, num local respeitável do desporto e recreio da cidade de Lisboa.

Não tendo meios para uma sede em instalações próprias, logo surgiu uma associação que, com grande espírito solidário, disponibilizou as suas instalações para a nossa sede. Assim, a Aldraba avançou ligada à colectividade progressista que é a Associação Abril, fundada em 1986 no contexto da promoção da democracia participativa e do desenvolvimento.

Para várias das nossas actividades, e para realizarmos as reuniões regulares dos nossos órgãos sociais, veio a abrir-nos as suas portas uma colectividade centenária da freguesia dos Prazeres, o Grupo Dramático e Escolar Os Combatentes, com quem celebrámos um estimulante protocolo de cooperação.

Ao longo dos 5 anos de actividade da Aldraba, e em particular nos 15 encontros temáticos realizados até ao presente, interagimos de forma sistemática com grande número de colectividades populares portuguesas, procurando conhecer e valorizar as suas experiências, e projectar o seu trabalho em prol do património das respectivas regiões.

Assim foi com a Associação de Moradores da Aldeia da Estrela (Moura), com a Associação de Santa Ana do Mato (Coruche), com a Liga dos Amigos de Alpedrinha (Fundão), com a Associação de Amigos da Cortelha e com a Almargem (Loulé), com a Associação do Casal Cochim (Torres Vedras), com o Grupo Convívio e Amizade nas Donas (Fundão), com a Associação A Moira (Alcoutim), com a Alma Alentejana (Almada), com a Sociedade Filarmónica de Carnaxide (Lisboa), e com as Associações de Defesa do Património e dos Produtores de Batata Doce de Aljezur.

Em alguns destes encontros, contámos também com a intervenção e a cooperação de grupos corais e folclóricos locais, verdadeiros repositórios de cultura popular, como aconteceu com o Coral da Aldeia da Luz (Mourão), com as Brisas do Guadiana (Moura), com o Rancho de Santa Ana do Mato (Coruche) e com o Clube Folclórico do Rogil (Aljezur).
Instituições culturais sensíveis ao património popular, como a Ordem dos Arquitectos e a Confederação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, cooperaram já com a Aldraba.
Finalmente, os jantares-tertúlia que temos vindo a promover em Lisboa, ou a nossa intervenção em eventos culturais associativos, levaram-nos já a interagir com várias Casas Regionais sedeadas na capital (Alentejo, Beiras, Goa, Lafões, Trás-os-Montes e Alto Douro, e dos Concelhos de Alvaiázere, Arcos de Valdevez e Castro Daire), e com outras colectividades populares de grande projecção (Clube de Futebol Benfica e Sociedade Ordem e Progresso).
Todas estas 30 associações e colectividades são parceiros naturais da Aldraba, na sua luta pela promoção do espaço e do património popular.
Todas elas são expressão da generosidade dos que prezam a identidade das suas terras e bairros, são demonstração da vitalidade de uma cidadania que resiste, que teima em contrariar o pessimismo e as atitudes negativas.
Para todos esses companheiros e amigos, um excelente ano de 2010, cheio de realizações e sucessos associativos!
JAF

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Aldraba no Futebol Benfica




Prosseguindo o seu intuito de conhecer a vida e as realizações de associações populares com sede em Lisboa, a Aldraba realizou no passado dia 15 de Dezembro mais um jantar-tertúlia, desta vez no Clube de Futebol Benfica.

Para além dos pitéus preparados pelo Sr. Manuel, contámos com a presença do amigo Domingos Estanislau, Presidente da Direcção da colectividade.

Foi um serão rico de história e histórias. Da história do clube e das muitas histórias do seu dia a dia se falou com emoção, sentido de dever e grande alegria pelo trabalho feito.

Um clube que continua muito enraizado na população do bairro de Benfica e que, contrariamente a outras antigas colectividades desportivas de Lisboa, resistiu à tentação de enveredar pelas modalidades profissionais, de popularidade garantida, mas exigindo investimentos gigantescos só suportáveis por organizações empresariais.

O Fofó, como é carinhosamente conhecido, continua a apostar num grande número de modalidades amadoras e no desporto e educação física juvenis, um exemplo que daqui saudamos.

MEG, com fotografias de A. Brito

Associação popular da aldeia da Cortelha (Loulé) promove iniciativas de animação e valorização do património local




A Associação dos Amigos da Cortelha, com quem a Associação Aldraba tem vindo a interagir desde Dezembro de 2006 (quando no nosso VII Encontro andámos pelo concelho de Loulé, conhecendo as riquezas culturais, naturais e humanas da zona), faz questão de assinalar o período de Natal com o devido destaque.
Começaram com um passeio pedestre, usufruindo do encanto natural da Serra do Caldeirão, que teve lugar no passado dia 13 de Dezembro.
Durante a tarde do mesmo dia, realizaram no Salão de Festas da aldeia da Cortelha a habitual Festa de Natal, dedicada às crianças e aos idosos, com poemas e canções de Natal, sempre com a preciosa colaboração dos alunos da Escola Primária da Cortelha e do Grupo de Catequese da aldeia.
Também a 13 de Dezembro, foi inaugurado o Presépio da Cortelha, que vai estar patente no centro da aldeia até ao dia 6 de Janeiro de 2010. Como nos anos anteriores, a população uniu-se para preparar um presépio especial, baseado em materiais tradicionais da Serra do Caldeirão, com especial destaque para a cortiça.
O Cantar das Janeiras estará bem presente na aldeia da Cortelha. As “Janeiras de Porta em Porta” consistem na proclamação, à porta das habitações, de cantares ao menino e aos reis por parte de um grupo de pessoas acompanhadas por instrumentos tradicionais. Este tesouro de tradições traz à memória velhos tempos, que esta colectividade pretende manter e preservar. Os cantares começarão no dia 1 de Janeiro de 2010 e terminam no dia 5, percorrendo diversos montes e lugares da Serra do Caldeirão.
A Associação dos Amigos da Cortelha conta mais uma vez com o apoio da Câmara Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Salir.
Voltamos a exprimir aqui as nossa felicitações calorosas ao Márcio, ao Deodato, ao Adérito e aos demais activistas da Cortelha, pelo trabalho desenvolvido e pelos resultados alcançados.

JAF (informações e fotos da AAC)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

6º Jantar tertúlia - Clube de Futebol Benfica, Lisboa 15-12-2009


Na próxima 3ª feira, dia 15 de Dezembro, pelas 20 horas, e prosseguindo este género de convívios, teremos um jantar-tertúlia no Clube de Futebol Benfica ("Fofó"), na Rua Olivério Serpa, junto ao mercado de Benfica.

Não se sabe ao certo, mas dizem os mais velhos que o Clube Futebol Benfica existe desde 1895, contudo, a reorganização dá-se a 23 de Março de 1933, data que se assinala como aniversário do Clube, através de um documento distribuído à população do bairro de Benfica....

Para mais informação basta seguir este link: http://www.cfbenfica.net/principal_ind.html

O preço do jantar, por pessoa, será 12€ e a ementa constará de entradas, grelhada mista (à discrição), sobremesa (doces ou fruta), vinhos, águas e sumos, e café.
Neste jantar tertúlia contamos com a companhia do Presidente da colectividade, Domingos Estanislau.

As inscrições deverão ser feitas até ao próximo dia 11 para
- Margarida Alves -tlm 966474189; e-mail: margarida.alves@gmail.com ou
- Maria Eugénia Gomes - tlm 919647195; e-mail: megomes2006@gmail.com

MPA

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ernesto Silva, poeta de Aljezur e a Aldraba


Ernesto Silva, cidadão de Aljezur nascido em 1938, participou activamente no XV Encontro da Aldraba, que realizámos no seu concelho em 28/29 Nov.2009.

Esteve connosco na sessão da tarde de 28.11, no Grupo Folclórico do Rogil, quando trocámos informações e reflexões acerca da batalha aérea de Aljezur de 1943, e acerca da importância cultural e económica da batata doce. Deu testemunho das suas memórias remotas, com cinco anos (era o seu avô comandante do posto da Guarda Fiscal da Arrifana), quando os aviões nazis e a aviação aliada se defrontavam nos céus portugueses, e os adultos protegiam as crianças contra eventuais bombas perdidas...

Esteve connosco, também, no convívio da noite desse dia 28.11, no restaurante Onex, quando degustámos batata doce em saborosos petiscos que o Município nos proporcionou.

E presenteou-nos, o Ernesto Silva, com os seus poemas - ele que publicou recentemente o livro "A minha rua - Poesias 1995/2000", editado pela Câmara Municipal de Aljezur.

No prefácio desse livro do Ernesto Silva, da autoria do Presidente Manuel Jesus Marreiros, lê-se:

"A maior riqueza deste concelho são as pessoas. Foram elas que fizeram esta terra e são elas o seu futuro. Com trabalho, suor, sacrifícios e arte, cada um foi escrevendo uma página importante do nosso desenvolvimento(...). A forma imediata com que transforma uma ideia em poesia só é comparável à versatilidade com que de uma simples fatia de pão faz uma flor ou uma mão cheia de barro se tranforma numa peça de arte. A C.M.Aljezur agradece a este nosso conterrâneo ter acedido ao nosso convite para editar esta publicação e enaltece também tudo aquilo que tem feito para divulgar a nossa terra. Este livro de poesia já fazia falta. O autor merece e Aljezur agradece."

A Aldraba também agradece ao Ernesto Silva a sua participação, a sua criatividade, e, em especial, o carinho e a acutilância que pôs no poema que nos dedicou e que declamou nessa inesquecível noite de 28.11.2009:

A ALDRABA

Já o sabe toda a gente
que o indicativo presente
deste verbo tão antigo,
tem na terceira pessoa,
esse termo que bem soa
quando nos chega ao ouvido.

Desde os tempos ancestrais,
quase todos os portais,
em posição evidente,
têm aldraba elaborada
para ser accionada
e chamar, logo, o utente.

Hoje, porém, tenho esse ensejo:
Esta Aldraba, que ora vejo,
é um grupo especial,
forte, seguro e coeso,
na cultura tem mais peso
e provém da capital.

Em busca do mar azul
demandam terras do sul.
Ouvir. Sabores desgustar.
E, mesmo pouco que fosse,
Só comer batata doce,
Já era um grande manjar.

Com grande satisfação,
num abraço terno, irmão,
está a porta escancarada.
É tão grande a alegria,
que, por obra de magia,
a aldraba nem foi tocada.

A este rincão pequeno,
Fraterno, sadio, ameno,
onde o amor não acaba
e sabemos receber,
venha sempre que quiser,
basta tocar na aldraba.

28-11-2009


Bem haja, Ernesto Silva!
JAF