segunda-feira, 24 de março de 2025

Viva o Dia do Estudante!


 

Em 24 de março de 1962, um conflito nasceria entre os estudantes universitários portugueses e o regime do Estado Novo. 

Depois da proibição das comemorações do Dia do Estudante, milhares de estudantes realizaram uma concentração na Cidade Universitária, como protesto às determinações do Ministro da Educação. A crise duraria vários meses, incluindo greves às aulas, cargas policiais e detenções de estudantes.
 
O regime acabaria por retomar o controlo no final desse ano. Contudo, a longa crise estudantil marcou o despertar para a atividade política de uma geração que, em anos futuros, mostraria ser um dos setores mais ativos da resistência ao Estado Novo. Uma resistência que se voltaria a evidenciar alguns anos mais tarde. 

63 anos depois, a Aldraba tem todo o gosto em evocar a luta corajosa desta geração de jovens, na sua grande maioria filhos das classes sociais mais favorecidas do Estado Novo, mas cujas aspirações à liberdade e à democracia vieram engrossar a corrente popular que em 1974 alcançou um futuro novo para a nossa terra!

JAF


sexta-feira, 21 de março de 2025

A "Árvore Portuguesa de 2025" é a Figueira dos Amores de Coimbra


No início de cada ano, uma votação online escolhe a "Árvore Portuguesa" desse mesmo ano, de entre as muitas que tenham sido candidatadas para o efeito.

Disso demos aqui notícia em janeiro de 2023, ao publicitarmos o eucalipto de Contige (Viseu), e em janeiro de 2024, com a camélia-japoneira de Guimarães.

Em 2025, apesar de nos termos atrasado nesta singela homenagem ao nosso património natural, ainda vimos fazê-lo hoje.

Assim, aqui fica o devido destaque à chamada Figueira dos Amores, que mereceu a distinção de "Árvore Portuguesa de 2025".

A Figueira dos Amores faz parte do património vivo dos Jardins da Quinta das Lágrimas, em Santa Clara, Coimbra. A figueira, com cerca de 150 anos, é uma árvore australiana, com 35 metros de altura, 15 de perímetro de tronco e aproximadamente 40 de diâmetro de copa.

A árvore pode ser encontrada no Jardim, junto à Fonte dos Amores, espaço da história de amor de Pedro e Inês. 

Plantada no jardim no século XIX, por um aristocrata colecionador de árvores, na sequência de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sidney, a peça chama a atenção pela dimensão dos seus ramos, tronco e raízes.

De nome científico Ficus macrophylla, esta árvore é também conhecida como figueira-estranguladora. Nativa das florestas chuvosas da costa leste da Austrália, no seu habitat natural cresce mais frequentemente sob a forma de estranguladora do que de árvore, na copa de uma árvore hospedeira. A nova planta emite raízes que após tocarem o solo permitem que se torne autónoma e acabe por estrangular o hospedeiro. 

Mas esta figueira é amplamente utilizada como uma árvore ornamental em parques públicos e jardins em climas mais quentes, como na Califórnia, Portugal, Itália e Austrália.

JAF




sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Posse dos novos órgãos sociais da Aldraba e lançamento das "Memórias da Guerra Colonial"






















A Casa do Alentejo em Lisboa, na tarde do passado dia 25 de fevereiro de 2025, foi palco de dois eventos de projeção desigual, mas ambos de grande significado cívico e cultural.

Pelas 17h30, na biblioteca, o Presidente da Assembleia Geral da Aldraba deu posse aos membros dos órgãos sociais da associação que, em 14.2.2025, foram eleitos para o mandato de 2025/2026.

Registam-se aqui algumas imagens desse ato, e assinala-se que foram proferidas - pelo empossante e pelos empossados - palavras de grande confiança na prossecução do trabalho e do projeto que nos tem animado ao longo dos últimos 20 anos!

Meia hora depois, no esplendoroso Salão Victor Santos, foi feito o lançamento do livro "Memórias da Guerra Colonial - Na Lunda da Diamang e dos Quiocos", editado pelas Edições Colibri e da autoria do Nuno Roque da Silveira, que estava rodeado pelo editor Fernando Mão-de-Ferro, e pelos apresentadores Prof.ª Dr.ª Isabel Castro Henriques e Prof. Dr. António Carlos Cortez.

Intervenções magníficas - nos planos histórico e literário - dos dois apresentadores, que proporcionaram verdadeiras lições à enorme assistência que encheu por completo o espaço da sessão.

Da parte do autor (o nosso querido Nuno, vice-presidente da Direção da Aldraba), e da parte de familiares e amigos próximos que também intervieram, ouviram-se testemunhos de grande vibração pessoal. 

Um dia autenticamente memorável.

JAF (fotos MBarata)
 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

"Memórias da guerra colonial" - Lançamento, 25fev2025, 3.ªfeira, 18h



A associação Aldraba junta-se aos promotores deste lançamento, e desafia todos os seus amigos a virem até à Casa do Alentejo na próxima 3.ª feira, dia 25.2.2025, assistir a este importante evento literário e social.

O autor da obra é o nosso companheiro Nuno Roque da Silveira, vice-presidente da Direção da Aldraba, que vivenciou diretamente a guerra colonial em Angola, ao longo de alguns anos.

JAF

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Debaixo destas avelaneiras floridas










Aproximando-se timidamente a primavera, cumpre-nos hoje evocar uma "cantiga de amigo" do séc. XIII, atribuída a Aires Nunes de Santiago, e que José Afonso recuperou num álbum de 1969.

Esta "Bailia" tem um poema muito belo, em que se nota o cruzamento de elementos temáticos que António José Saraiva comentava sabiamente: 

"Em toda a Cristandade medieval, viu-se a Igreja obrigada a reprimir a prática de ritos e festas pagãs, cuja persistência mais ou menos ingénua sob a liturgia cristã apresentava como um dos aspetos mais pertinazes os cânticos eróticos de mulheres dentro dos próprios templos, por ocasião de romarias ou das festas pascais que cristianizaram as festas gentílicas das Maias sob a forma de júbilo da Ressurreição." 


Bailia


Bailemos agora por Deus ai velidas

So aquestas avelaneiras frolidas

E quem for velida, como nós, velidas

Se amigo amar,

So aquestas avelaneiras frolidas

Verrá bailar.

 

Bailemos agora por Deus ai loadas

So aquestas avelaneiras granadas

E quem for loada, como nós, loadas

Se amigo amar,

So aquestas avelaneiras granadas

Verrá bailar.

 

Bailemos nós já, todas três, ai amigas

So aquestas avelaneiras frolidas

E quem for velida, como nós, velidas

Se amigo amar,

So aquestas avelaneiras frolidas

Verrá bailar.

 

Bailemos nós já, todas três, ai irmanas

So aqueste ramo destas avelanas

E quem for louçana, como nós, louçanas

Se amigo amar,

So aqueste ramo destas avelanas

Verrá bailar.

 

Por Deus, ai amigas, mentre al non fazemos

So aqueste ramo frolido bailemos

E quem bem parecer, como nós parecemos,

Se amigo amar,

So aqueste ramo so que nós bailemos

Verrá bailar.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Ecos do 39.º Jantar-tertúlia, na Academia Recreio Artístico


















Uma noite de convívio e cultura com 37 participantes, entre associados, familiares e amigos da Aldraba, nas instalações da sede da ARA - Academia Recreio Artístico, em plena baixa lisboeta.

Aprendemos todos algo da brilhante história desta coletividade, fundada em 1855 e que continua com intensa atividade nos domínios do teatro amador, do fado, dos espetáculos populares, do recreio, dos eventos assinalando datas relevantes e até do apoio social na sua zona.

Após o jantar, seguimos com muito interesse a apresentação do seu presidente da Direção, o nosso amigo Armando Oliveira, que descreveu com rigor e emoção o percurso da ARA, tendo sido depois interpelado por diversos associados da Aldraba - com perguntas e comentários de desenvolvimento. Usou ainda da palavra, sobre o associativismo em Portugal, o amigo Pedro Franco - até há pouco, presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa, e que anunciou pretender filiar-se na Aldraba...

JAF (fotos de MBarata)