quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Conclusões da Assembleia Geral de 16.12.2006



A Assembleia Geral da Aldraba realizada no passado dia 16 de Dezembro cumpriu plenamente os objectivos previstos.

A seguir à ratificação da entrada do novo vogal para a Direcção, Leonel Costa, procedeu-se à análise e à votação do Plano de Actividades e do Orçamento para 2007, e à adopção do Regulamento Interno Geral da Associação, tendo sido tomadas em devida consideração as intervenções e algumas propostas de modificação apresentadas por diversos associados (José Chitas, Fernando Duarte, Mª Eugénia Gomes, Luís Jordão, José Prista, Mª Amélia Sobral, Luís Franco, Rogério Rodrigues, Pedro Alves e Jorge Rua Carvalho).

O Plano de Actividades de 2007 aprovado passou a ter a redacção final que se reproduz em seguida.

Aprovou-se também o Orçamento para o ano de 2007, que prevê um total de proveitos correntes de 5300 euros e um total de custos correntes de 6020 euros, sendo contudo positivo o saldo final (no montante de 280 euros) em função do saldo favorável de 1000 euros estimado para o exercício de 2006.

PLANO DE ACTIVIDADES PARA 2007
Em termos associativos, a ALDRABA conseguiu nestes dois anos de existência, seja nos meses iniciais, enquanto projecto de promoção de uma ideia, seja depois da sua fundação legal, um património humano e de reflexão que merece ser aprofundado e dinamizado.
Dos 80 associados iniciais, ultrapassámos os 120 que nos propusemos para 2006, e é com esse estímulo que pretendemos contribuir para a salvaguarda de patrimónios identitários, sem os quais o nosso quotidiano e o futuro daqueles a quem transmitiremos o testemunho seria certamente menos envolvente.
Actividades a desenvolver:
1. Realizar entre dois e quatro encontros temáticos, em datas que se venham a revelar propícias, com instituições nossas parceiras (a título de exemplo, poderemos apontar para abordagens em torno do bacalhau e do Museu Marítimo de Ílhavo, do xisto e da cereja com o associativismo das Beiras, ou da doçaria saloia no Oeste).
2. Dar continuidade a iniciativas já esboçadas, como os jantares/tertúlias nas casas regionais sedeadas em Lisboa.
3. Incentivar e concretizar debates acerca das questões do património imaterial e promover iniciativas concretas em torno da consagração de alguns objectos e saberes enquanto Património da Humanidade, com a eventual colaboração de algumas Universidades com especialização nas áreas das Ciências Sociais.
4. Prosseguir e aprofundar as parcerias iniciadas com diversas associações e autarquias.
5. Manter a ligação ao Arraial do 25 de Abril em Lisboa, à Festa dos Chocalhos em Alpedrinha (Setembro) e ao Festival do Chícharo em Alvaiázere (Outubro).
6. Participar no Festival Islâmico de Mértola (Maio).
7. Celebrar o 2º Aniversário da nossa Associação.
8. Desenvolver o blogue, o site “Aldraba digital” e os contactos com a comunicação social, potenciando a divulgação de iniciativas e pontos de vista.
9. Publicar o Boletim com periodicidade semestral e iniciar a edição dos Cadernos Temáticos.
10. Cooperar com iniciativas exteriores nos domínios da cidadania e da memória e na evocação ou comemoração de personalidades ligadas ao património.
No decurso do ano de 2007, haverá ainda que assegurar a realização das eleições para o segundo mandato dos órgãos sociais da ALDRABA.
JAF

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Cortelha, um lugar para o encontro










Conheci a Cortelha em Janeiro, dias antes de um manto branco cobrir a serra do Caldeirão e desde logo, pelo ar fresco mas sadio dos lugares secretos, resguardados das confusões do mundo dito civilizado, senti que ali seria um lugar bom para sonhar.
Sonhei um encontro, para desvendar a vida de um povo que percorre os dias que passam entre Dezembros e Agostos.
Conheci-os agora. Primeiro eram dois nomes, a partir de uma conversa de um restaurante acolhedor, o "Solar dos Presuntos", onde a Sandra nos serve iguarias com sabores da tradição espalhando os seus quadros pelas paredes do recinto, e a vontade de compartir com mais amigos a beleza de um lugar assim, distante da confusão, protegido por árvores sobreviventes, abraçado por águas cristalinas da serra e ventos embaladores.
Desvendei a sabedoria dos idosos que mostraram como se vive, através de jovens luminosos que dançam o tempo dos avós para lhes darem saúde, alegria, satisfação, sorrisos - o melhor remédio- convivência.
Percebi que gente muito nova recolhe os tesouros que aprende e partilha.
Ficarei eternamente adorador daquele lugar onde vivi um dos dias mais maravilhosos da minha vida, entre pessoas simples, mas imensamente importante porque faz da existência um lugar para o encontro.
Texto: LFM Fotos: Mário Rui Sousa.
De "ÁGUAS DO SUL"
Postado por oasis dossonhos às 00:32 2 comentários

COMENTÁRIOS
petratinea disse...
Pois é Amigo Luis, o que custa mesmo é a hora da partida, de facto foram dois dias de muita alegria e de aprendizagem, eu gosto destas descobertas que a Aldraba me dá a conhecer, de facto as gentes de Cortelha e Querença são muito receptivas foi um fim de semana em cheio.Venham mais.MRS
06 Dezembro, 2006 11:22
paula silva disse...
Belas fotos e excelente texto, como sempre uma viagem inesquecível por lugares que marcam...Pena eu não poder ter ido...Talvez um dia desbrave esses lugares, gentes e sabores!Um beijo Luis!
06 Dezembro, 2006 23:53

domingo, 3 de dezembro de 2006

VII Encontro - Loulé, do barrocal à serra: sentir a tradição, viver a realidade






Após nos juntarmos logo pela manhã junto à igreja matriz, no centro da aldeia, a Junta de freguesia de Querença recebeu os associados e amigos da Aldraba com um gostoso pão de limão e de nozes e licores de alfarroba e poejo. Manuel Viegas, o autarca local, e Bruno, o seu jovem companheiro de autarquia, foram inexcedíveis, guiando o numeroso grupo de visitantes pelo património edificado e natural de Querença.
O almoço (jantar de feijão) decorreu num simpático restaurante de características populares, após o qual se agradeceu a recepção, tendo a Aldraba bem frisado como Querença sabe receber muito bem.
Todo o grupo saboreou o prazer de descobrir uma terra mágica, repleta de aromas e de frutos, que espreitam até ao esplendor da Fonte Benémola, sítio classificado da Rede Natura. Já no final da tarde, na Casa do Povo, acordeonistas, artesãos e Filipa Faísca e as suas irmãs partilharam sabedorias.
Querença tem um património precioso: as pessoas. Porém, a desertificação deste interior, tem números preocupantes: por cada 20 adultos que morrem, nascem 2 crianças. Manuel Viegas, aposta no associativismo, na dinamização das artes tradicionais – a Aldraba participou numa entrega de diplomas a formandos de um curso de artesanato, onde participaram sobretudo senhoras, umas idosas, outras jovens – , no turismo que traz gente interessada em participar com a sua presença no desenvolvimento, passeando na natureza, comprando produtos da terra, consumindo refeições e alojamentos com a marca de Querença.
Querença é um nome que significa esperança e força de viver do seu povo, que não baixa os braços e sonha com um futuro construído por todos. Foi importante falar com algumas destas pessoas e perceber que pela sua terra fazem o melhor: receberam-nos com os seus petiscos, os seus doces, a sua tranquilidade. Vale a pena conhecer uma terra com horizontes tão bonitos, com um ar tão sadio e pessoas tão hospitaleiras.
A Aldraba foi conhecer este lugar luminoso do concelho de Loulé, em pleno barrocal, com a serra a dois passos. E dá aqui a sua recomendação para uma visita atenta.
Com a delicadeza e profissionalismo de Ricardina Inácio, o segundo dia do VII Encontro da Aldraba, começou com uma interessante visita ao Museu de Arqueologia de Loulé, localizado na Alcaidaria do Castelo, onde está simultaneamente instalado o Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Loulé e o Núcleo da Cozinha Algarvia.
Percorreu-se o tempo da história, entre salas abobadadas de tijolos ancestrais, numa mostra de artefactos que vêm da pré-história, às épocas romana, muçulmana, medieval cristã e até aos tempos modernos.
Foi possível partilhar a mesa de pedra, onde António Aleixo compôs as suas quadras e nos legou a sua sabedoria. Entre milhares de páginas centenárias dos Diários do Governo e outros volumes não menos importantes que constituem o acervo do Arquivo Histórico.
Visitou-se depois o Núcleo dos Frutos Secos, onde Conceição Amador, autora de magníficos e “saborosos” livros sobre doçaria com frutos secos (figo, amêndoa e alfarroba) nos apresentou uma tábua de doçaria. De provar e chorar por mais.
Com a doçura da sua personalidade explicou (com a passagem de um vídeo) como se faz esta doçaria, especialmente aquela protagonizada pela alfarroba. Conceição Amador é um património, pela sua sabedoria e pela partilha, nomeadamente dando formação, para que o saber-fazer tradicional não se perca.
O almoço foi na Casa dos Presuntos, já bem dentro da Serra do Caldeirão, na Cortelha, onde os quadros da Sandra e as iguarias (javali no forno, ensopado de borrego e cozido de grão) foram saboreadas com prazer, num espaço de convivência e fruição gastronómica que merece visita demorada.
Cortelha é uma aldeia da Serra do Caldeirão, freguesia de Salir, do concelho de Loulé, que a Aldraba quis conhecer melhor, tentando perceber melhor a realidade do interior algarvio.
E fomos brindados com uma recepção inesquecível, nas instalações da Associação dos Amigos da Cortelha (famosos também pela realização de provas importantes em motocross), e assistindo à excelente actuação do Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão, ideia concretizada há 3 anos pelos jovens André e Márcio.
Este último foi o anfitrião, que elucidou os visitantes acerca do historial do Grupo e apresentou as diversas danças de um repertório muito interessante, bem dançado, com a jovialidade e o respeito pelas formas tradicionais de dança popular que encantou todos os presentes.
Manuel Sobral Bastos, habituado a ver muitos festivais de folclore em Santarém disse ao jovem dirigente do Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão que há muito tempo não assistia a um espectáculo de tanta qualidade, executado um tão elevado número de participantes jovens.
A direcção da Aldraba depois de um corridinho, em que foram desafiados a dançar, exprimiu a gratidão dos forasteiros, afirmando que um grande tesouro patrimonial da Cortelha é este grupo de jovens que não quer deixar cair no esquecimento os ensinamentos dos mais velhos, para quem o Grupo é uma terapia, pois no público havia várias senhoras e senhores de idade avançada, que se divertiam com as danças dos seus netos e filhos. Acentuou-se o facto desta colectividade ser um pólo de desenvolvimento local que dignifica a Região e o País. A Aldraba deixou uma forte mensagem de estímulo, fortalecendo a continuidade de tão belo trabalho de interacção inter-geracional e comunitária.
Márcio Rodrigues, agradecendo a simpática presença dos visitantes, ofereceu em nome do Grupo várias lembranças, nomeadamente um lindíssimo moinho de cortiça.
De realçar que Manuel Viegas, presidente da JF de Querença. também acompanhou a Aldraba. Convidado a intervir, durante a cerimónia de boas vindas, sublinhou o quanto é injusto fechar escolas no interior, mesmo que apenas haja duas crianças (um menino e uma menina dançam no Grupo Etnográfico) quando numa povoação onde tantos jovens se juntam para realizar tão bela obra, faltam instalações para que os saberes tradicionais sejam partilhados entre gerações. Perante a assistência, denunciou o abandono e a desertificação do interior, com o fecho de escolas, com o encerramento de centros de saúde, abandonando as pessoas à sua sorte. O aplauso vibrante dos presentes mostrou que as palavras do autarca de Querença exprimiam o sentir de todos.
Foi um grande momento à escala humana, que é impossível esquecer. Bem hajam a todos os que no interior desse Algarve mágico ajudam o seu povo a enfrentar tanta adversidade e a zelar pela manutenção de saberes e memórias que nos são vitais.

De "ALDRABA DIGITAL"

terça-feira, 28 de novembro de 2006

A Aldraba em Loulé nos dias 1 e 2 de Dezembro







A Aldraba-Associação do Espaço e Património Popular divulgou o programa do encontro de Outono que vai decorrer em Loulé.

"Vamos desta vez até terras algarvias, depois de a ALDRABA ter já visitado ou realizado actividades em localidades dos distritos de Beja, Évora, Castelo Branco, Leiria, Lisboa e Santarém.
Convidamos os associados (e seus familiares e amigos) a participarem neste 7º Encontro, que vai ter lugar no concelho de Loulé, entre a sede do concelho e as freguesias de Querença e de Salir, com o seguinte programa:
Sexta-feira, 1 de Dezembro
12h :Recepção aos participantes na Casa do Povo de Querença
12.30h : Almoço de feijoada com carne de porco preto, oferecida pela Junta de Freguesia de Querença
14.30h : Percurso pedestre pelo barrocal, observando alfarrobeiras seculares, o bufo e a águia de Bonelli, o moinho ti Casinha, a Ribeira das Mercês, a Fonte Filipe, os Montes do Almarjão, a calçada da Amendoeira, e caminhos antigos.
16.30h : Convívio com a população, de novo na Casa do Povo de Querença, que incluirá intervenções de alguns notáveis locais, como a D. Filipa Faísca (artesã de bonecas e poetisa de raiz tradicional), a D. Albertina (poemas), o Sr. Tonico (cesteiro), a prima Alice e outras senhoras (a fazer uma empreita).Deslocação até Loulé, com jantar livre e dormida em Loulé
Sábado, 2 de Dezembro
10h : Visita ao Museu de Arqueologia de Loulé, seguida de visita ao centro histórico da cidade e ao Núcleo de Frutos Secos, com apresentação da doçaria com frutos secos pela Drª Conceição Amador.
13h : Almoço na Casa dos Presuntos (localidade de Cortelha),cujo menu completo importará em 12€.
15h : Passeio pedestre até a um moinho típico, organizado pela Associação dos Amigos da Cortelha.
16h : Convívio com o Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão.
18h : Fim do Encontro
As deslocações dos participantes até Loulé, dentro do concelho e no regresso far-se-ão nos meios de transporte próprios dos associados e dos seus amigos. Quem deseje participar e não tenha meios próprios de deslocação, deve indicá-lo para que tentemos encontrar alguma boleia.
As inscrições para a participação neste 7º Encontro devem ser transmitidas pelos telefones 967187654 (L.F.Maçarico), 963708481 (J.A.Franco) ou 966474189 (Margarida Alves), ou ainda através de mensagem electrónica para aldraba@gmail.com."
Texto:JAF/LFM; Fotos:LFM

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domingo, 26 de novembro de 2006

Encontro de Poetas em Alpedrinha









No passado dia 18 de Novembro, realizou-se em Alpedrinha, no Salão Paroquial, o VIII Encontro de Poetas, iniciativa que criou um público fiel para quem a poesia é pretexto para convívio com a poesia do Mundo.
Já por ali passaram jovens poetas de Espanha, alguns prémios revelação da Associação Portuguesa de Escritores, poetas beirões, poetas de Lisboa, poetas do Alentejo... a maior parte com obra publicada e conceituada.
Desta vez, estrearam-se três poetas que têm divulgado os seus versos em periódicos e na Internet. Um destes dias, tenho a certeza, vamos lê-los em livro...
Paula Cristina Lucas da Silva, filha da terra conquistou os conterrâneos com o esplendor da arte que tão bem domina.
O professor Jorge Souto e a actriz Nádia Nogueira, encantaram pelas palavras que partilharam: plenas de mundivivência e ternura pela vida.
O Padre Manuel Igreja, o provedor Dr. António Ribeiro (e sua esposa Dona Pilar), António Simões, poeta de Beringel lido pela ex-aluna São Baleizão, Luís Maçarico, o Engº José Alberto Franco com João Cabral de Melo Neto ("Morte e Vida Severina") e o Dr. João Mendes Rosa, director do Museu de Arqueologia do Fundão, que apresentou poemas de Núria Benito ("Creencias") foram os restantes intervenientes.
Esta iniciativa foi criada e é acarinhada há uma década por Francisco Miguel Barata Roxo, de quem partiu igualmente a ideia de editar uma revista de poesia "Petrínea", da qual foram publicados dois números.
Fotos de Mário Sousa
De "ÁGUAS DO SUL"
Postado por oasis dossonhos às 23:41 4 comentários
COMENTÁRIOS
PHYLOS disse...
A revista ainda continua? Ou parou de ser publicada? Parabéns pela iniciativa do Encontro.
27 Novembro, 2006 01:10
augustoM disse...
Luís não sou poeta, nem geito para a rima tenho, mas admiro quem a Natureza previligiou com tão grande arte. Só escrevo umas baboseiras que revelam como eu penso, nem sempre igual aos outros, o defeito deve ser meu.Tentei mandar um mail a agradecer o que gentilmente me enviaste, mas não consegue entrar, possivelmente tens a caixa muito cheia.Um abraço. Augusto
27 Novembro, 2006 13:59
Fernando Jorge Pires disse...
Caro amigo Luis:Tive imensa pena de não ter podido estar presente neste encontro de poetas. Este é um evento de presença obrigatória para quem gosta de poesia. Um serão diferente e que termina sempre com a vontade de querer mais e mais.Como bem lembraste, este acontecimento foi criado pelo Sr. Francisco Barata Roxo, enquando membro da Direcção da Liga dos Amigos à qual também eu fazia parte. Todos estamos lembrados da visita que a simpática Sr.ª D. Rosa Lobato de Faria fez num destes encontros. Foi uma noite maravilhosa.Outras noites assim irão ter lugar nesta nossa terra lindíssima.É assim Alpedrinha, tal como tu a conheces.Um abraço do amigo alpetriniense.
27 Novembro, 2006 15:22
Eduardo Castro Serra disse...
Sei que foi mais um serão fantástico mas quis o destino que desta feita eu estivesse ausente. Nesse dia, o casamento de um sobrinho meu aí em Lisboa falou mais alto ao meu chamamento. Por isso te peço que releves mais esta minha falta. Entretanto vou andando por aqui a beber do teu blog.Aquele abraço.
28 Novembro, 2006 01:30

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Na Fonte Filipe em Querença



Esta imagem foi recolhida na Fonte Filipe de Querença na passada quinta-feira. A antropóloga Sónia Tomé em pleno trabalho de campo mostra como se retira água da fonte através da bomba volante.
Aquela investigadora está a estudar as Fontes de Querença e tive muito prazer em acompanhá-la nessa descoberta de um património tão repleto de estórias e simbologia.

L.

De "ÁGUAS DO SUL"
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terça-feira, 26 de setembro de 2006

Jorge: A festa, o documentário e o livro


Sábado passado a festa de homenagem a Jorge Rua de Carvalho foi um grande momento nas nossas vidas.
Como informar é preciso, cumpre dizer que durante o encontro o autarca de Santa Isabel anunciou estar previsto chamar a uma sala da Junta de Freguesia Sala Jorge Rua de Carvalho, que foi a grande notícia da festa.
A Aldraba esteve presente, bem como o grupo de pregões de Lisboa. Fernando Duarte apresentou um excerto do documentário que está a realizar com Fernando Amaral. A sequência de imagens cativou de tal modo o público presente que foi brindada com uma sonora e prolongada salva de palmas. E o livro "Retalhos da Vida Saloia" foi recebido com agrado.
Parabéns à colectividade GDE "Os Combatentes" e às Juntas de Freguesia dos Prazeres e de Santa Isabel pela organização e patrocínio do evento.

Texto da apresentação do homenageado (por LFM)

JORGE RUA DE CARVALHO: O HOMEM PÁSSARO QUE VIVERÁ PARA LÁ DA VIDA
É para mim um extraordinário privilégio apresentar Jorge Rua de Carvalho, este ser multifacetado cujo percurso comecei a seguir de perto há doze anos.
“Retalhos da Vida Saloia” é o quarto livro deste autor com quem convivi na I Festa das Colectividades, na Arruda dos Vinhos e Alpedrinha, quando nessas terras representou os Pregões de Lisboa, e nesta última tive o prazer de estar ao seu lado dizendo poemas, nomeadamente na Capela do Leão, onde o Jorge foi inexcedível e arrebatou a plateia que o aplaudiu de pé.
Acompanhei Jorge Rua de Carvalho nas suas exposições por escolas, associações e bibliotecas.
Escutei com atenção o testemunho da sua experiência, tive a honra de representar ao seu lado e escrevinhei uns textos para sketchs que ele apurou.
Um homem assim é da nossa família.
Por isso, queremos que viva muito, porque com ele aprendemos sempre!
Jorge Rua de Carvalho é um herói.
Fez do quotidiano um espaço mágico de convivência, vencendo a doença e a solidão, que costumam ensombrar a existência dos mais velhos.
Jorge rejuvenesceu nas páginas onde revisita a infância.
Respirou o oxigénio das palavras, para enfrentar os sobressaltos da vida.
E não pára de sonhar!
Solidário, pertence ainda ao Conselho Fiscal dos “Combatentes”, há um ano e meio fundou a “Aldraba” e aceitou o desafio de escrever um novo livro para partilhar as suas memórias do Associativismo.
Tenho-o seguido nos últimos tempos pelas ruas de Lisboa, nos miradouros e eléctricos, percebendo o quanto a cidade significa num imaginário que repovoou de saloios e pregões.
Para lá das sílabas, escreveu poesia na madeira, produzindo uma exposição magnífica sobre pregões que sucedeu a uma primeira, idealizada para imortalizar as recordações das brincadeiras da infância.
No fim de semana de 7 e 8 de Outubro, Jorge Rua de Carvalho irá ao Festival do Chícharo, em Alvaiázere, para apresentar as duas centenas de bonecos que criou com carinho de pai.
Como Geppetto idealizou dar forma à madeira, esculpindo figuras às quais se afeiçoou de tal maneira que me parece fazer todo o sentido criar um Museu com estes trabalhos que contam a história da cidade dos humildes e laboriosos, da criatividade dos simples.
Todavia, ao contrário de Pinóquio, os bonecos de Jorge Rua de Carvalho falam a linguagem da verdade. São património e identidade. Espelhos da memória que iluminam o silêncio.
O livro, após as notas biográficas e o prefácio percorre umas saloiadas soltas onde se caracteriza a figura do saloio – gente sã, alimentadores de Lisboa, que levam o grão ao moinho, amanham a horta, trabalhadores do campo de sol a sol, vendendo depois o produto do seu trabalho para sustento da família mas que ainda têm tempo para se divertir nas feiras e romarias.
As primeiras férias introduzem o tema: Jorge tem dez anos, acabou de fazer o exame da quarta classe e o pai polícia, “orgulhoso de mim, ou talvez arrependido das sovas que me dera, resolveu recompensar-me” (pág. 21)
É assim que o miúdo é metido num comboio a caminho de Sobral da Lourinhã.
A partir daí, as descrições são uma delícia e o livro desenrola-se como um filme em que reconhecemos personagens que pertencem ao nosso imaginário, que o cinema português retratou, e tudo à nossa volta exaltava: o mundo rural povoado de gente laboriosa e humilde, com a sua cultura, a sua sabedoria, que constituía então a maioria da população.
Não admira que no epílogo Jorge escreva “sem dar pelo tempo passar, continuo à janela, com a cabeça entre as mãos, meditando, esperando, sem eu próprio saber por quem ou porquê” (p.72)
É natural num tempo tão diferente ter saudades e recordações dos dias felizes “cantinho delicioso do paraíso” (p.72)
Na página 24 do livro, Jorge descreve assim a sua chegada:“Olhei em volta, deslumbrado com a beleza dos fascinantes e variados tons verdes do arvoredo, das vinhas e das hortas, contrastando com as bandeirinhas dourados dos campos de milho que cercavam a brancura das casas do povoado.”
Senhor de uma escrita sem artifícios muito visual, colorida, próxima da oralidade, Jorge Rua conseguiu escrever um grande livro juntando os fragmentos da memória e do esquecimento, onde procura o rigor dos factos e cenários, embora nesse esforço de reconstituição dos acontecimentos, o factor efabulação acabe por condimentar os diversos takes do enredo, moldando as falésias da memória com a sedimentação das vagas e ventos do olvido para citar Marc Augé.
O livro prossegue com a apresentação da casa dos tios, seguimos os protagonistas nas idas à horta, ao moinho, à feira, saboreando uma narrativa riquíssima de sequências fílmicas recheadas de vocábulos e ritmos envolventes.
A matança do porco, a desfolhada, os saloios na cidade e a descrição de uma teimosia do “Pataco” (burro é sempre casmurro) são outros capítulos que se lêem com bastante agrado.
Maria José Lascas Fernandes, mulher de uma escrita poética marcante foi a ilustradora, que soube transmitir com mestria e puerilidade as ambiências do livro.
Todos nós tivemos uma aventura assim numa qualquer terra onde havia um tio, uma prima, uma avó, frutos, arvoredo, festas, silêncios, lendas e a magia da infância.
Se não tivemos, ouvimos falar ou lemos.
Este livro evoca a nostalgia do lugar a que pertencemos. E este homem é o resultado do que podemos ser quando sonhamos. Cada livro seu é um capítulo do romance da sua existência fantástica.
Jorge Pássaro, Jorge Sempre Menino, Jorge Amigo, Jorge Irmão, Jorge Eterno.
Prometo-te que viverás para lá da vida, no nosso coração, na nossa memória, nos nossos textos, no amor fraterno que dedicamos aos nossos Maiores.
Obrigado por tudo o que continuas a dar-nos, com tanta qualidade e carinho.
Bem Hajas pelo exemplo da tua Vida!

Lisboa, 23-9-2006
LUÍS FILIPE MAÇARICO

Foto de LFM: Jorge Rua de Carvalho durante a homenagem nos "Combatentes".

De “ÁGUAS DO SUL”
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segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Festa dos Chocalhos 2006 – Festival dos Caminhos da Transumância



A Aldraba esteve presente na Festa dos Chocalhos – Festival dos Caminhos da Transumância, que decorreu entre 15 e 17 de Setembro em Alpedrinha, concelho do Fundão.
Numa terra onde a cultura nasce em cada pessoa e se espraia pelas paredes e empedrados das ruas estreitas, envolvida pela serra da Gardunha, verde puro que sobe pela estrada romana – mácula maior o túnel que a corta – Alpedrinha autodenomina-se a Sintra da Beira. Descobrir os seus encantos é um privilégio e uma fruição ímpar.
Foram muitos os associados e amigos que partilharam da festa e do convívio, numa multi-culturalidade difícil de encontrar nas festas populares do País. A Festa, que agregou milhares de visitantes no espaço da rua e das casas que os habitantes abrem para receber os forasteiros, oferece música, artesanatos locais, petiscos, bebidas e outras vitualhas.
Como principais atracções, destacaram-se a animação de rua com Gigantones, Bombos e Gaiteiros, os Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho, mas também os Concertos, os momentos culturais na Capela do Leão. O passeio com o rebanho, entre o Fundão e Alpedrinha, atravessando a serra da Gardunha pelo caminho romano, reuniu mais de 300 pessoas e consagrou o mote da transumância, actividade em extinção que importa preservar. No âmbito da festa foi também concretizado o lançamento público do livro de poesia do associado Luís Maçarico “Ar Serrano”, que canta a Gardunha e as pessoas no seu ambiente.
A Aldraba associou-se e participou com a sua exposição fotográfica “Aldrabas e Cataventos”, e que foi vista e comentada por centenas de visitantes, durante os três dias da Festa, deixando mais uma raiz, plantada bem fundo, em prol da defesa do património invisível.
O convívio e a partilha são o mote desta celebração. A adesão foi inequívoca.
De parabéns, pois, a organização, a população e os visitantes!
Por isso, é marcar na agenda e ver (ou rever) para o próximo ano.
De “ALDRABA DIGITAL”

domingo, 10 de setembro de 2006

“Retalhos da vida saloia”, de Jorge Rua de Carvalho



No sábado dia 23 de Setembro, a partir das 15 horas, será apresentado na sede do Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes” (Rua do Possolo, 7-9, em Lisboa) o novo livro do nosso associado Jorge Rua de Carvalho, "Retalhos da Vida Saloia".

A sessão incluirá a visita a uma exposição biográfica (a cargo do Centro de Documentação dos Prazeres) e a uma outra com bonecos dos pregões, ambas no museu da colectividade, a actuação do Grupo de Pregões de Lisboa (pregões relacionados com saloios), a leitura de poemas do livro "Lisboa Saudade" (sobre vendedores saloios), uma breve apresentação por parte dos elementos da nossa Associação que estão a realizar o documentário sobre a vida e obra do Jorge Rua de Carvalho, e finalmente a apresentação e o lançamento propriamente dito dos “Retalhos da Vida Saloia”.

No mesmo espaço, estará também patente uma mostra fotográfica de outro nosso associado, Mário de Sousa (“Os olhos são como as mãos”).

Animemos com a nossa presença mais este importante momento da vida de um grande homem da cultura popular alfacinha, e nosso querido companheiro do associativismo.

A Aldraba em Alpedrinha, 15 a 17 de Setembro


No próximo fim-de-semana, decorre na vila de Alpedrinha (concelho do Fundão) o Festival dos Chocalhos.
Conforme previsto no nosso Plano de Actividades para 2006, iremos participar através de uma nova mostra da exposição “Aldrabas e Cataventos”, que estará patente, durante os três dias da Feira, nas instalações da Liga dos Amigos de Alpedrinha.
Do programa geral (que decorre desde as 18h de 6ªfeira até à noite de domingo), destacamos as acções de animação de rua, com gaiteiros, chocalheiros, grupos de bombos e acordeonistas, a realização de concertos e exibição de grupos folclóricos, dois passeios pedestres com rebanho, as cantigas à desgarrada, e duas sessões culturais na capela do Leão.

Fica feito o desafio a todos os associados que possam deslocar-se à Beira Baixa, para que se juntem e usufruam deste rico evento popular.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Festa dos Chocalhos 2006 em Alpedrinha


Entre 15 e 17 de Setembro, decorrerá em Alpedrinha o Festival dos Caminhos da Transumância com animação de rua, gaiteiros, chocalheiros, concertos, tasquinhas e lojas e passeio pedestre com rebanho

Programa:

Sexta-Feira - 15 de Setembro
18h00 - Abertura do acampamento "Rota da Transumância" – Quinta do Anjo da Guarda
19h00 - Abertura Desfile Grupo de Bombos de Alpedrinha Rancho Folclórico de Cernache do Bonjardim Acordeonistas
21h30 - Actuação do Rancho Folclórico de Cernache do Bonjardim Concerto Clássico de Sopros - Capela do Leão; Cantares ao Desafio; Acordeonista Sertório
Sábado - 16 de Setembro
9h00 – "O solitário caminho dos pastores" (passeio pedestre Alpedrinha-Póvoa da Atalaia). Saída: Largo da Junta de Freguesia de Alpedrinha
11h00 - Arruada: Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho
16h00 - Espectáculo com Quarteto Mayade
17h00 - Conversas Transumantes "A Pastorícia e o Desenvolvimento" com Santiago Bayón Vera, moderada por Mª João Centeno, Capela do Leão - Quarteto Mayalde, na Capela do Leão
18h00 - Desfile Bombos e Folia da Casa do Povo do Paul, Gigabombos, Roncos do Diabo, Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho, Rancho Folclórico da Casa do Povo de Souto da Casa e Grupo de Bombos
21h30 - Rancho Folclórico da Casa do Povo de Souto da Casa, Largo da Igreja - Cantigas à desgarrada, Largo da Fontainha
22h00 - Quarteto Mayalde, Largo da Fontainha
22h30 - Rancho Folclórico da Casa do Povo do Souto da Casa, Largo da Fontainha Cantigas à desgarrada, Largo da Igreja
Domingo - 17 de Setembro
8h30 - Passeio Pedestre "Rota da Transumância" Fundão – Alpedrinha (saída Praça do Município)
10h30 - Chegada do Rebanho a Alpedrinha e Arruada pelos Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho
12h00 - Missa Dominical
16h00- Lançamento do livro "Ar Serrano" de Luis Filipe Maçarico, na capela do Leão
17h00 - Desfile Grupos de bombos de Alcongosta; Castelejo e Donas e os Zabumbas de Alpedrinha; Chocalheiros; Gaiteiros Acordeonistas (Associação Acordeonistas da Beira Baixa)
21h00 - Actuação do Rancho Folclórico da Cova da Beira da Junta de Freguesia do Fundão e grupo de bombos
21h30 - Cantigas à desgarrada - Concerto Clássico de encerramento pela Academia de Música e Dança do Fundão.

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 19:26 1 comentários

COMENTÁRIOS
Fernando Jorge Pires disse...
Amigo Luís:Espero encontrar-te cá, em Alpedrinha, nesta feira dos Chocalhos 2006. Sei que vais lançar cá o teu livro "Ar serrano" e estou a contar ter um assinado por ti. Um abraço.
12 Setembro, 2006 11:19

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Jorge Rua de Carvalho: "Retalhos da Vida Saloia"


Jorge Rua de Carvalho fez oitenta e sete anos e continua a sonhar. Autor de vários livros de poesia e contos, que começou a escrever depois de se reformar, para partilhar memórias únicas, vai apresentar no próximo mês (a 23 ou a 24 de Setembro), durante os festejos do centenário da colectividade "Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes", o seu novo livro "Retalhos da Vida Saloia"
Os textos são belíssimos e o livro constituirá um agradável presente para quem gosta de ler e saber mais.
Parabéns Jorge por mais este intenso pedaço de luz e parabéns à editora que apostou em mais uma edição deste autor, bem como à Maria José que ilustrou as estórias.

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 10:22 2 comentários

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Paulo Sempre disse...
"Retalhos da Vida Saloia". Livro que gostava de ter como património pessoal. Como posso?Abraço
18 Agosto, 2006 17:46
Abade.anacleto disse...
É sempre com muito prazer que eu que me dedico à senescência como objecto de estudo e de carinho e que dou Formação em Geriatria, vejo pessoas como esta que contraria em absoluto aquela ideia muito portuguesa (e não só) de que aos 65/70 anos é-se velho, acabado, finito. São pessoas como este escritor que nos fazem esfregar os olhos e gritar para dentro: "VÊ!". Um homem está morto quando deixa morrer dentro de si a sua criança, a sua criatividade, a sua capacidade de amar, de brincar, de oferecer a si e ao mundo um sorriso. Um homem morre quando pensa: "Qualquer dia tenho x anos e acabam-se os sonhos." Não conheço o Senhor mas gostaria de lhe enviar daqui as maiores felicidades e força na sua obra.Obrigada meu grande amigo L. (fico a dever-te mais uma).Um grande abraço de D. Francisco de Beja (risos, és demais).
20 Agosto, 2006 21:29

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Dias Tranquilos - Memória de uma manhã que o Mundial de futebol impediu







O ano passado - 25 de Junho - a objectiva de Mário Sousa (que hoje inaugurou uma exposição de fotografias de sua autoria) captou estas imagens, de um percurso em torno do património invisível, pelas ruas antigas da cidade de Montemor-o-Novo.
Buscávamos aldrabas, batentes, martelos de porta, espelhos de fechadura e toda uma linguagem simbólica que estes artefactos têm para nos contar.
O grupo integrava 21 pessoas muito interessadas e não fora o mundial de futebol, este ano, o 1 de Julho poderia ter sido também festivo.
O número de inscritos, no passeio programado para este ano, foi escasso e sendo assim ficou para 2007, pela Primavera, a hipótese de se visitar uma oficina de ferreiro e redescobrir uma parte das centenas de utensílios que Montemor-o-Novo ainda guarda nas suas portas e continuam a servir para anunciar visitas e intrusos. Talvez nessa altura já existam postais com fotografias de aldrabas e batentes...

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Postado por oasis dossonhos às 23:12 4 comentários
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Fazendeiros disse...
Em primeiro lugar obrigado pelo comentário sobre a ida dos Fazendeiros à Sérvia. Mais uma vez não tive oportunidade de fazer o passeio convosco pois como Fazendeiro estava a dançar mas, conheço muito bem esses objectos cheios de história, todos os dias passo por eles a caminho do trabalho. Obrigado por mais esta visita à Nobre Cidade de Montemor-o-Novo
18 Julho, 2006 17:29
MRS disse...
Bom dia Luis, és de facto uma pessoa por quem tenho grande admiração, o facto de teres colocado aqui fotos minhas desse dia memorável, para mim é um grande acontecimento, e tb fazeres referência á minha exposição, de facto o futebolismo transformou-se na nova religião deste povo que adora viver amordaçado, somos um povo que prefere a industria do futebol em detrimento á cultura, é um povo que confunde "coltura" com Cultura, tive pena que fosse adiado essa iniciativa em Montemor, já te o tinha dito noutra altura, aqui fica a minha tristeza por este povo ingrato.Abraço Luis.
19 Julho, 2006 11:08
Pete disse...
Caro Luis só uma questão:O que é uma aldraba?Um Abraço e bom fim-de-semana,Pedro Gonçalves.
20 Julho, 2006 12:33
Alexandre Pirata disse...
Bom dia amigo Luís, depois de hoje no Jornal da Noite, ouvir a triste notícia que mais uma das grandes expoentes da nossa Cultura, se viu obrigada a exilar-se no Brasil, vim atrás do belo Poema que dedicaste a essa grande Senhora Maria João Pires, que oportuno.Vim atrás do belo poema dizia, e soube por este teu Blog, que a visita no âmbito dos Dias Tranquilos não se realizou, graças á nova enfermidade que assola o País de Norte a Sul, o "Futebolismo"!Eu estive na cresta das minhas Abelhinhas o dia inteiro, este é um grande "Ano Melífero", pelo que não me inscrevi, para a Primavera conto poder participar na visita, conhecer mais sobre as aldrabas, e partilhar o pouquinho que delas conheço.Um grande abraço, AP
28 Julho, 2006 22:51

1º Jantar-tertúlia numa casa regional - Casa das Beiras

A Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular prossegue com a concretização das actividades planeadas para 2006, bem como de outras desejadas pelos associados ou cuja oportunidade se vai evidenciando ao longo do ano.

Assim, iremos pôr em execução uma sugestão apresentada pelo associado João Coelho na Assembleia Geral de Dezembro de 2005, no sentido de realizarmos regularmente jantares-tertúlia nas Casas Regionais sedeadas em Lisboa, visando finalidades de convívio e de interacção com diversas realidades culturais de âmbito regional.

Iremos efectuar o primeiro desses jantares na Casa das Beiras, na próxima 6ª feira, dia 21 de Julho de 2006, com início pelas 19.30 horas.

A Casa das Beiras fica situada na Av. Almirante Reis, 256/1º Esqº, em Lisboa.

A refeição será composta por entradas regionais, sopa, um prato típico à escolha (migas de couve com bacalhau, ensopado de borrego ou chanfana), bebidas, sobremesa e café, e terá o preço fixo de 15 euros por pessoa.

A seguir ao jantar, estabelecer-se-á um convívio e diálogo informais com um representante da Direcção da Casa das Beiras, Dr. Rui Leitão de Carvalho, e com dois associados de longa data daquela instituição, que nos vão proporcionar uma troca de impressões sobre as perspectivas de trabalho actuais e passadas, e sobre a possível cooperação com associações como a nossa. Haverá ainda um momento musical, com utilização do piano da sala de convívio.

As inscrições são indispensáveis, e podem ser feitas para os TM: 96 659 6266 ou 91 9647195, ou ainda para o e-mail aldraba@gmail.com, o mais tardar até 5ª feira, dia 20/7, às 12.30h.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Revista nos "Combatentes": "Isto é que vai uma crise!"




Estreou-se ontem, no Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes" que este ano faz cem anos de actividade em prol da cultura, do desporto e do convívio, a revista à portuguesa do novo grupo cénico "ISTO É QUE VAI UMA CRISE".
Pelo desempenho hilariante e de grande talento, salientam-se Maria Cardoso, (inexcedível na interpretação de figuras populares) Teresa Balbi (muito bem na homenagem a Amália), Hugo Silva (com uma excelente desenvoltura em palco e uma expressão mímica notável), Flávio Silva (uma revelação promissora), Orlando Neves (com a tarimba dos Pregões de Lisboa e dos pais, velhas glórias dos pergaminhos do teatro da colectividade) e uma pleiade de intérpretes e bailarinas que pisam o palco com a sábia orientação do encenador Paulo Vasco. O guarda-roupa belíssimo é uma mistura do acervo do Maria Vitória e da Academia de Santo Amaro.
Podem assistir a este magnífico espectáculo às sextas-feiras e sábados a partir das 21h30m na Rua do Possolo, 7 a 9. Se gostam de rir e de ver teatro não percam esta oportunidade!
(reportagem fotográfica de Manuel José Graça da Silva)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 12:07 1 comentários

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Fernando Jorge Pires disse...
Amigo Luis:Como é do seu conhecimento, tive a oportunidade de conhecer o grupo em questão em Alpedrinha. Foi um espectáculo fantástico. Gostaria muito de ver esta revista. Pode ser que a Liga dos Amigos consiga mais um intercâmbio para o tornar possível.1 abraço de Alpedrinha.
12 Julho, 2006 15:05

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Murfacém: com um brilhozinho nos olhos e um imaginário popular que une pessoas de todas as idades em torno de um património emblemático






José Luís Martins é dirigente da Associação de Moradores de Murfacém e Cova. Segundo ele, Murfacém, que tem cerca de 80 habitantes, se não for a colectividade e o "Museu", além das pessoas, não tem mais nada.
Durante décadas, o Museu de Etnografia Árabe (Quem o criou? Quem expôs aqueles objectos daquela maneira e o que são?) esteve encerrado.
José Luís conta que:"Fomos criados sempre a visitar o Museu e agora aquilo que a gente viu não queremos ver abandonado e degradado. Quando eu era miúdo nós íamos para ali sentados no chão ou num banquinho para desenhar aquilo. Nós íamos desenhar o Museu. Chegou a uma altura que era quase por olho...e depois a professora explicava -nos o que era aquilo..."
Ontem passei por lá e estive à conversa com gente muito motivada para preservar o património, pois sabe que ele é emblemático para a terra. No espaço há uma exposição de alguns materiais supostamente encontrados em escavações: azulejos, vestuário, armas, com interesse, que merece ser estudado, mas sem retirar à população esse espólio que parece dizer tanto ao seu imaginário popular...
Sem querer alinhar em polémicas que não me dizem respeito, assinalo uma vontade firme de valorizar a terra, que é rara em meios populacionais como se constata ali. Na realidade, jovens e idosos alinham pelo mesmo ideal: Murfacém tem um património importante que não lhe deve ser retirado pelos grandes centros, mas devolvido e condignamente investigado e exposto, servindo de chamariz aos amantes destas coisas.
O passado árabe, as minas de água, as passagens subterrâneas, que supostamente existem no subsolo e ligam Murfacém aos Capuchos e à Trafaria são estórias que se escutam com frequência quando se convive com estas pessoas.
Ontem, foi ouro sobre azul ter comigo fotografias e um texto que é resultado de uma investigação acerca dos morábitos em Portugal e na Tunísia.
Partilhei com eles o que sei. Retribuíram com um brilhozinho nos olhos, alguma efabulação e a esperança de verem Murfacém no mapa das lendas de mouros e mouras encantados...quem sabe se um dia não haverá por ali uma festa reinventada, com esse imaginário popular como motivação e motor do desenvolvimento local?

(texto LFM; fotos:Ana Fonseca)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 11:05 2 comentários

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plenitude disse...
São momentos como esses que nos fazem mover montanhas. Beijos aos dois
11 Julho, 2006 10:31
Pete disse...
Deve-se preservar o património cultural.Um abraço e boa semana,Pedro Gonçalves.
11 Julho, 2006 12:29