O blogue da Aldraba tem vindo a registar e a documentar muitos ofícios tradicionais, cuja memória é fundamental para a identidade de todos nós.
Hoje, mais do que um texto
descritivo, recorremos a uma imagem (que fala mais do que mil palavras…).
Reproduzimos um belíssimo
quadro, da autoria do pintor flamengo Johannes Vermeer,
que o pintou à volta de 1658, e que se encontra atualmente no Rijksmuseum, em Amsterdão.
Neste quadro,
Vermeer retrata um instante do quotidiano de trabalho de uma empregada de
cozinha, absorta na sua tarefa. A intimidade da rotina é revelada pela
tranquilidade com que a ação acontece.
A mulher é uma figura serena, segurando delicadamente
uma jarra com leite. Encontra-se no seu mundo, num interior quase nu, com a
presença de alguns objetos simples.
A cena é silenciosamente iluminada. A luz chega pela
janela e banha todo o ambiente, estendendo um brilho ao conjunto. O tratamento
de luz e sombra também revela a grande perícia de Vermeer. A luz que cai sobre
a leiteira destaca os seus antebraços pálidos e dirige o nosso olhar para o
leite que escorre.
No canto inferior da parede estão representados um
escalda-pés e azulejos, um deles mostrando Cupido, deus do amor. De acordo com
o historiador de arte Harry Rand, a pintura sugere que a mulher está a fazer pudim
de pão, o que explicaria o leite e os pedaços de pão sobre a mesa. A mesa, os
pães, os objetos em cerâmica e a mulher compõem um conjunto harmónico, nas
cores e nas formas.
JAF (texto adaptado de http://estoriasdahistoria12.blogspot.com)
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