sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

12ª visita a espaços de interesse para o património - Casa-Museu Medeiros e Almeida (Lisboa), sábado, 17.12.2022, 15h30

 

Depois de uma interrupção de mais de dois anos, imposta pela pandemia, a Associação ALDRABA volta a propor aos seus associados, familiares e amigos oportunidades de contacto com espaços privilegiados onde se registam a história, a vida e a criatividade do nosso povo.

 

O nosso conceito de património popular não se confina às manifestações de artesanato ou de outras expressões artísticas das populações rurais, por maior interesse e dignidade de que elas se revistam. Não. Estão igualmente incluídas as criações artísticas mais sofisticadas destinadas, enquanto consumo, à aristocracia ou à alta burguesia, mas cujos produtores efetivos são os artistas e os trabalhadores dos estratos mais pobres…

 

É nesse contexto que vos propomos uma visita à CASA-MUSEU MEDEIROS E ALMEIDA, situada no centro de Lisboa, na Rua Mouzinho da Silveira, nº6, fazendo gaveto para a Rua Rosa Araújo, nº41, não muito longe do Marquês do Pombal.

 

O edifício que alberga a instituição foi mandado construir em 1896, tendo sido adquirido em 1943 por António Medeiros e Almeida (1895-1986), que, após obras de remodelação, a transformou na sua habitação. No início da década de 1970, o empresário, colecionador e benemérito, ampliou a casa construindo uma ala nova sobre o jardim, de modo a poder albergar toda a sua coleção de artes decorativas. O edifício passou por diversas campanhas de obras (construção, remodelação e ampliação) até 2001, altura em que a Casa-Museu foi aberta ao público.

 

Tendo começado a colecionar nos anos 1930, no auge da sua carreira profissional no pós-guerra, permitiu-lhe adquirir nas mais afamadas casas leiloeiras e antiquários europeus e reunir uma importante coleção de artes decorativas.

 

Em 1972, foi criada a Fundação Medeiros e Almeida, tendo como objetivo permitir a fruição pública da coleção. O acervo reflete um gosto eclético e cosmopolita que se ajusta ao ambiente da casa. A escolha das obras de arte, direcionada para uma vivência pessoal e social, foi sempre dirigida por um critério de excelência que se revela nomeadamente em duas coleções para as quais o colecionador projetou salas dedicadas: a de relógios e a de porcelana da China.

 

Na coleção de cerâmica chinesa incluem-se as mais díspares peças, desde a raridade das terracotas chinesas da dinastia Han (206 a.C.-220), aos primeiros vidrados da dinastia Tang (618-907) e às depuradas peças Song (960-1279) sendo o núcleo mais significativo o das chamadas “primeiras encomendas”, as primeiras peças de porcelana encomendadas na China para o Ocidente, com cerca de 500 anos, que ostentam as armas reais de Portugal e de D. Manuel I.

 

A sofisticação e apuro técnico estão presentes nas peças de relojoaria francesa, inglesa e suíça, salientando-se o relógio inglês, de noite do século XVII, com iluminação interior por candeia de azeite, do relojoeiro da corte de Carlos II de Inglaterra, Edward East (1602-1697), ainda em funcionamento, uma ampulheta em âmbar e marfim, com assinatura “Michael Schödelock fecit Gedani”, feita em Gdansk (na altura na Prússia), datada de cerca de 1660 e ainda cerca de 25 relógios Breguet, uma das mais famosas casas relojoeiras do mundo.

 

Nesta sequência, destacam-se ainda o mobiliário português e francês, a coleção de pinturas holandesas e flamengas dos séculos XVI e XVII, os retratos ingleses do século XIX, os adereços de joalharia, as baixelas de prata inglesa, a ourivesaria sacra e as tapeçarias flamengas e francesas dos séculos XVI, XVII e XVIII.

 

OS INTERESSADOS EM PARTICIPAR NESTA VISITA DEVEM COMPARECER NA RECEÇÃO DA CASA-MUSEU UNS 15 MINUTOS ANTES DAS 15H30 DO SÁBADO 17 DE DEZEMBRO. Tarifa de ingresso de 4 euros para maiores de 65 anos, 6 euros para mais novos.

 

JAF

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