Depois de uma interrupção de
mais de dois anos, imposta pela pandemia, a Associação ALDRABA volta a propor
aos seus associados, familiares e amigos oportunidades de contacto com espaços
privilegiados onde se registam a história, a vida e a criatividade do nosso
povo.
O nosso conceito de património
popular não se confina às manifestações de artesanato ou de outras
expressões artísticas das populações rurais, por maior interesse e dignidade de
que elas se revistam. Não. Estão igualmente incluídas as criações artísticas mais
sofisticadas destinadas, enquanto consumo, à aristocracia ou à alta burguesia,
mas cujos produtores efetivos são os artistas e os trabalhadores dos estratos
mais pobres…
É nesse contexto que vos propomos
uma visita à CASA-MUSEU MEDEIROS E ALMEIDA, situada no centro de Lisboa, na Rua Mouzinho da Silveira, nº6,
fazendo gaveto para a Rua Rosa Araújo, nº41, não muito longe do Marquês do
Pombal.
O edifício que alberga a instituição foi mandado construir em 1896, tendo sido adquirido em 1943 por António Medeiros e Almeida (1895-1986), que, após obras de remodelação, a transformou na sua habitação. No início da década de 1970, o empresário, colecionador e benemérito, ampliou a casa construindo uma ala nova sobre o jardim, de modo a poder albergar toda a sua coleção de artes decorativas. O edifício passou por diversas campanhas de obras (construção, remodelação e ampliação) até 2001, altura em que a Casa-Museu foi aberta ao público.
Tendo começado a colecionar nos anos 1930,
no auge da sua carreira profissional no pós-guerra, permitiu-lhe adquirir nas
mais afamadas casas leiloeiras e antiquários europeus e reunir uma importante
coleção de artes decorativas.
Em 1972, foi criada a Fundação
Medeiros e Almeida, tendo como objetivo permitir a fruição pública da coleção. O
acervo reflete um gosto eclético e cosmopolita que se ajusta ao ambiente
da casa. A escolha das obras de arte, direcionada para uma vivência pessoal e
social, foi sempre dirigida por um critério de excelência que se revela
nomeadamente em duas coleções para as quais o colecionador projetou salas dedicadas:
a de relógios e a de porcelana da China.
Na coleção de cerâmica chinesa
incluem-se as mais díspares peças, desde a raridade das terracotas chinesas da
dinastia Han (206 a.C.-220), aos primeiros vidrados da dinastia Tang (618-907)
e às depuradas peças Song (960-1279) sendo o núcleo mais significativo o das
chamadas “primeiras encomendas”, as primeiras peças de porcelana encomendadas
na China para o Ocidente, com cerca de 500 anos, que ostentam as armas reais de
Portugal e de D. Manuel I.
A sofisticação e apuro técnico estão
presentes nas peças de relojoaria francesa, inglesa e suíça,
salientando-se o relógio inglês, de noite do século XVII, com iluminação
interior por candeia de azeite, do relojoeiro da corte de Carlos II de
Inglaterra, Edward East (1602-1697), ainda em funcionamento, uma ampulheta em
âmbar e marfim, com assinatura “Michael Schödelock fecit
Gedani”, feita em Gdansk (na altura na Prússia), datada de cerca de
1660 e ainda cerca de 25 relógios Breguet, uma das mais famosas
casas relojoeiras do mundo.
Nesta sequência, destacam-se ainda
o mobiliário português e francês, a coleção de pinturas holandesas e flamengas
dos séculos XVI e XVII, os retratos ingleses do século XIX, os adereços de
joalharia, as baixelas de prata inglesa, a ourivesaria sacra e as
tapeçarias flamengas e francesas dos séculos XVI, XVII e XVIII.
OS
INTERESSADOS EM PARTICIPAR NESTA VISITA DEVEM COMPARECER NA RECEÇÃO DA
CASA-MUSEU UNS 15 MINUTOS ANTES DAS 15H30 DO SÁBADO 17 DE DEZEMBRO. Tarifa de
ingresso de 4 euros para maiores de 65 anos, 6 euros para mais novos.
JAF
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