sábado, 13 de janeiro de 2024

14ª visita a espaços de interesse para o património - Exposição "Ora, faço gravuras...-Cartoons de Luís Afonso", sábado, 20.1.2024, 15h, no Museu Bordalo Pinheiro (Campo Grande, Lisboa)











A Aldraba propõe-se dar continuidade à série de iniciativas designadas "visitas a espaços de interesse para o património", proporcionando aos seus associados e amigos o contacto com realidades relevantes para o nosso património popular e para o património português em geral, que estejam acessíveis em locais fixos. A última atividade, assim considerada, foi a 13ª visita, ao Museu do Dinheiro, em 29.1.2023.

Isto, evidentemente, sem prejuízo de outras iniciativas idênticas, incluídas em programas mais abrangentes, e que por tal motivo não são referenciadas autonomamente (foi o caso, por exemplo, das recentes visitas ao Museu de História Natural e ao Reservatório da Patriarcal, incluídas na nossa 14.ª Rota da Aldraba, "Da Escola Politécnica a S. Pedro de Alcântara", em 16.12.2023). 

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Desafiamos-vos, desta vez, a uma visita à exposição que tem estado patente no Museu Bordalo Pinheiro, sito no Campo Grande, 245, 1700-091 Lisboa (junto à Universidade Lusófona, com o telef. 21 751 32 00), desde 26 de outubro de 2023.

O cartoonista português, conhecido autor de Bartoon (Público) e de Barba e Cabelo (A Bola), trouxe até ao Museu Bordalo Pinheiro um conjunto de cartoons, publicados ao longo das últimas décadas, dedicados aos museus, ao património e à cultura.

Luís Afonso anda há muitos anos a divertir-nos com os desenhos que publica no jornal Público, e o museu escolheu os que se relacionam com a vida cultural para esta exposição.

Luís Afonso da Palma nasceu em Aljustrel em 1965 e vive em Serpa.

Com formação académica em Geografia, foi professor dessa disciplina e trabalhou em projetos de desenvolvimento até 1995.

A partir desse ano dedicou-se exclusivamente aos cartoons, atividade que havia iniciado 10 anos antes. Tem rubricas diárias no Público (Bartoon), A Bola (Barba e Cabelo), Jornal de Negócios (SA) e RTP (A Mosca).

É autor de nove livros de cartoons, oito como autor integral e outro como argumentista. Em 2012, estreou-se na ficção com O Comboio das Cinco, a que se seguiu O Quadro da Mulher Sentada a Olhar Para o Ar Com Cara de Parva e outras histórias (2016) e A Morte de A a Z (2022), editados pela Abysmo, e O Chef (2022), editado pela Relógio D’Água. É também autor de uma curta-metragem, Everestalefe (2019).

O Luís Afonso é também um homem interessado pelo associativismo e pela intervenção social, pelo que temos o orgulho de o contar como associado da Aldraba desde 5 de setembro de 2006, data em que foi admitido como nosso associado 113 (n.º 44, com a numeração atualizada em 2015). Desde o n.º 1 da revista “Aldraba”, até ao recente n.º 34, o Luís Afonso tem enriquecido o verso das capas da nossa revista com cartoons da sua escolha, alusivos ou relacionados com os temas tratados em cada número! Enorme gratidão da nossa parte, Luís.

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Luís Afonso dedica-se a comentar em cartoons diários a atualidade nacional e internacional desde que, em 25 de abril de 1993, há 30 anos, substituiu no jornal Público outro grande cartoonista português, Sam.

Não receia trabalhar lado a lado com as notícias que comenta, por vezes na mesma página, alertando o leitor para o absurdo quotidiano. Como observa, “no que me diz respeito, o que faço é pegar em todas as situações absurdas, pondo em evidência as contradições que lhe estão associadas”, ou seja, desconstruindo para expor o ridículo e usando o humor como agitador das consciências. A receita é simples, mas atenção: requer muito talento, atingir esta “simplicidade eficaz”.

Nas tiras a que chamou Bartoon, Luís Afonso criou um cenário bem conhecido do público, composto por um balcão de bar onde se sentam os protagonistas do momento, à conversa com o barman. Estes protagonistas nunca são pessoas em concreto, mas figuras-tipo: o indigente, o jovem, o operário, o soldado americano, o tipo do FMI, o repórter, a rapariga dos peditórios ou o político nabo. Nestas conversas, o barman, com um misto de inteligência e senso comum temperado por muito humor, desvenda o que está para além da pequena notícia.

É assim que o barman, figura invisível do nosso dia a dia, se transforma na personagem principal, a que nos oferece um espelho onde se reflete a realidade sem máscaras, como se de um Zé Povinho bordaliano se tratasse. A política nacional e internacional, ou a economia, são os tópicos orientadores das conversas ao balcão.

No entanto, Luís Afonso esteve atento aos momentos em que a cultura e o património foram o “assunto do momento” e trouxe o tema para dentro do seu bar.

Nesta exposição homenageiam-se as “tiras culturais” – sucedendo à mostra que o Museu de Évora dedicou ao autor em 2009, com o título “Por mim fazia-se ali um Museu”. Acreditamos que, apesar de datadas em relação aos acontecimentos que comentam, a crítica que encerram mantém-se viva e atual, continuando a provocar um misto de riso e estupefação generalizados.

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Compareçam, e tragam convosco familiares e amigos, não sendo necessária inscrição prévia. Bilhete de ingresso de 3€, mas com redução ou isenção para a maior parte dos nossos possíveis participantes.

JAF (texto baseado no site do Museu)


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