sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Início das comemorações do centenário da Casa do Alentejo


A Casa do Alentejo em Lisboa deu início no passado dia 26 de janeiro de 2023 às comemorações do seu centésimo aniversário.

Será um ano inteiro de atividades, com atividades culturais, grupos corais, gastronomia, exposições e uma sessão solene para o dia oficial da fundação, a 10 de junho.

As iniciativas têm o alto patrocínio da Presidência da República e da Comissão de Honra, de que fazem parte mais de 100 personalidades, como historiadores, músicos, escritores e empresários, autarquias alentejanas e da cidade de Lisboa, bem como a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura Recreio e Desporto, e quatro coletividades convidadas para o efeito pela Casa do Alentejo (Lincemoz, G.A.Olivença, N.A.Barrancos e Associação Aldraba).

A nossa Associação ALDRABA considera uma grande distinção ter sido apontada para a Comissão de Honra do Centenário da Casa do Alentejo, e vai dispor-se a toda a colaboração que seja considerada útil.

A Casa do Alentejo foi planeada por comerciantes, farmacêuticos e homens dos ofícios, que tinham vindo do Alentejo para Lisboa, tendo sido formalizada como associação em 10 de junho de 1923. Funcionou primeiro em Alcântara, depois no Bairro Alto e ocupou em 1932 o edifício que ainda é a sua sede de hoje, na Baixa de Lisboa.

Ao longo dos 100 anos, a Casa do Alentejo teve escola, posto médico, sapataria, barbearia, foi onde muitos se conheceram e casaram, já que as casas regionais serviam mesmo para isso: dar apoio a quem chegava de Évora, Beja ou Elvas, e a quem já estava instalado em Lisboa iam encontrando soluções, nomeadamente de emprego.

A associação comprou o edifício em 1982, iniciando um longo e oneroso processo de recuperação do palacete, que pertenceu aos condes de Alverca e foi o primeiro casino de Lisboa, antes de os jogos de fortuna e de azar terem sido proibidos por Salazar, em 1928.

Com o 25 de abril de 1974, a instituição abriu-se e teve "uma explosão", chegando a ter mais de 3.000 sócios. Os jogos foram então proibidos, passando a existir mais atividade cultural, mas, tal como então, continua a ser preciso ser alentejano para se ser sócio-dirigente, com o objetivo de "manter a ligação à região".

"Desenvolveram-se os grupos corais aqui, os bailes também nunca deixaram de existir, mas tiveram outro significado e passaram a ser todas as semanas ao domingo, [destacaram-se] a apresentação de livros e de mostras de artesanato e as autarquias do Alentejo passaram a vir muito mais à Casa do Alentejo. Neste ano em que estamos, nós prevemos que mais de metade dos municípios vão estar aqui na Casa do Alentejo", disse o presidente da Casa do Alentejo João Proença, destacando que para fevereiro está prevista a feira do Queijo de Serpa e uma iniciativa da Câmara de Montemor-o-Novo.

Depois de dificuldades sentidas durante a pandemia, em que esteve fechada por dois períodos e teve de recorrer a ajuda da banca e aos apoios do Governo, a instituição está ainda a pagar dívidas, mas "a funcionar normalmente", assegura o presidente, tendo em permanência uma venda de artesanato, um restaurante e uma taberna, com gastronomia regional.

JAF


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