Nos dicionários online da língua portuguesa, um saltimbanco é um “histrião que exibe as
suas habilidades na via pública ou nas feiras, em geral num estrado” e também um
“farsante, pelotiqueiro”, ou, em sentido figurado, um “indivíduo indigno de
confiança ou consideração”.
De um modo geral, os
conceitos oficiais desconsideram estes artistas, e são profundamente injustos
para com quem trabalha honestamente para divertir os seus concidadãos,
desenvolvendo habilidades e aptidões a que as pessoas “normais” não conseguem
aceder, a troco de incertas e inseguras gratificações que são o seu único
ganha-pão.
Dos mais velhos entre
nós, quem não se lembra destas “trupes” de saltimbancos, constituídas por três
ou quatro amigos ou familiares, geralmente muito pobres, às vezes incluindo
alguns animais adestrados, que se iam exibindo nas ruas e largos das nossas
aldeias ou vilas, fazendo habilidades com massas ou bolas, engolindo petróleo e
expelindo fogo, maravilhando a imaginação das crianças e adultos?
Em 2020, tanta coisa mudou… A
pobreza “democratizou-se”, e a globalização tem consequências inesperadas!
Do Canadá, país para onde
milhares de portugueses emigraram para trabalhar, vem uma jovem rapariga, que
tem andado a estudar artes circenses no nosso país, e procura ganhar alguns
euros (ou cêntimos) com artes de fogo nos semáforos da cidade de Lisboa.
Aqui está ela a trabalhar num
cruzamento da Avenida dos Estados Unidos da América…
JAF
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