sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

32º Jantar-Tertúlia da Aldraba na "Voz do Operário", dia 29.1.2022, sáb., 19h

 


O já tradicional jantar-tertúlia, que há muitos anos a associação Aldraba realiza no mês de dezembro com os seus associados e amigos, como forma de confraternização na quadra natalícia, foi em 2021 diferido para o mês de janeiro seguinte, em face das incertezas que persistem em termos de saúde pública, e por termos tido três atividades presenciais em outubro e novembro últimos, aliás muito concorridas.

Para o concretizar, defrontámo-nos no corrente mês com o não abrandamento da vaga pandémica e com a realização da atual campanha eleitoral para as legislativas (que ocupa parcialmente os locais e as disponibilidades das pessoas…).

Mesmo assim, fizemos questão de procurar um espaço onde nos pudéssemos reunir com condições de segurança, e que oferecesse suficiente interesse para os nossos associados e amigos, na ótica do contacto com experiências relevantes da vida associativa e cultural portuguesa.

É, pois, com muito gosto que anunciamos a realização do nosso 32.º jantar-tertúlia para o próximo dia 29 de janeiro de 2022, sábado (dia em que a campanha eleitoral está já interrompida), a partir das 19 horas, na Sociedade de Instrução e Beneficência “A Voz do Operário”, sita na rua com o mesmo nome, nº 13, entre o largo da Graça e a igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa.

O jantar propriamente dito será composto por um moscatel e entradas, um prato de cachaço com batatinhas no forno com salada de alface, doce, bebidas e café, tudo ao preço único de 12 euros.

Durante o jantar, seremos recebidos e acompanhados por um membro da direção da Voz do Operário que, designadamente, nos apresentará a valiosa experiência daquela coletividade, formada a partir de 1879 por operários tabaqueiros, que lançaram o jornal “a Voz do Operário”, um periódico “que nos defenda a todos, e mesmo aos companheiros de outras classes".

Constituída em 1883 por 316 associados, a Sociedade Cooperativa A Voz do Operário propunha-se "estudar o modo de resolver o grandioso problema do trabalho, procurando por todos os meios legais melhorar as condições deste, debaixo dos pontos de vista económico, moral e higiénico, (…) estabelecer escolas, gabinete de leitura, caixa económica e tudo quanto, em harmonia com a índole das sociedades desta natureza, e com as circunstâncias do cofre, possa concorrer para a instrução e bem estar da classe trabalhadora em geral e dos sócios em particular". Os associados pagavam uma quota mensal de vinte réis.

Em 1889, quando a Voz do Operário tinha 1114 sócios, muitos dos quais já não eram operários tabaqueiros, deu-se uma alteração de estatutos, que conduziu à atual S.I.B.”VO”, tendo a sociedade assumido, a partir da implantação da República em 1910, um papel de grande projeção na instrução pública. Em 1932, o número de associados ascendia a cerca de 70 mil sócios e a escola constituía-se no mais importante núcleo de instrução primária da capital e periferia. Em 1938, essas escolas eram frequentadas por 4.200 alunos, na sua grande maioria filhos de operários. A ação da Voz do Operário estendia-se também ao apoio aos mais desfavorecidos, nomeadamente no fornecimento de refeições, um balneário público, cursos de formação profissional (com os cursos de costura a registarem elevada frequência), assistência funerária e uma biblioteca.

Toda esta intensa atividade social permitiu à VO resistir às múltiplas iniciativas do regime de Salazar para limitar ou condicionar o seu funcionamento, e permitiu-lhe chegar ao 25 de abril de 1974 com uma pujança de que iremos ouvir falar, com mais detalhe, durante o nosso próximo jantar de 29.1.2022.

Quem deseje participar neste próximo jantar-tertúlia deve inscrever-se, por telefone ou email, até à próxima 5ª feira, 27.1, para o José Alberto Franco (TM 96 370 84 81; jaffranco@gmail.com) ou para o Albano Ginja (TM  91 477 39 56; albanoginja@gmail.com), ou ainda para o mail da Aldraba (aldraba@gmail.com).

JAF

 

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