Paredes meias com o Palácio Mayer (Prémio Valmor 1902, construído em 1901 por Nicola Bigaglia e pertença de Adolfo de Lima Mayer), e em cujos jardins foi implantado na década de 1920, o Parque Mayer, com os seus quatro teatros: ABC, Capitólio, Maria Vitória e Variedades, com um sem número de restaurantes e tascas, carrosséis, esplanadas, pavilhões, casas de fado, barracas de tiro, box, luta livre e outras diversões, foi um importante espaço de lazer, divertimento e boémia de toda a Lisboa.
É um espaço emblemático e incontornável quando se trata do teatro de revista à portuguesa, já que pelos seus teatros passaram gerações e gerações de artistas ainda hoje lembrados e venerados, e onde foram levadas à cena representações inesquecíveis da história da cultura nacional.
Com a perda de popularidade do teatro de revista a partir da década de 1990 e objecto de grandes interesses e controvérsias em matéria de urbanismo, o recinto começou a degradar-se tendo atualmente apenas o Teatro Maria Vitória a funcionar, mercê da persistência do seu empresário, Helder Freire Costa, e de um punhado de artistas amantes daquele género teatral.
A recuperação do Capitólio já concluída e as obras de reconstrução do Variedades em curso poderão vir a traduzir-se na revitalização de tão significativo espaço público lisboeta.
A companhia atenciosa e o muito saber do Flávio Gil - actor, poeta, e coautor e encenador da revista agora em cena no Maria Vitória – foram um factor determinante no sucesso da nossa deambulação por aquele espaço de grandes memórias e pela satisfação dos 44 participantes nesta actividade da nossa Associação.
Satisfação essa que continuou durante o animado almoço no Restaurante Floresta do Salitre, onde não faltou um “cheirinho” de cante alentejano…
MEG (fotos MEG e Mário Sousa)
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