segunda-feira, 11 de junho de 2018

Como foi o lançamento do nº23 da revista






























Falar do mês de Junho é também falar de festas, arraiais e outras manifestações culturais que fizeram e fazem parte do nosso património popular - esse património que tanto valorizamos e que esta Associação fez ponto de honra em inscrever na sua denominação.

Junho trouxe-nos o espaço e o contexto para o lançamento do nº 23 da nossa revista. A Junta de Freguesia das Avenidas Novas e a sua presidente Ana Gaspar acolheram-nos no passado dia 4 numa das magníficas salas do palacete onde aquela autarquia está instalada, para assistirmos à primorosa apresentação proporcionada pelo Professor Pedro Prista. Da sua análise resultou a garantia que continuamos a cumprir com a função e os objectivos da nossa publicação.

Identificando a revista como um trabalho interventivo de grande importância cívica e profundidade científica, encontrou três adjectivos para o classificar – é um trabalho sério, útil e rico. Muito nos honram estas palavras!

O trabalho sobre o património é, no seu entender, um trabalho em terreno resvaladiço, porque não se consegue estabilizar a figuração do que se designa património contribuindo, para isso, a eterna dialéctica entre o material e o imaterial.

Entendendo o carácter do conteúdo da revista Aldraba como comprometido com a etnografia, referiu que o ponto nuclear na defesa do património é a transmissão e que, inevitavelmente, ela depende da humanidade - da capacidade das pessoas viverem, transmitirem e partilharem umas com as outras. O nosso legado são essas experiências sentidas, essas vivências e memórias experimentadas que temos a obrigação, também nós, de partilhar.

Folhear este número da revista Aldraba é, no seu entender, percorrer a etnografia do nosso país, tantos são os conteúdos e os locais abordados. Demorando-se um pouco sobre os artigos que a constituem, valorizou cada um, ressalvando a importância dos temas e a relevância de cada contributo, sem deixar de salientar o artigo de Paula Lucas da Silva muito pela riqueza da escrita, mas mais ainda pela perspectiva revelada sobre a memória – a sua perda – um percurso inverso do que tanto valorizamos e queremos partilhar.

Sobre a simbologia da aldraba que dá nome à nossa Associação, encontrou interessantes interpretações e analogias - a dialéctica do dentro e do fora, do entrar e do sair, de ser um objecto que traduz a ideia de hospitalidade, o pedido de alguém para ser atendido e, acima de tudo, um símbolo que encerra em si uma solicitação de transposição, de passagem e, em última análise, um sinónimo de transmissão.

Agradecemos a todos os que quiseram connosco assistir a este momento de excelência que, à sua maneira, foi também um momento de festa. Obrigado ao Professor Pedro Prista pela generosidade da sua presença e pelas suas calorosas palavras.

Ana Isabel Veiga (fotos LFM)

1 comentário: