O nosso amigo Alexandre Flores publicou hoje na sua página do Facebook um interessante texto histórico, que aqui reproduzimos com todo o gosto:
Hoje, dia 15 de Junho de 2017, é o dia do «Corpo de Deus», uma festividade que se perde na noite dos tempos, outrora relevante nas gentes e lugares de Almada e arredores...
O dia do "Corpo de Deus" (ou "Corpus Christi") é uma festividade muito antiga, na qual a Igreja Católica soleniza a instituição do Sacramento da Eucaristia. Comemora-se sempre a uma quinta feira a seguir ao Domingo de Pentecostes, ou seja, a sessenta dias após a Páscoa.
O dia do "Corpo de Deus" (ou "Corpus Christi") é uma festividade muito antiga, na qual a Igreja Católica soleniza a instituição do Sacramento da Eucaristia. Comemora-se sempre a uma quinta feira a seguir ao Domingo de Pentecostes, ou seja, a sessenta dias após a Páscoa.
O "Corpo de Deus" é uma "festa de guarda" que se perde na noite dos tempos, desde os meados da Idade Média, onde os católicos deviam participar, indo à missa, para celebrar o «mistério da Eucaristia, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo».
Em Portugal, em várias localidades, ainda se realizam procissões e festas religiosas. As ruas chegam a ser decoradas com flores, ou colocados tapetes florais no chão para a procissão passar. Neste dia, há o costume da Igreja celebrar as primeiras comunhões e comunhões solenes de crianças.
Em Portugal, em várias localidades, ainda se realizam procissões e festas religiosas. As ruas chegam a ser decoradas com flores, ou colocados tapetes florais no chão para a procissão passar. Neste dia, há o costume da Igreja celebrar as primeiras comunhões e comunhões solenes de crianças.
Na antiga vila de Almada, a procissão do "Corpo de Deus" era a principal festividade, desde o século XVI, senão antes, A edilidade local tinha a obrigação de apoiar, com despesas, três procissões: a do "Corpo de Deus", a da "Visitação de Nossa Senhora" (a 2 de Julho) e a do "Anjo da Guarda" (no 3.º domingo do mesmo mês).
A procissão do "Corpo de Deus", festividade que, então, recebia maior aparato social, era bem acolhida pela Câmara Municipal de Almada e pelos mestres de várias artes e ofícios da terra. O cortejo religioso e cívico, que saia da Igreja de Santiago, ou da Igreja de Santa Maria do Castelo, chegava a incluir algumas figuras pitorescas e sacras, danças e cenas de autos sacramentais.
A procissão, que demorava horas a caminhar pelas principais ruas da vila, constituía uma manifestação de fé, um importante evento religioso e social na comunidade do concelho. Neste cortejo, rodeado de alguma magnificência, à solenidade do "Corpus Christi", incorporavam-se os clérigos das igrejas paroquiais e suas filiais do Termo de Almada, (incluindo os frades dos conventos de várias Ordens Religiosas existentes no concelho), os membros da governança municipal e militar, os mesteirais, as confrarias ou as irmandades, (com destaque para a irmandade do "Santíssimo Sacramento", responsável pela manutenção da lâmpada e do sacrário para a devoção permanente; e para a Santa Casa da Misericórdia de Almada), com as suas bandeiras e pendões.
No final da procissão, vinha, com pompa e circunstância, o pálio, em cujas varas pegavam os membros da Câmara e da Misericórdia. Sob o pálio, deslocava-se, normalmente, o Prior da Igreja de Santiago, ostentando a custódia com Santíssimo Sacramento. Era quase sempre ladeado pelo Presidente da Câmara, pelo Provedor da Misericórdia e outros altos dignitários da terra. Mais atrás, seguia o povo em devoção.
Nos meados do século XIX, esta festividade religiosa, em relação à procissão, foi perdendo a sua notoriedade, até à implantação da República, embora nas igrejas continuassem a ser celebradas as missas solenes.
A procissão, que demorava horas a caminhar pelas principais ruas da vila, constituía uma manifestação de fé, um importante evento religioso e social na comunidade do concelho. Neste cortejo, rodeado de alguma magnificência, à solenidade do "Corpus Christi", incorporavam-se os clérigos das igrejas paroquiais e suas filiais do Termo de Almada, (incluindo os frades dos conventos de várias Ordens Religiosas existentes no concelho), os membros da governança municipal e militar, os mesteirais, as confrarias ou as irmandades, (com destaque para a irmandade do "Santíssimo Sacramento", responsável pela manutenção da lâmpada e do sacrário para a devoção permanente; e para a Santa Casa da Misericórdia de Almada), com as suas bandeiras e pendões.
No final da procissão, vinha, com pompa e circunstância, o pálio, em cujas varas pegavam os membros da Câmara e da Misericórdia. Sob o pálio, deslocava-se, normalmente, o Prior da Igreja de Santiago, ostentando a custódia com Santíssimo Sacramento. Era quase sempre ladeado pelo Presidente da Câmara, pelo Provedor da Misericórdia e outros altos dignitários da terra. Mais atrás, seguia o povo em devoção.
Nos meados do século XIX, esta festividade religiosa, em relação à procissão, foi perdendo a sua notoriedade, até à implantação da República, embora nas igrejas continuassem a ser celebradas as missas solenes.
Alexandre M. Flores
Viva! Correcção. O colaborador da revista nº 20 de apelido FLORES, chama-se ALFREDO e foi Presidente de uma direcção da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio - antecessora da CPCCRD -a qual integrei como secretário. O seu a seu dono. Bem hajam e abraço desde a Beira Baixa.
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