Sou barco
Sou barco abandonadoNa praia ao pé do mar
E os pensamentos são
Meninos a brincar
Ei-lo que salta bravo
E a onda verde-escura
Desfaz-se em trigo
De raiva e amargura
Ouço o fragor da vaga
Sempre a bater no fundo
Escrevo, leio, penso
Passeio neste mundo
De seis passos
E o mar a bater ao fundo
Agora é todo azul
Com barras de cinzento
E logo é verde, verde
Seu brando chamamento
Ó mar, venha a onde forte
Por cima do areal
E os barcos abandonados
Voltarão a Portugal
E os pensamentos são
Meninos a brincar
Ei-lo que salta bravo
E a onda verde-escura
Desfaz-se em trigo
De raiva e amargura
Ouço o fragor da vaga
Sempre a bater no fundo
Escrevo, leio, penso
Passeio neste mundo
De seis passos
E o mar a bater ao fundo
Agora é todo azul
Com barras de cinzento
E logo é verde, verde
Seu brando chamamento
Ó mar, venha a onde forte
Por cima do areal
E os barcos abandonados
Voltarão a Portugal
António Borges Coelho,
Forte de Peniche, 1962
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