segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Pelo sonho é que vamos



Pelo sonho é que vamos

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.

Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama


(Reproduzido no verso da contracapa da revista ALDRABA n.º 36)


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Está no prelo o n.º36 da revista ALDRABA


 










Está a ser impresso na gráfica o novo número da nossa revista semestral.

Contamos poder começar brevemente a sua distribuição aos associados, e está já programada uma sessão de apresentação pública na tarde do próximo dia 7 de dezembro de 2024 (sábado) - em local e hora a anunciar.

Antecipamos já o conteúdo do n.º 36 da revista, em que assumem especial destaque os centenários de dois grandes nomes da nossa história e da nossa cultura (Damião de Góis e Luís de Camões), bem como os 100 anos de dois portugueses notáveis do séc. XX (Sebastião da Gama e Irisalva Moita):


Sumário

EDITORIAL

O que vejo da minha janela

Albano Ginja

OPINIÃO

Damião de Góis (1502-1574), um homem do Renascimento

Luís Figueiredo                                                           

Luís de Camões – Vate imortal

João Coelho                                                                

A tampa de sarcófago do “putto” de Elvas

J. Fernando Reis Oliveira                                            

LUGARES DO PATRIMÓNIO

Nomes de localidades em azulejos

José Alberto Franco                                                     

RITUAIS, TRADIÇÕES E REALIDADE

Chás, mezinhas e benzeduras

Ana Isabel Veiga e Luís Filipe Maçarico                         

DESABAFOS

O 25 de abril

Laurinda Figueiras                                                       

O vazio da cultura popular

Adriano Pacheco                                                         

VULTOS A ADMIRAR

No centenário do nascimento de Sebastião da Gama

Nuno Roque da Silveira                                               

Recordando Irisalva Moita

Nuno Roque da Silveira                                                

CRÍTICA DE LIVROS

Coletividades e resistência                                        

José Alberto Franco

ALDRABA EM MOVIMENTO

Maio a outubro de 2024         

José Alberto Franco


terça-feira, 5 de novembro de 2024

XLIV Encontro temático da ALDRABA: “O café e o património histórico”, Campo Maior, 16 e 17 de novembro de 2024




No próximo fim-de-semana de 16/17 de novembro de 2024, a Aldraba vai levar a efeito o seu 44.º encontro temático, desta vez na vila histórica de Campo Maior, do distrito de Portalegre e sub-região do Alto Alentejo.

Campo Maior tem um passado histórico riquíssimo, mas notabiliza-se atualmente pela produção e comércio de café e, de 4 em 4 anos, pelas Festas da Flor.

A nossa atividade terá o seguinte programa: 

Sábado, 16.11

11 h - Visita ao Centro de Ciência do Café (DELTA) (Concentração do grupo no parque de estacionamento do CCC/DELTA, a partir das 10h30)

13 h - Almoço no Restaurante Ministro (serviço à lista)

15 h - Visita ao Lagar-Museu Visconde d'Olivã

15h30 - Visita ao Museu Aberto - Casa das Flores

Seguir-se-á deslocação para os alojamentos* em Elvas

Jantar livre em Elvas 

Domingo, 17.11

10h15 - Visita ao Castelo e Fortificação Abaluartada de Campo Maior 

11h45 - Visita à Igreja Matriz e Capela dos Ossos

13 h - Almoço no Restaurante Ministro (serviço à lista)

Após o almoço

Visita à Aldeia Histórica de Ouguela - castelo, muralha, cisterna e casa do governador.

Visita à destilaria de gin na antiga escola primária.


* Os alojamentos devem ser contratados diretamente pelos participantes em Elvas, sugerindo-se o Hotel Brasa (T: 268 621 070/1) ou o Hostel Luso-Espanhola (T: 268 08 45 75 ou 96 342 40 23).

Os amigos e associados da Aldraba que queiram participar neste Encontro devem inscrever-se por mensagem para aldraba@gmail.com, ou por telefonema para o Nuno Silveira (T: 96 291 60 05), o mais tardar, até à 5.ª feira, 14 de novembro de 2024. 

JAF



sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Memórias da escola primária



Um texto delicioso da nossa amiga Natércia Duarte, de Castro Verde, que reproduzimos com a devida vénia de um post publicado há poucos dias na sua página do facebook. Memórias da infância algarvia desta amiga! 


Uma tarde fui com a mãe à loja do Anastácio comprar um corte de sarja, um carrinho de linhas e alguns botões. Tudo imaculadamente branco, como era obrigatório!
Depois fomos as duas a casa da costureira, a nossa vizinha da rua de trás, a Tainha. Ela e a minha mãe estiveram tempo sem fim a discutir o feitio mais na moda - se aberta à frente, se aberta atrás, com peitilho, sem peitilho, com pregas, com machos… mas para mim nada daquilo interessava.

A minha única reivindicação era que tivesse duas algibeiras, de preferência grandes, coisa que a mãe não queria, pois, dizia ela, só serviam para eu colocar lá as mais variadas porcarias e andarem sempre sujas. Mas, se não tivesse algibeiras, onde poria eu as lagartixas e os gafanhotos que haveria de apanhar no muro de pedras que havia a caminho da escola?

Ao fim de uns dias, depois de duas provas, ali estava ela, a minha primeira bata, com duas algibeiras onde caberiam os mais variados segredos, à espera da grande estreia na escola primária.
No dia 7 de Outubro, lá estava eu com o cabelo penteado a preceito, soquetes brancas rendadas, livros na pasta, a minha mão na mão da mãe, à espera de um mundo novo que se abriria ao entrar na escola.

A escola do Bairro ficava muito perto da minha casa. Duas ruas e menos de cinco minutos depois já se avistavam as casas do bairro municipal de Loulé, que emprestava o nome à escola. Lá dentro só meninas, todas de bata branca, muitas com um ar contente, como eu, e outras a chorar agarradas às saias das mães, que não queriam deixar como se elas fossem as boias de salvação num naufrágio iminente.

Entrei na sala e sentei-me muito direita na carteira que me foi indicada. A mãe tinha tido a esperança de que eu fosse diretamente para a 2ª classe pois já sabia ler e escrever e fazer contas mas, apesar do pedido, não conseguiu que a escola concordasse.
Eu não tinha considerado isso um problema até ao momento em que a professora deu as primeiras lições - as vogais - e mandou que todas nós preenchêssemos linhas e mais linhas de um caderno com aquelas letras. Despachei aquilo num instante para ver se havia mais coisas para aprender, mas a seguir veio o 1 e o 2 e mais linhas e linhas de uns e dois e três e de vogais e ditongos...
Para mim, que queria aprender coisas novas, que já lia livros da biblioteca, aquilo era uma verdadeira perda de tempo.

Um dia, à tarde, quando tocou a sineta, arrumei as minhas coisas e assim que cruzei o portão, informei a mãe da minha decisão:
- Mãe, já não quero vir para esta escola!

E à pergunta apreensiva da minha mãe “então filha?” respondi tudo o que me ia na alma: que eu já sabia ler e escrever, que tinha passado os últimos dias naquele trabalho horrível de alinhar “a,e,i,o,u” num caderno de duas linhas e que a professora não me tinha ensinado nada que eu não soubesse. E rematei com o mais importante, que só queria ir à escola quando fosse para aprender coisas novas.

Depois de me ouvir, a mãe explicou-me o inexplicável: que eu tinha de ir à escola, que não podia faltar mesmo que não fosse aprender nada de novo e que tinha de esperar que as outras meninas aprendessem o que eu já sabia para depois a professora ensinar novas matérias.

Ainda insisti, tentando mostrar como aquilo era disparatado. Mas a mãe respondia que não, que apesar de saber como eu estava aborrecida, não era assim que as coisas se tratavam…

“Se fossemos ricos e influentes, a escola teria agido de maneira diferente. Tinham-na matriculado no ano a seguir”, desabafava em surdina a minha mãe, contando o sucedido às vizinhas e dando exemplos de algumas histórias parecidas que tinham terminado com um final mais feliz.
Andei uns dias muito aborrecida, sem vontade nenhuma de ir à escola. Mas ao fim de algum tempo, os recreios começaram a compensar as tristezas. Assim que tocava a sineta, puxada por uma corda pela senhora Zezinha, a única contínua da escola, saíamos todas em fila e em silêncio para depois atirar ao vento aquela liberdade contada em minutos e aproveitá-la para ir brincar aos potes, às casinhas, à rolha, aos reis e às rainhas, à calha, às cinco pedrinhas, à “maneca”, como chamávamos ao jogo da macaca… ou para dançar danças de roda como a borboleta branca ou a triste viuvinha…
E para além do recreio, mesmo ao lado da escola, também havia um outro mundo novo por aprender:
O bairro com as suas casas todas iguais, encostadas umas às outras, com quintais de muros baixos e amoreiras onde me empoleirava para apanhar folhas para os bichos-da-seda;
O cerro da Cabecinha do Mestre, que tinha uma única casinha no alto da subida e onde o musgo para o presépio nascia nos valados, nas pedras e no chão e donde vínhamos com a alma mais verde e com as unhas pintadas de terra escura;
A olaria do vizinho João e o seu exército de chaminés rendilhadas, vasos, infusas e cântaros, que nasciam da melodia do chiar da roda, da dança rodopiante dos seus pés e do aconchego das suas mãos hábeis;
O largo da feira, o sítio onde acampavam famílias ciganas que influenciavam, com a sua chegada, os locais de brincadeira dentro do recreio. Nos dias em que tínhamos aqueles vizinhos, nenhuma menina se aproximava do muro daquele lado e partilhavam histórias e medos entre elas. Só eu ficava empoleirada, olhando para eles, sem achar que pudesse vir dali qualquer sinal de perigo, imaginando como seria bom viver assim, uns dias aqui, outros ali, brincando na terra, correndo ao sol com os cães, estendendo cordas de roupa como bandeiras ao vento, esquecendo o frio da noite com labaredas e música e cumprimentando o luar antes de adormecer. Em noites de sonhar ser livre como os ciganos, adormecia contando as estrelas para lá do teto do meu quarto.

Andar na escola, afinal, valia mesmo a pena!

Natércia Duarte

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Foi lançado o caderno temático "Cataventos do Concelho de Moura"









A biblioteca da Casa do Alentejo em Lisboa acolheu no passado dia 29/10/2024 o lançamento e a 1.ª apresentação pública do caderno temático da Aldraba "Cataventos do Concelho de Moura".

O ex-presidente da Câmara Municipal de Moura e atual diretor do Panteão Nacional, Santiago Macias, brindou os presentes com uma inspirada apresentação do tema, acompanhada de notas pessoais sobre a importância destes objetos na identidade das populações, e da relevância dos trabalhos de investigação como este na preservação das memórias.

Os dois co-autores, os nossos companheiros Luís Maçarico e Ana Isabel Veiga, expuseram depois o percurso, as dificuldades encontradas e a forma como as superaram, na execução deste seu trabalho.

A assistência interagiu de forma muito rica com a mesa.

Irão seguir-se novas apresentações deste caderno temático na cidade de Moura e nas vilas de Cuba e de Idanha-a-Nova, cuja marcação está a ser tratada com amigos dessas localidades. 

JAF (texto e fotos)

 

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O "peixe-diabo-negro" descoberto nas costas da ilha da Madeira




A ALDRABA está atenta ao património natural do nosso país, e às notícias que lhe dizem respeito. Assim, pela curiosidade que contém este episódio da nossa história natural, reproduzimos uma reportagem publicada no "Diário de Notícias" sobre a descoberta na Madeira, em 1885, de um peixe com aspeto causador de terror, que ficou designado por "Melanocetus johnsonii", em honra do cientista inglês que o descobriu, James Yate Johnson: 

Dos mares da Madeira emergiu no séc. XIX um “diabo” aquático

Costa norte da ilha da Madeira, freguesia de São Vicente, ano de 1885. Um intrépido naturalista inglês desce ao cerne da terra. Os habitantes do lugar informaram o cientista da existência da boca de uma gruta rasgada na rocha de origem vulcânica. A placidez do lugar, um vale viçoso a correr em direção ao Atlântico, engana o tumulto da sua história pretérita. Há 890 mil anos, uma erupção vulcânica ocorrida a sul, nas alturas do Paul da Serra, lançou torrentes de lava rumo ao litoral. Do cataclismo nasceria uma rede de túneis. James Yate Johnson, nascido em 1920, então com 65 anos, não hesitou perante o negrume das mais tarde batizadas Grutas de São Vicente. Entrou na bocarra de origem vulcânica e assumiu a descoberta oficial do lugar. Johnson apaixonara-se pela Madeira muitos anos antes, em 1851.

Nas décadas seguintes, o britânico percorreria milhares de quilómetros nos caminhos madeirenses. Também singrou no mar. O clima suave do território contrastava com a aspereza da Kendal natal de Johnson, localidade do noroeste de Inglaterra. Peixes, ouriços-do-mar, crustáceos, esponjas, aranhas terrestres, flores e musgos, tudo serviu o interesse e a curiosidade científica de James Yate. Um afã que levou o naturalista a recolher espécimes para catalogação própria, mas também a pedido de colegas naturalistas como George Busk, paleontólogo e botânico britânico de origem russa.

Seria do mar, a 24 de dezembro de 1863, que James Yate Johnson colheu a criatura que alimentou a matéria para inúmeros manuais de zoologia nos anos seguintes. Já nas mãos do responsável de zoologia do Museu de História Natural de Londres, o zoólogo Albert Günther, o ente marinho com pouco mais de dez centímetros de comprimento e a pesar cerca de oito gramas, mereceu a primeira descrição da sua morfologia, sintetizada nos seguintes termos: “Este peixe singular distingue-se pela desproporção das várias partes do corpo (...), a cabeça, de forma tetraédrica, é a parte mais extensa de todo o animal. A boca é enorme (...) A extensibilidade lateral da boca não é menor do que a vertical; de modo que a presa que aí é recebida pode exceder o tamanho do próprio peixe”.

As palavras vertem da obra de 1885, The Annals and magazine of natural history; zoology, botany, and geology (vol. 15). O animal em questão seria classificado pela ciência como Melanocetus johnsonii, em honra do cientista que o descobriu. À vista, a criatura parece-nos saída de um conto de terror lovecraftiano. O também denominado Peixe-Diabo Negro, é um ser abissal, habita profundidades até ao 1,5 Km, na zona batipelágica, onde a temperatura média ronda os 4°C e a pressão atinge os 400 Kg por cm2. A vida do Melanocetus johnsonii decorre em regiões afastadas do olhar humano. O pequeno peixe com um comprimento máximo de 18 cm, disseminado em todos os oceanos, atrai as presas com um falso isco luminoso bolboso que lhe eclode do focinho. As fêmeas apresentam olhos subcutâneos, enevoados, e exibem um espinho curto na barbatana dorsal. A pele e os dentes excretam um dos venenos mais letais para as criaturas marinhas. A toxina botulínica causa paralisia muscular, eventual paralisia do sistema respiratório, a anteceder a morte.

Entre os inúmeros mistérios a envolver a existência do Melanocetus johnsonii, um deteve a atenção de ictiólogos ao longo de décadas. Nenhum macho deste peixe das profundidades fora capturado. Em 1924, o britânico Charles Tate Regan percebeu a existência de um pequeno peixe que parasitava um exemplar da criatura descoberta cerca de 60 anos antes por James Yate Johnson. Regan percebeu tratar-se de um macho de Melanocetus johnsonii em processo de reprodução. Esta espécie conta com um dos mais notáveis exemplos de dimorfismo sexual, com a ocorrência de indivíduos do sexo masculino e feminino de uma espécie com características físicas não sexuais marcadamente diferentes. O macho do Peixe-Diabo Negro não mede mais de 3 cm e depende da fêmea para se alimentar.

Em 2014, a comunidade científica saudou as filmagens que chegavam das profundidades do mar ao largo do estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Um espécime de Melanocetus johnsonii fora filmado, pela primeira vez, no seu habitat. O submersível Doc Ricketts, operado pelo Monterey Bay Aquarium Research Institute, captava num filme de poucos segundos o carácter extraordinário do peixe.

James Yate Johnson morreu na cidade do Funchal no ano de 1900. Permaneceu no arquipélago atlântico perto de cinco décadas, sem esconder a afeição pelo território. Em 1860, escreveu o guia para viajantes Madeira, its climate and scenery, um detalhado manual para conhecimento das ilhas. Geografia física, conselhos médicos, história, gentes, monumentos, paisagem e jardinagem, clima, zoologia, entre inúmeros temas, perpassam as páginas do livro. Não faltam curiosidades. Nos idos da década de 1860, a viagem entre o Funchal e a Calheta era périplo para oito horas e amiúdes paragens para descanso dos viajantes.

Jorge Andrade, DN, 21/10/2024

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Caderno temático "Cataventos do Concelho de Moura" lançado na Casa do Alentejo na 3ªf, dia 29/10/2024, às 18h


 










É com a maior satisfação que anunciamos para o próximo dia 29 de outubro de 2024, 3.ª feira, pelas 18 horas, o lançamento público do caderno temático n.º 2, que a nossa associação acaba de editar, com o título "Cataventos do Concelho de Moura".

Assim se concretiza um objetivo fixado no nosso Plano de Atividades para o corrente ano de 2024, e por cuja materialização nos vínhamos batendo há bastante tempo.

Este caderno temático consiste numa publicação etnográfica de 75 páginas, profusamente ilustrada (com 30 páginas de fotografias a cores), da autoria dos antropólogos Ana Isabel Veiga e Luís Filipe Maçarico, e prefaciada pelo também antropólogo Eddy Chambino.

A apresentação estará a cargo do historiador Santiago Macias, antigo Presidente da Câmara Municipal de Moura, arqueólogo no Campo Arqueológico de Mértola e atual Diretor do Panteão Nacional.

A sessão de lançamento terá lugar na biblioteca da Casa do Alentejo, na Rua das Portas de Santo Antão, 58, em Lisboa.

Apela-se à comparência e participação de todos os associados e amigos, e à vossa colaboração na divulgação do evento.

JAF