domingo, 15 de novembro de 2015

Povo que canta não morrerá!
















































































Realizou-se ontem, tal com estava previsto, o XXX Encontro da Aldraba: “O cante e a memória rural, vozes e olhares cruzados”, em Serpa e Pias.

Em Serpa, na Casa do Cante, decorreu a primeira parte do encontro. O José Alberto Franco referiu o 10º aniversário da Associação e o percurso que aqui nos fez chegar, desde as expectativas do começo até às muitas realizações conseguidas até agora. O Paulo Lima falou-nos das candidaturas  para a obtenção do reconhecimento do Património Imaterial da Humanidade da UNESCO a que esteve e está ligado, das contingências da globalização em áreas tão sensíveis como são as do património imaterial e para a necessidade imperiosa da sua salvaguarda.

O painel que tratou do cante foi diverso e com riquíssimas intervenções. O Paulo Nascimento (Vereador da Cultura da C.M. de Castro Verde) deixou-nos o testemunho do empenho e do forte apoio e estímulo que a Câmara tem vindo a dar aos grupos existentes no concelho e, sobretudo, na sua introdução como disciplina curricular nas suas escolas. Do António Lebre (Camponeses de Pias) retivemos a sua grande experiência de uma vida como cantador e como ensaiador, enquanto que os jovens Filipe Pratas (Ganhões de Castro Verde) e Hilário Serra (Mainantes de Pias) nos trouxeram o futuro e a certeza que pela sua mão se vai continuar a tradição.

Difícil, muito difícil mesmo, foi a moderação a cargo do Luís Maçarico e da Ana Isabel Carvalho pois foi escasso o tempo para tantos e tão interessantes testemunhos e questões trazidas para a discussão.

 

Em Pias, sentimo-nos em casa, tal a afectuosidade dos amigos que nos receberam no Núcleo Museológico. Aí tivemos flores e cante, numa surpresa que nos emocionou, e os mestres Romão Mariano, António e Domingos Borralho que nos falaram das suas antigas ocupações como ferreiro e poeta popular, adegueiro e alfaiate, respectivamente.

Mais uma vez a Madalena Borralho se desdobrou em atenções e, com o seu grande entusiasmo e generosidade, mostrou a obra que muito ajudou a construir – o Núcleo Museológico de Pias - e que, fazendo já parte da Rede de Museus do Alentejo, guarda as memórias do povo da sua terra.

 

Terminámos o dia na Bética, uma acolhedora casa de turismo rural, onde o Marco Valente nos mostrou um conjunto de peças arqueológicas coleccionadas pelo antigo dono, já falecido, explicando com saber e detalhe a sua proveniência e significado.


MEG

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