quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Uma pequenina luz, brilha!


 











UMA PEQUENINA LUZ

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una piccola… em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a advinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
Como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.

Jorge de Sena, 1959


terça-feira, 19 de dezembro de 2023

As Manas Perliquitetes da Rua da Escola Politécnica














Durante a 14.ª Rota da Aldraba “Da Escola Politécnica a S. Pedro de Alcântara”, no passado sábado 16.12.2023, não chegou a haver tempo para contar e comentar muitos dados interessantes e histórias pitorescas relativas àquela zona da cidade. Recuperamos aqui uma dessas histórias, a das chamadas “Manas Perliquitetes”.

Foram duas figuras emblemáticas da vida alfacinha no último quartel do séc. XIX.

Eram elas Carolina Amália e Josefina Adelaide Brandi Guido. Oriundas de família italiana, eram filhas de um abastado comerciante da Baixa Lisboeta. Nasceram em Lisboa, respectivamente a 15 de outubro de 1833 e 26 de junho de 1841.

Foram batizadas na igreja italiana do Loreto, situada junto ao Largo do Chiado.

Viveram na infância numa casa apalaçada na Rua de S. Bento, mas quando o pai morreu a família estava já em bancarrota, devido aos gastos exorbitantes de um irmão. Tiveram de mudar-se para um andar na rua da Escola Politécnica, onde tinham como vizinho o boémio Luiz de Almeida Castro e Mello, fadista e amador tauromáquico, muito assíduo nas tabernas desde o Rato até às Portas da Cidade. É ele que, por volta de 1870, dá o cognome às duas irmãs, pois costumava apresentá-las como "as minhas pupilas, as Manas Perliquitetes".

As manas eram conhecidas no Chiado pelas suas toilletes peculiares, ridículas e extravagantes, e por passarem os dias a calcorrear as lojas de moda. Com os seus saltitantes passinhos, e a frase da ordem “Então, Mana!”, à qual o Chiado respondia em peso: “Ó Mana, então!”...

O mundo ria-se delas, assinala Matos Sequeira (“Depois do Terramoto”). O povo trazia-as às vaias, e eram ridicularizadas nos palcos e nos jornais.

Josefina Adelaide ficou sozinha após a morte da irmã em 1897, e acabou pobre e pedinte. Morreu tuberculosa em 1907 e foi enterrada com ajuda de um peditório feito pelo jornal O Século.

(Condensado do “Roteiro Freguesia da Misericórdia”, do facebook “Lisboa Antiga” e do blogue “Lisboa de Antigamente”)

domingo, 17 de dezembro de 2023

Tarde e noite de cultura e confraternização

























Um total de 32 associados e amigos da Aldraba conviveram durante a tarde e a noite deste sábado 16.12.2023, primeiro visitando o estimulante Museu de História Natural e da Ciência (antiga Faculdade de Ciências), depois o espetacular Reservatório da Patriarcal (Príncipe Real), seguindo o subterrâneo até ao Miradouro de S. Pedro de Alcântara, e mais tarde jantando na Adega das Mercês (Bairro Alto).

Alguns dos participantes só puderam estar numas partes do dia e não noutras, mas todos manifestaram grande satisfação por tudo o que foi possível conhecer e partilhar, e muita vibração durante o jantar de confraternização.

Sinal de vida e energia de uma Associação que quer continuar a existir, para muito gozo dos que a integram e divulgação dos conteúdos com que vamos contactando!

JAF (Fotos de Marta Barata) 












sábado, 9 de dezembro de 2023

36.º Jantar-tertúlia, sáb., 16.12.2023, na "Adega das Mercês", a partir das 19 h


 








Num restaurante típico do Bairro Alto, vamos ter o nosso habitual jantar de confraternização da época natalícia, no sábado dia 16 de dezembro próximo, a partir das 19 horas.

O restaurante é a Adega das Mercês, que fica na Travessa das Mercês, 2, não muito longe de S. Pedro de Alcântara (onde termina a nossa atividade da tarde, a 14.ª Rota da Aldraba).

O serviço de refeições será à lista, com um preço final por pessoa dependente do respetivo consumo. São servidos pratos tradicionais portugueses, com preços unitários que oscilam entre 10 e 12 euros, a que acrescerão as entradas, bebidas e sobremesas. Oferta de um digestivo.

Apelamos aos associados e amigos que se inscrevam para este evento, até 5.ªfeira dia 14 de dezembro, por e-mail para aldraba@gmail.com ou por telefone para Albano Ginja (TM 914773956).

JAF 



Visita ao Reservatório da Patriarcal - sáb., 16.12.2023

 








O Reservatório da Patriarcal está localizado no subsolo da Praça do Príncipe Real, e foi projetado em 1856 pelo engenheiro francês Louis-Charles Mary. 

Foi construído entre 1860 e 1864 para servir a rede de distribuição de água da cidade de Lisboa.

O reservatório com capacidade de 880 m³, tem 31 pilares com 9.25 metros.

A localização do reservatório e a sua ambiência interior, levaram a que a EPAL através do Museu da Água, com o apoio da Sociedade Lisboa 94, concretizasse um projeto de recuperação, pelo qual se tornou hoje palco de várias iniciativas culturais, desde espetáculos, exposições de pintura, escultura e fotografia, entre outras.

O Reservatório da Patriarcal constitui atualmente um dos quatro núcleos do Museu da Água da EPAL em Lisboa.

A nossa visita, guiada, tem início cerca das 17 horas, terminando com um percurso subterrâneo que nos conduzirá ao Miradouro de São Pedro de Alcântara.

JAF



Visita ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência - sáb., 16.12.2023






O Museu Nacional de História Natural e da Ciência sucede ao Museu Nacional de História Natural e ao Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, integrando as suas coleções, os antigos edifícios da Escola Politécnica, o Jardim Botânico de Lisboa e o Observatório Astronómico de Lisboa.

Em março de 1978, um violento incêndio destruiu grande parte do edifício da antiga Escola Politécnica, assim como as coleções de Zoologia e parte das coleções de Geologia. A Faculdade de Ciências começou então o processo de mudança para as atuais instalações do Campo Grande.

O Museu tem como missão promover a curiosidade e a compreensão pública sobre a natureza e a ciência, através da valorização das suas coleções e do património universitário, da investigação, da realização de exposições, conferências e outras ações de carácter científico, educativo, cultural e de lazer. O Museu inclui as secções de história e cultura material da ciên-cia, zoologiaantropologia, mineralogia e paleontologia. O seu espólio, do foro científico-cultural, é o resultado em grande parte da investigação do próprio museu, e de diversas expedições científicas para além das doações. 

A nossa visita, guiada, terá a duração de cerca de uma hora, a partir das 15 horas.

JAF

14.ª Rota da Aldraba : "Da Escola Politécnica a S. Pedro de Alcântara", sábado, 16.12.2023, 15h



Concentrando-nos agora numa zona histórica da cidade de Lisboa, realizaremos na tarde do sábado, 16 de dezembro próximo, uma digressão ao longo das ruas da Escola Politécnica e D. Pedro V, até ao Miradouro de S. Pedro de Alcântara, e incluindo duas visitas a espaços patrimoniais de grande relevância (ver post's separados, a seguir).

Para o início desta atividade, os interessados devem comparecer, uns  15 minutos antes das 15 horas do sábado 16.12, no portão de acesso ao Jardim Botânico, na R. Escola Politécnica, 56.

Inscrições por e-mail para aldraba@gmail.com ou por telefone para J.Alberto Franco (TM 963708481).

JAF 


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Alviobeira (Tomar), 10 de dezembro de 2023


 














Com todo o gosto, e satisfazendo o pedido que nos foi dirigido, reproduzimos o cartaz deste interessante evento local, bem como os comentários que acompanham o cartaz. Os associados e amigos da Aldraba são estimulados a inscrever-se e a comparecer.

A RONDA está de volta!

Depois de três anos de paragem devido à pandemia e no último ano devido à realização de outras atividades, eis que a RONDA está de volta.

Cheia de surpresas, descoberta de lugares, cheiros, sabores e memórias... Um dia para recordar, viver e conviver...

É Alviobeira a ACONTECER...

Faça já a sua inscrição