segunda-feira, 22 de maio de 2023

Em tempos de incerteza









Editorial do n.º 33 da revista ALDRABA:

Pandemia, guerra, alterações climáticas, inflação… Situações de crise em Portugal, na Europa e no mundo que se têm sucedido e que têm feito crescer o mal-estar, a angústia e mesmo o sofrimento dos nossos concidadãos nos dias que correm.

Simultaneamente com o agravamento das condições de vida, assistimos também ao florescer da descrença, da perda de referências coletivas e, até, da simpatia por opções de desespero e desnorte.

Cabe-nos a todos nós reagir pela positiva, procurando valorizar e desenvolver as demonstrações da cultura e sabedoria popular, que reforcem a identidade das nossas comunidades e a sua autoestima, que ajudem as populações a unir-se e a estimular a criatividade na busca de soluções para os seus problemas.

É esse o caminho que, persistentemente, a ALDRABA tem tentado percorrer desde a sua criação e que pretendemos prosseguir agora com o estatuto de “maioridade” – completámos em 25 de abril de 2023 a bonita soma de 18 anos sobre a fundação da Associação, na Assembleia Geral constituinte que reuniu no Ateneu Comercial de Lisboa!

No presente número da nossa revista, damos voz a trabalhos de cariz histórico sobre temas menos conhecidos do passado comunitário português, tal como se descreve uma experiência inovadora de associativismo em defesa do património natural e humano da serra da Estrela.

Não faltam igualmente nesta revista os testemunhos vividos de quem preza a sua terra e o seu património, valorizando as riquezas locais e as memórias de quem aí habita ou aí nasceu. De referir ainda experiências na emigração e em ofícios tradicionais.

A poesia continua a ter uma expressão significativa nas nossas páginas, seja na evocação de autores cujas efemérides se assinalam, seja na divulgação de poetas populares portugueses, seja na publicação ou recensão de trabalhos poéticos de amigos e associados da Aldraba.

Em fevereiro do corrente ano, a nossa Associação procedeu à eleição dos órgãos sociais para o biénio de 2023/2024, tendo sido incluídos três novos elementos que, certamente, saberão dar continuidade ao esforço e à dedicação dos que os antecederam.

José Alberto Franco


 

Publicado o n.º 33 da revista ALDRABA


 








Saiu da gráfica e iniciou-se a distribuição aos associados do novo número da nossa revista, do qual teremos em breve uma sessão pública de apresentação.

Sumário do número 33:

EDITORIAL

Em tempos de incerteza

José Alberto Franco

 

OPINIÃO

Couto Misto, uma república entre dois reinos

Luís Filipe Maçarico

O etnógrafo elvense António Thomaz Pires

J. Fernando Reis de Oliveira

 

LUGARES DO PATRIMÓNIO

Onde está o Sul do Tejo?

Myriam Jubilot de Carvalho

 

ASSOCIATIVISMO E PATRIMÓNIO

Guardiões da Serra da Estrela

Manuel Franco

 

RITUAIS, TRADIÇÕES E REALIDADE

A Fonte dos Milagres

Sofia de Azevedo Teixeira

 

ARTES E OFÍCIOS

O sapateiro de Almada Negreiros

Carlos Fernandes Maria

 

SONS COM MEMÓRIA

“Tourada” 50 anos – A canção saiu à rua

Maria Odete Roque

 

OS AMIGOS E A MEMÓRIA

O obituário que nunca estamos preparados para escrever

Pedro Gomes Martins

Jaime da Manta Branca um poeta analfabeto

Manuel Xarepe


DESABAFOS

Emigrar não é fácil

Ana Gonçalves

 

VULTOS A ADMIRAR

Eugénio de Andrade – um poeta de sempre

João Coelho

 

ALDRABA EM MOVIMENTO

Novembro de 2022 a Abril de 2023

José Alberto Franco

 

 

Cartographya

Núcleo Editorial

“António dos olhos tristes” e "Um girassol chamado Beatriz”

Luís Filipe Maçarico

Amoras Silvestres - Valdanta – Chaves

Rodrigo Dias

O mar é a minha casa

Myriam Jubilot de Carvalho

terça-feira, 16 de maio de 2023

XLI Encontro da ALDRABA - "A Real Fábrica do Gelo e a Serra de Montejunto", Cadaval, sáb. 3 junho 2023

















O nosso quadragésimo primeiro Encontro temático esteve para se realizar em julho de 2022, mas teve de ser adiado dois dias antes, pela emergência florestal verificada, que impediu quaisquer atividades públicas na Serra, como medida de prevenção contra os incêndios.

A ALDRABA deixou para agora a concretização desta atividade, e vai proporcionar-nos, assim se espera, o conhecimento direto de "uma construção única, um prazer intemporal"...

É assim caracterizada a Real Fábrica do Gelo, ou Fábrica de Neve da Serra de Montejunto, situada na parte cimeira da serra, no concelho do Cadaval.

Esperam por nós os competentes guias do Centro Interpretativo Ambiental, para uma visita de uma hora a esta edificação singular, que data de 1741 e que funcionou até 1885, produzindo gelo natural, armazenado durante o inverno e transportado no verão (em carroças até ao Carregado e depois em barcaças pelo Tejo) para Lisboa, destinado aos sorvetes na casa real e em alguns cafés da Baixa - como o centenário Martinho da Arcada...

O encontro vai ter o seu início às 10h00, no Centro Interpretativo, que fica no cimo da Serra, aonde se acede por estrada alcatroada muito bem sinalizada, a cerca de 60 km de distância de Lisboa. Acessos rodoviários sugeridos: pela autoestrada A1, até ao Carregado, ou até Aveiras de Cima, passando-se depois por Alenquer ou pelo Cadaval, respetivamente.

Durante a manhã, teremos uma breve palestra no Auditório do Centro e a visita propriamente dita à Fábrica do Gelo. De seguida, visitaremos o Santuário de N. Srª das Neves (local de uma importante romaria anual) e as ruínas do Convento dominicano do séc. XIII, acompanhados pelo respetivo zelador.

Findo esse período da manhã, desceremos até à localidade de Pragança, onde seremos recebidos pela nossa amiga Raquel Marques, presidente da Sociedade Filarmónica 1º Dezembro, fundada em 1882, que se mantém em pleno funcionamento, e que nos dará a conhecer as suas atuais atividades.

É na Sociedade Filarmónica de Pragança que teremos o nosso almoço, preparado e servido pelos ativistas dessa coletividade, e que constará de uma ementa integrada, ao preço único de 15 euros, incluindo entradas, sopa de legumes, prato principal (carne à portuguesa ou chanfana), bebidas (águas, sumos ou vinhos), sobremesa (pudim ou salada de frutas) e café.

Pelas 16h00, teremos uma interação com o CRASM - Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto, na aldeia da Tojeira. Recebidos pela nossa amiga Filomena Barros, que nos apresentará em detalhe o trabalho que ali desenvolvem de proteção do património natural, o que incluirá, provavelmente, a libertação ao vivo de uma ave selvagem já recuperada pela instituição.

Para finalizar, pelas 17h30, teremos na aldeia do Vilar a visita a um moinho tradicional da Serra, devidamente mantido pelo seu proprietário Miguel Luís.

Estima-se o final do encontro para cerca das 18h30.

Todos os que desejarem participar deverão transmiti-lo, telefonicamente ou por mail, para o Nuno Silveira (TM 962916005, nunoroquesilveira@gmail.com), para a Ana Isabel Veiga (TM 932260334, anaisa1640@gmail.com) ou para a própria Aldraba (aldraba@gmail.com), o mais tardar até 4ª feira, 31 de maio.

JAF