Foram duas figuras
emblemáticas da vida alfacinha no último quartel do séc. XIX.
Eram elas Carolina
Amália e Josefina Adelaide Brandi Guido. Oriundas de família italiana, eram
filhas de um abastado comerciante da Baixa Lisboeta. Nasceram em Lisboa,
respectivamente a 15 de outubro de 1833 e 26 de junho de 1841.
Foram batizadas na
igreja italiana do Loreto, situada junto ao Largo do Chiado.
Viveram na infância
numa casa apalaçada na Rua de S. Bento, mas quando o pai morreu a família
estava já em bancarrota, devido aos gastos exorbitantes de um irmão. Tiveram de
mudar-se para um andar na rua da Escola Politécnica, onde tinham como vizinho o
boémio Luiz de Almeida Castro e Mello, fadista e amador tauromáquico, muito
assíduo nas tabernas desde o Rato até às Portas da Cidade. É ele que, por volta
de 1870, dá o cognome às duas irmãs, pois costumava apresentá-las como "as
minhas pupilas, as Manas Perliquitetes".
As manas eram
conhecidas no Chiado pelas suas toilletes
peculiares, ridículas e extravagantes, e por passarem os dias a calcorrear as
lojas de moda. Com os seus saltitantes passinhos, e a frase da ordem “Então,
Mana!”, à qual o Chiado respondia em peso: “Ó Mana, então!”...
O mundo ria-se
delas, assinala Matos Sequeira (“Depois do Terramoto”). O povo trazia-as às
vaias, e eram ridicularizadas nos palcos e nos jornais.
Josefina Adelaide
ficou sozinha após a morte da irmã em 1897, e acabou pobre e pedinte. Morreu
tuberculosa em 1907 e foi enterrada com ajuda de um peditório feito pelo jornal
O Século.
(Condensado do “Roteiro Freguesia da Misericórdia”, do facebook “Lisboa Antiga” e do blogue “Lisboa de Antigamente”)
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