terça-feira, 10 de novembro de 2015

O nº 18 da revista ALDRABA está no prelo

Editorial do nº 18 da revista, atualmente em composição na tipografia, e que vai sair dentro de dias:


CONHECER, PARA QUÊ?

Não se pode verdadeiramente amar aquilo que se desconhece. Como evitar então o desconhecimento, a indiferença e mesmo o vandalismo, nos diferentes tipos de património?

Os dezoito números da revista Aldraba já publicados contêm artigos de mais de nove dezenas de colaboradores, sobre diversas temáticas do espaço e património popular. Este espólio de conhecimento, sobre interessantes realidades culturais de várias regiões, faz agora parte do acervo de várias bibliotecas do país e de diversas associações locais. Cooperámos e estabelecemos articulações e parcerias com mais de sete dezenas de coletividades, associações populares e entidades. Realizámos encontros, visitas temáticas, jantares-tertúlia, rotas pedestres e eventos que possibilitam convívios e relacionamentos personalizados entre os seus participantes, onde se partilham conhecimentos e estabelecem laços de afetos entre as pessoas que participam nestes eventos.

Segundo a UNESCO, o património imaterial tem como características ser ao mesmo tempo tradicional, contemporâneo e vivo, integrador, representativo e baseado na comunidade. Património imaterial não são só as tradições do passado, mas também os usos e as expressões rurais e urbanas característicos de diversos grupos culturais, que refletem um sentimento de identidade e de continuidade no tempo, que podemos partilhar ou que são transmitidos de geração em geração. O património imaterial deve ser reconhecido pelas comunidades que o criam, mantêm e transmitem, floresce nas próprias comunidades e depende dos conhecimentos, tradições, técnicas e costumes transmitidos ao resto da comunidade, de geração em geração, ou por outras comunidades, e não deve ser valorizado ou apropriado como bem cultural isolado do seu próprio contexto.

A Aldraba procurou orientar a sua atividade ao longo dos 10 anos da sua existência, tendo presente estes princípios. Tem adotado uma abordagem que permite aprofundar o conhecimento, fazer a divulgação e promover a interação que se tem revelado adequada e frutuosa, porque levada a cabo de forma personalizada e respeitadora dos valores culturais e das respetivas comunidades, que com carinho preservam e dão vida a esses valores.

Atendendo às possibilidades existentes, valeu a pena o percurso e parece-nos positivo o contributo desta Associação.

Esperamos prosseguir e consolidar esta caminhada, em cooperação com outras associações e entidades, por forma a contribuir eficazmente para a valorização e divulgação do espaço e património popular.

Luís Ferreira

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