domingo, 9 de dezembro de 2012

Pelas memórias de um quase desenvolvimento industrial…















Nem o frio nem o nevoeiro cerrado desta manhã de dia 8 de Dezembro desmobilizaram os quase 40 participantes no XXII Encontro da Aldraba, por terras do Barreiro.
Durante todo o dia muito iriamos ouvir falar de Alfredo da Silva (1871-1942), protagonista da maior aventura de âmbito industrial jamais acontecida em Portugal – a CUF.
O ponto de encontro era exactamente junto ao mausoléu onde está sepultado Alfredo da Silva. Edificação de grandes dimensões, projetado pelo arquiteto Luís Cristino da Silva, foi construído em 1944 e possui baixos-relevos de Leopoldo de Almeida.
Na Visita ao Museu Industrial (Quimiparque), à Casa-Museu Alfredo da Silva e ao antigo bairro operário da CUF, assistimos, através do muito saber e entusiasmo da técnica da Baía do Tejo, Núria Silva, ao desfilar da história do que foi aquele complexo industrial, da sua dimensão e da sua importância para a vida do município. As histórias do Barreiro, da CUF, dos movimentos migratórios do séc. passado em Portugal e dos muitos milhares de trabalhadores que por ali passaram estão indissociavelmente ligadas.
Reconfortados que fomos com o cozido à portuguesa no Restaurante Transmontana, demos início à segunda parte deste Encontro. Visitámos a Sociedade Democrática União Barreirense, vulgo “Os Franceses”, com tradições que remontam ao séc. XIX e que hoje continua a desenvolver as suas actividades nos campos da educação, do desporto e da cultura. Do seu labor, das contendas passadas com os seus velhos rivais “Os Penicheiros” (Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense) e das perspectivas futuras nos deu conta, com grande entusiasmo e quase devoção, a sua dirigente D. Florinda. Soubemos por ela que no Barreiro chegou a haver mais de 300 associações de educação, cultura e recreio.
Nas Reservas Museológicas da C.M. Barreiro, onde apreciámos o vasto espólio integralmente constituído por resultados de investigação arqueológica e por objectos do património popular, teríamos por fim a companhia do historiador Dr. Gilberto Gomes que nos conduziu pelas “Memórias do Barreiro”. Através de uma apresentação emotiva e de grande acutilância e sentido crítico, fez-nos o retrato do que foram os grandes polos de desenvolvimento da sua terra, e falou-nos do passado, do presente e do futuro do Barreiro.
Dado o adiantado da hora, foi breve a nossa passagem pela Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense “Os Penicheiros”.
Quer junto ao mausoléu, quer durante a visita às Reservas Museológicas, muito beneficiámos com a companhia da técnica da C.M. do Barreiro Rosário Gil, sempre disponível para partilhar o seu saber e simpatia com este grupo de visitantes.

MEG (texto)
A.Brito (fotografias)


4 comentários:

  1. Grande encontro, o da Aldraba, no Barreiro. Foi um dos grandes momentos desta associação, graças ao barreirense de alma Nuno Roque Silveira, cidadão do mundo, que proporcionou que desvendássemos esta história, das mil e uma noites, de um território industrial, que nasceu da visão e da adesão de múltiplos actores. A Aldraba tem no seu seio, felizmente, esta capacidade, esta dinâmica, este saber-fazer que reuniu quase quatro dezenas de pessoas, em torno de um património e uma memória, únicos. Bem Haja a todos os que na Aldraba,contribuem para o sucesso dos Encontros, e também na eficácia da divulgação, seja no blogue,na página Facebook, nas publicações em papel ou ainda noutros momentos, como as tertúlias, as apresentações da revista, com investigadores categorizados, em tudo o que é possível desenvolver, para a salvaguarda do muito que podemos usufruir e tanto nos enriquece, enquanto cidadãos. Estou mesmo feliz, por todos estes anos de percurso, que não se esgotam, antes concretizam, em cada passo, o sonho muito vasto, que originou esta aventura linda de se viver. Honra aos que nos deixaram e contribuíram para esta ideia, e que se foram libertando desta vida. Que lá no etéreo assento donde nos seguem, possam sorrir satisfeitos, pelo que se continua a fazer de bom! VIVA A ALDRABA!!!

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  2. VIVA! Foi um grande encontro, vim mais rica de conhecimento. Muitas estórias, escondem ainda aquelas paredes, aquelas ruas, aqueles recantos. Muito trabalho mas muito sofrimento. À noite ainda vi um video com depoimentos de vários trabalhadores bem emocionantee ainda hoje falei com uma antiga trabalhadora que ali esteve na tecelagem e marcação das sacas. Uma vida muito vivida!
    Céu

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  3. Comentário recebido de JOSÉ NARCISO:

    José Narciso

    16:16 (há 38 minutos)

    para José

    Viva Luis e Luis

    Tentei juntar este comentário, ver em baixo, aos restantes no sítio da Ass. Aldraba, mas creio que não consegui.

    Agradeço, se puderem verificar e dar uma ajuda.

    Abraço, Zé



    Olá Amigos

    Estive no almoço da Aldraba e também durante a tarde. Foi muito gratificante e gostaria de destacar a apresentação do historiador Gilberto, que, com conhecimento de causa, tão bem soube ilustrar a dimensão e significado que a Indústria da Quimigal/Cuf teve para o país. Como nos transmitiu e lamentou, esse potencial seguiu outro caminho, com a politica que nos desgovernava nos anos 80, tudo se desmoronou.

    Infelizmente esse passado recente se repete agora no mesmo alinhamento antipatriotico, que coloca todo o país no fundo, cada vez mais sem luz ao fundo do túnel...até Ver!!

    Afinal não temos que estar permanentemente condenados por esta política que contraria o progresso e o desenvolvimento do povo português...??

    A Memória faz parte do nosso Ser... com ela temos que Saber Crescer!

    Abraço Solidário

    Narciso

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