sábado, 26 de dezembro de 2020

Os saltimbancos do século XXI


 












Nos dicionários online da língua portuguesa, um saltimbanco é um “histrião que exibe as suas habilidades na via pública ou nas feiras, em geral num estrado” e também um “farsante, pelotiqueiro”, ou, em sentido figurado, um “indivíduo indigno de confiança ou consideração”.

De um modo geral, os conceitos oficiais desconsideram estes artistas, e são profundamente injustos para com quem trabalha honestamente para divertir os seus concidadãos, desenvolvendo habilidades e aptidões a que as pessoas “normais” não conseguem aceder, a troco de incertas e inseguras gratificações que são o seu único ganha-pão.

Dos mais velhos entre nós, quem não se lembra destas “trupes” de saltimbancos, constituídas por três ou quatro amigos ou familiares, geralmente muito pobres, às vezes incluindo alguns animais adestrados, que se iam exibindo nas ruas e largos das nossas aldeias ou vilas, fazendo habilidades com massas ou bolas, engolindo petróleo e expelindo fogo, maravilhando a imaginação das crianças e adultos?

Em 2020, tanta coisa mudou… A pobreza “democratizou-se”, e a globalização tem consequências inesperadas!

Do Canadá, país para onde milhares de portugueses emigraram para trabalhar, vem uma jovem rapariga, que tem andado a estudar artes circenses no nosso país, e procura ganhar alguns euros (ou cêntimos) com artes de fogo nos semáforos da cidade de Lisboa.

Aqui está ela a trabalhar num cruzamento da Avenida dos Estados Unidos da América…

JAF


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