sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Em defesa do Zé Povinho



A figura do Zé Povinho é uma, entre tantas outras, das figuras relevantes do imaginário português dos séculos XIX e XX – que, convém lembrar, foram os séculos em que nasceram, cresceram e se tornaram adultos TODOS os portugueses que têm agora mais de nove anos, e em que nasceram os seus pais e avós, ou seja, as gerações cujas experiências e cujas memórias marcam o nosso presente e o nosso futuro próximo.

Segundo a Wikipédia, o Zé Povinho é uma personagem de crítica social, criada por Rafael Bordalo Pinheiro, que apareceu pela primeira vez em “A Lanterna Mágica”, a 12 de Junho de 1875, num desenho alusivo aos impostos (onde se representava Fontes Pereira de Melo, vestido de Stº António com o "menino" D. Luís I ao colo, enquanto Serpa Pimentel, Ministro da Fazenda, sacava o dinheiro do Zé, que permanecia boquiaberto a coçar a cabeça, vestido com um fato rural gasto e roto).
Nos números seguintes da “Lanterna Mágica”, o Zé Povinho continuou a surgir de boca aberta e a não intervir, resignado perante a corrupção e a injustiça, ajoelhado pela carga dos impostos e ignorante das grandes questões. O próprio Rafael Bordalo Pinheiro diz que “o Zé Povinho olha para um lado e para o outro e... fica como sempre... na mesma".
Como refere João Medina, o Zé Povinho é uma figura cheia de contradições: "Se ele é paciente, crédulo, submisso, humilde, manso, apático, indiferente, abúlico, céptico, desconfiado, descrente e solitário, também não deixa por isso de nos aparecer (…) simultaneamente capaz de se mostrar incrédulo, revoltado, resmungão, insolente, furioso, sensível, compassivo, arisco, activo, solidário, convivente...".
Tem como característica principal o gesto do manguito como expressão de revolta e insolência, criticando de forma humorística os problemas sociais e políticos da sociedade portuguesa, e caricaturando o povo português na sua característica de eterna revolta perante o abandono e esquecimento da classe política, embora pouco ou nada fazendo para alterar a situação.
Para Miguel Sousa Tavares, na crónica de 19.9.2009 que publicou no semanário Expresso, “o Zé Povinho representa o pior de Portugal, pelos manguitos que faz aos poderosos, não por serem poderosos mas por os invejar… E que só o faz pelas costas. Porque, pela frente, come e cala, não arrisca nada de nada, etc.”
Associamo-nos a quem, na internet, vem recordar que foram muitos os Zés Povinhos que durante os anos de escuridão foram lutando por direitos sociais e pelo direito de livre expressão de que ele abusa.
Segundo o blogue “Zé Povinho”
“o Zé é um bom português, dos verdadeiros, sem casas na Lapa nem montes no Alentejo, só porque isso dá algum status e dá uma imagem de sucesso que todos deviam invejar, mesmo aqueles por quem o Miguel nutre um ódio doentio – todos os Zés Povinhos...”
JAF

3 comentários:

  1. Meus Amigos

    O MST não tem ponta por onde se pegue... nem pela frente nem pelas costas...

    O Zé Povinho é, isso sim, um símbolo de luta e de resistência que os MST e outros quejandos odeiam.

    Beim hajam!

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  2. MST é um dos seres mais arrogantes e desprezíveis que este Portugal/País das Aberrações, gerou. Faz gala em insultar e em ser reaccionário profissional.
    Coloco-o na galeria dos exibicionistas, ao nível de um José Castelo Branco, que em recente pseudo canção diz que só viaja na primeira classe do avião para não se misturar com a gentalha...
    De MST, só vem azedume, arroto de ódio, matéria putrefacta. Porque eivada de elitismo, de snobismo, do pior que um humano pode ter (e exibir)...
    A criatura julga-se, como todos os pesporrentes, um escritor dotado, porque premiado nos Brasis de todos os excessos.
    Por mim, até podia ficar por lá a viver e deixar-nos em paz.

    Zé Povinho,continua a fazer os teus manguitos, mas pela frente - dando a cara - como naquela tarde magnífica em que mostrei/mostrámos o cartão de militante diante do tribunal constitucional, e quando fizemos greve, sempre que nos manifestámos, e quando escrevemos, nos nossos blogues, nas nossas décimas, na televisão, nos jornais, sem medo. Com frontalidade.No cante alentejano, na campanha eleitoral, nas varandas da liberdade, escancaradas para dizermos Não sempre que necessário.

    Se há quem faça manguitos nas costas dos poderosos e depois se cale, frente aos déspotas, porque gostava de ser como eles - e, acrescento eu, vota neles, porque não gosta da igualdade, não tem a ver com o Zé Povinho, mas com o fariseísmo de MST.
    Bufos frustrados, saudosistas salazarentos, egoístas profundos, que não são poucos, não...basta andar na estrada...mas esses são cobardes. Não são o povo que resiste, que luta, que tem dificuldades mas não verga.

    No lodo movediço do sentimento de culpa impingido pelos ditâmes da civilização judaico-cristã, MST vive com delírios de paxá, lucrando com as aleivosias que assina...

    Aqueles que aponta como seres mesquinhos,serão em parte eternos lambe-botas, que servem os crápulas, cuspindo-lhe na sopa...em momentos de silenciosa vingança...
    LFM

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  3. gostei
    em defesa do zé povinho que somos todos nós.
    para estas pessoas que criticam o zé só tenho uma resposta:
    UM MANGUITO á zé povinho.
    um abraço e que continuemos a lutar pelo que é
    nosso, a nossa identidade.


    paulo fernandes

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