quarta-feira, 26 de março de 2025

Como correu a apresentação do Caderno Temático n.º 2 na cidade de Moura











 














Uma assistência de 50 pessoas encheu o salão do Centro Recreativo Amadores de Música "Os Leões", em Moura, na tarde do dia 22 de março de 2025, para acompanhar a apresentação do Caderno Temático n.º 2 editado pela associação Aldraba acerca de "Os Cataventos do Concelho de Moura"

A sessão foi dirigida pela Presidente do CRAM Os Leões, Dr.ª Natália Pão-Duro, que acolheu a nossa associação e todos os presentes de forma muito calorosa, sublinhando a importância da publicação para o conhecimento e valorização do património local.

Estavam na sala um vereador da Câmara Municipal de Moura, alguns elementos da Assembleia Municipal, dois presidentes de Juntas de Freguesia do concelho, diversos funcionários municipais da cultura e do turismo, inúmeros mourenses e até cidadãos de outras localidades alentejanas (como Pias e Moreanes), todos muito interessados nas matérias tratadas.

O conteúdo do Caderno foi apresentado, de forma incisiva e bem desenvolvida, pelo diretor do Arquivo Municipal Dr. Octávio Patrício, a que se seguiram intervenções de grande recorte pessoal dos dois co-autores do trabalho, os nossos companheiros Ana Isabel Veiga e Luís Filipe Maçarico.

Depois, teve lugar uma ampla e animada troca de impressões com os presentes, que incluiu muitos esclarecimentos e aprofundamentos relativos aos cataventos, e, até, a formulação de uma proposta de iniciativa cultural a ser desenvolvida pela Câmara Municipal de Moura.

A Direção dos Leões ofereceu no final um simpático e bem servido lanche, que ajudou a consolidar os resultados de uma rica tarde cultural e de convívio associativo.

Um grande bem-haja aos amigos desta dinâmica coletividade de Moura!

JAF (fotos MBarata)

segunda-feira, 24 de março de 2025

Viva o Dia do Estudante!


 

Em 24 de março de 1962, um conflito nasceria entre os estudantes universitários portugueses e o regime do Estado Novo. 

Depois da proibição das comemorações do Dia do Estudante, milhares de estudantes realizaram uma concentração na Cidade Universitária, como protesto às determinações do Ministro da Educação. A crise duraria vários meses, incluindo greves às aulas, cargas policiais e detenções de estudantes.
 
O regime acabaria por retomar o controlo no final desse ano. Contudo, a longa crise estudantil marcou o despertar para a atividade política de uma geração que, em anos futuros, mostraria ser um dos setores mais ativos da resistência ao Estado Novo. Uma resistência que se voltaria a evidenciar alguns anos mais tarde. 

63 anos depois, a Aldraba tem todo o gosto em evocar a luta corajosa desta geração de jovens, na sua grande maioria filhos das classes sociais mais favorecidas do Estado Novo, mas cujas aspirações à liberdade e à democracia vieram engrossar a corrente popular que em 1974 alcançou um futuro novo para a nossa terra!

JAF


sexta-feira, 21 de março de 2025

A "Árvore Portuguesa de 2025" é a Figueira dos Amores de Coimbra


No início de cada ano, uma votação online escolhe a "Árvore Portuguesa" desse mesmo ano, de entre as muitas que tenham sido candidatadas para o efeito.

Disso demos aqui notícia em janeiro de 2023, ao publicitarmos o eucalipto de Contige (Viseu), e em janeiro de 2024, com a camélia-japoneira de Guimarães.

Em 2025, apesar de nos termos atrasado nesta singela homenagem ao nosso património natural, ainda vimos fazê-lo hoje.

Assim, aqui fica o devido destaque à chamada Figueira dos Amores, que mereceu a distinção de "Árvore Portuguesa de 2025".

A Figueira dos Amores faz parte do património vivo dos Jardins da Quinta das Lágrimas, em Santa Clara, Coimbra. A figueira, com cerca de 150 anos, é uma árvore australiana, com 35 metros de altura, 15 de perímetro de tronco e aproximadamente 40 de diâmetro de copa.

A árvore pode ser encontrada no Jardim, junto à Fonte dos Amores, espaço da história de amor de Pedro e Inês. 

Plantada no jardim no século XIX, por um aristocrata colecionador de árvores, na sequência de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sidney, a peça chama a atenção pela dimensão dos seus ramos, tronco e raízes.

De nome científico Ficus macrophylla, esta árvore é também conhecida como figueira-estranguladora. Nativa das florestas chuvosas da costa leste da Austrália, no seu habitat natural cresce mais frequentemente sob a forma de estranguladora do que de árvore, na copa de uma árvore hospedeira. A nova planta emite raízes que após tocarem o solo permitem que se torne autónoma e acabe por estrangular o hospedeiro. 

Mas esta figueira é amplamente utilizada como uma árvore ornamental em parques públicos e jardins em climas mais quentes, como na Califórnia, Portugal, Itália e Austrália.

JAF




sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Posse dos novos órgãos sociais da Aldraba e lançamento das "Memórias da Guerra Colonial"






















A Casa do Alentejo em Lisboa, na tarde do passado dia 25 de fevereiro de 2025, foi palco de dois eventos de projeção desigual, mas ambos de grande significado cívico e cultural.

Pelas 17h30, na biblioteca, o Presidente da Assembleia Geral da Aldraba deu posse aos membros dos órgãos sociais da associação que, em 14.2.2025, foram eleitos para o mandato de 2025/2026.

Registam-se aqui algumas imagens desse ato, e assinala-se que foram proferidas - pelo empossante e pelos empossados - palavras de grande confiança na prossecução do trabalho e do projeto que nos tem animado ao longo dos últimos 20 anos!

Meia hora depois, no esplendoroso Salão Victor Santos, foi feito o lançamento do livro "Memórias da Guerra Colonial - Na Lunda da Diamang e dos Quiocos", editado pelas Edições Colibri e da autoria do Nuno Roque da Silveira, que estava rodeado pelo editor Fernando Mão-de-Ferro, e pelos apresentadores Prof.ª Dr.ª Isabel Castro Henriques e Prof. Dr. António Carlos Cortez.

Intervenções magníficas - nos planos histórico e literário - dos dois apresentadores, que proporcionaram verdadeiras lições à enorme assistência que encheu por completo o espaço da sessão.

Da parte do autor (o nosso querido Nuno, vice-presidente da Direção da Aldraba), e da parte de familiares e amigos próximos que também intervieram, ouviram-se testemunhos de grande vibração pessoal. 

Um dia autenticamente memorável.

JAF (fotos MBarata)
 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

"Memórias da guerra colonial" - Lançamento, 25fev2025, 3.ªfeira, 18h



A associação Aldraba junta-se aos promotores deste lançamento, e desafia todos os seus amigos a virem até à Casa do Alentejo na próxima 3.ª feira, dia 25.2.2025, assistir a este importante evento literário e social.

O autor da obra é o nosso companheiro Nuno Roque da Silveira, vice-presidente da Direção da Aldraba, que vivenciou diretamente a guerra colonial em Angola, ao longo de alguns anos.

JAF

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Debaixo destas avelaneiras floridas










Aproximando-se timidamente a primavera, cumpre-nos hoje evocar uma "cantiga de amigo" do séc. XIII, atribuída a Aires Nunes de Santiago, e que José Afonso recuperou num álbum de 1969.

Esta "Bailia" tem um poema muito belo, em que se nota o cruzamento de elementos temáticos que António José Saraiva comentava sabiamente: 

"Em toda a Cristandade medieval, viu-se a Igreja obrigada a reprimir a prática de ritos e festas pagãs, cuja persistência mais ou menos ingénua sob a liturgia cristã apresentava como um dos aspetos mais pertinazes os cânticos eróticos de mulheres dentro dos próprios templos, por ocasião de romarias ou das festas pascais que cristianizaram as festas gentílicas das Maias sob a forma de júbilo da Ressurreição." 


Bailia


Bailemos agora por Deus ai velidas

So aquestas avelaneiras frolidas

E quem for velida, como nós, velidas

Se amigo amar,

So aquestas avelaneiras frolidas

Verrá bailar.

 

Bailemos agora por Deus ai loadas

So aquestas avelaneiras granadas

E quem for loada, como nós, loadas

Se amigo amar,

So aquestas avelaneiras granadas

Verrá bailar.

 

Bailemos nós já, todas três, ai amigas

So aquestas avelaneiras frolidas

E quem for velida, como nós, velidas

Se amigo amar,

So aquestas avelaneiras frolidas

Verrá bailar.

 

Bailemos nós já, todas três, ai irmanas

So aqueste ramo destas avelanas

E quem for louçana, como nós, louçanas

Se amigo amar,

So aqueste ramo destas avelanas

Verrá bailar.

 

Por Deus, ai amigas, mentre al non fazemos

So aqueste ramo frolido bailemos

E quem bem parecer, como nós parecemos,

Se amigo amar,

So aqueste ramo so que nós bailemos

Verrá bailar.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Ecos do 39.º Jantar-tertúlia, na Academia Recreio Artístico


















Uma noite de convívio e cultura com 37 participantes, entre associados, familiares e amigos da Aldraba, nas instalações da sede da ARA - Academia Recreio Artístico, em plena baixa lisboeta.

Aprendemos todos algo da brilhante história desta coletividade, fundada em 1855 e que continua com intensa atividade nos domínios do teatro amador, do fado, dos espetáculos populares, do recreio, dos eventos assinalando datas relevantes e até do apoio social na sua zona.

Após o jantar, seguimos com muito interesse a apresentação do seu presidente da Direção, o nosso amigo Armando Oliveira, que descreveu com rigor e emoção o percurso da ARA, tendo sido depois interpelado por diversos associados da Aldraba - com perguntas e comentários de desenvolvimento. Usou ainda da palavra, sobre o associativismo em Portugal, o amigo Pedro Franco - até há pouco, presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa, e que anunciou pretender filiar-se na Aldraba...

JAF (fotos de MBarata)  

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Eleições 2025/2026 e AG anual da Aldraba realizadas com sucesso















Com uma boa participação de 32 associados, a Assembleia Geral da Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular reuniu ao longo da tarde do dia 14 de fevereiro de 2025, na Casa do Alentejo, tendo cumprido todos os objetivos estabelecidos.

Na sessão da Assembleia anual, foram discutidos e aprovados o Relatório de Atividades de 2024 (com emendas), as Contas de 2024, o Plano de Atividades para 2025 e o Orçamento para 2025, apresentados pela Direção, tendo sido tomado em conta o Relatório do Conselho Fiscal.

Na componente eleitoral para 2025/2026, foram eleitos em urna os novos órgãos sociais, que passam a ter a seguinte composição:


MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Presidente:              Jorge Branco, associado nº 93 

Vice-Presidente:     Lúcia Gonçalves, associada nº 60

Secretário:               Ezequiel Gonçalves, associado nº 118                       

 

DIREÇÃO

Presidente:             José Alberto Franco, associado nº 5

Vice-Presidente:    Albano Ginja, associado nº 76

Vice-Presidente:    Luís Filipe Maçarico, associado nº 10

Vice-Presidente:    Marta Barata, associada nº 52

Vice-Presidente:    Nuno Roque Silveira, associado nº 53

Tesoureira:             Odete Roque Silva, associada nº 18

Secretária:              Ana Isabel Veiga, associada nº 49


CONSELHO FISCAL

Presidente:              Leonel Costa, associado nº 33 

Relator:                    António Brito, associado nº 46

Secretário:               Jorge Serra de Almeida, associado nº 104


JAF (fotos MBarata)

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Jantar-tertúlia na ARA (coletividade mais antiga de Lisboa) no próximo sábado, 15fev, 20h

A Aldraba vai realizar o seu 39.º jantar-tertúlia no próximo sábado, dia 15 de fevereiro de 2025, às 20 horas, na Academia Recreio Artístico, onde seremos recebidos e acompanhados pelo Presidente da coletividade, o amigo Armando Oliveira.

É motivo de orgulho e satisfação para a Aldraba, no ano em que comemora o seu 20.º aniversário, ser recebida por aquela que é considerada como a coletividade mais antiga de Lisboa em atividade, nos seus garbosos 170 anos de vida!

Como já se escreveu na internet (www.abrilabril.pt), "no n.° 286 da rua dos Fanqueiros, em plena baixa pombalina, uma associação faz da resistência parte da sua atividade. Na Lisboa do turismo excessivo, dos unicórnios e da gentrificação, há quem lute para manter um lugar na cidade que é sua (...). Ninguém saberá qual é o futuro da ARA, mas o mais certo é que todos os que a frequentam vão sempre lembrar-se do espaço único que acolhe todos os comuns numa cidade cada vez mais elitizada. Quem vai à ARA irá lembrar-se de todos os convívios que teve até às duas da manhã, das médias que partilhou com os amigos, dos derbys que lá viu, dos jogos de bilhar que ganhou ou perdeu, das conversas mais ou menos profundas e mais ou menos engraçadas que teve, das memórias que criou, das vidas que viveu e que se renovaram a cada momento por lá."

O jantar tem a ementa acima destacada, e será certamente uma ocasião privilegiada de convívio e de interação com a rica experiência daquela casa.

Os associados e amigos da Aldraba que queiram participar devem fazer a sua inscrição até 5ªfeira, 13.2.2025, pelo mail aldrabaassociacao@gmail.com, ou junto do Albano Ginja (albanoginja@gmail.com // TM 914773956), informando qual o prato principal preferido.

JAF (gravura Marta Barata)

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Assembleia Geral eleitoral e AG anual da Aldraba no próximo dia 14 fev 2025, na Casa do Alentejo












Vão-se realizar no próximo dia 14 de fevereiro de 2025, 6.ª feira, na Casa do Alentejo em Lisboa (R. Portas de Santo Antão, 58), a Assembleia Geral eleitoral da associação Aldraba para o biénio 2025/2026, e a Assembleia Geral anual para aprovação dos Relatório e Contas 2024 e Plano de Atividades e Orçamento 2025.

Essas Assembleias Gerais, de acordo com as convocatórias oportunamente enviadas a todos os associados, terão lugar no mesmo local, a partir das 16h e das 17h30, respetivamente. Para as eleições, e segundo os Estatutos, é permitido o voto por correspondência.

JAF  

domingo, 26 de janeiro de 2025

Reação ao Caderno Temático n.º 2













Eis um mágico livro-catálogo dos meus colegas e amigos antropólogos Luís Maçarico e Ana Isabel. Felicito-os por teimarem nas partilhas etnológicas destes universos tão esquecidos, sobretudo porque o fazem a partir da utopia de uma pequena associação (Aldraba), com orçamentos de rapar tachos, e ainda por cima tiram do seu “pão“ para ajudar a pagar esta e outras iniciativas culturais.

Prefaciei esta jóia com o coração cheio… bem hajam amigos, o mundo ficará um grão mais luminoso…

Eddy Chambino (da sua página de Facebook)


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Um bom triénio 2025/2027 para a ACCL!








Acabam de tomar posse para novo mandato os órgãos sociais da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa, estrutura desconcentrada da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, onde a associação Aldraba tem em curso um processo de filiação.

Ao novo presidente da Direção da ACCL, Artur Botão (Academia Musical do Lumiar), e à restante equipa, daqui formulamos os nossos melhores votos de um trabalho proveitoso e solidário nos objetivos de dinamização social prosseguidos pelo associativismo.

Dos órgãos sociais da ACCL continua a fazer parte (agora como secretário da Mesa da Assembleia Geral) o nosso companheiro Albano Ginja, vice-presidente da Direção da Aldraba.

JAF 

 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Dia de Reis










E aqui estão os Reis à porta

E os pastores para os cantar

Se os senhores nos dão licença

Nós os vamos começar

 

Senhores da casa, gente nobre

Escutai e ouvireis

Das partes do Oriente

São chegados os três Reis

 

Não vos cantamos os Reis

Que são dos nobres senhores

Vimos dar-vos as janeiras

Porque são dos lavradores

 

Menina que estais ao lume

Assentada na cortiça

Deite os olhos ao fumeiro

Venha-nos dar a chouriça

 

Canção tradicional do Minho


quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Arrastadeira, carocha, ovo, pão-de-forma, boca-de-sapo, ora bolas...

 






















Longe vão os tempos em que a globalização e a aculturação ainda não se tinham instalado da forma esmagadora que agora conhecemos...

Há 80/70 anos, certas indústrias começavam a fabricar e a divulgar alguns modelos de veículos automóveis que se foram tornando populares e se transformaram em símbolos de ascensão social para as classes desfavorecidas nos países ocidentais.

Em paralelo com (ou em vez de) as denominações em inglês, francês ou alemão das marcas e modelos das viaturas mais difundidas, estas eram batizadas com nomes portugueses familiares, que exprimiam bem o carinho dos que a elas conseguiam aceder.

Enumeramos e ilustramos hoje alguns desses casos, que marcas como a Citröen, a Volkswagen ou a Ford Anglia lançaram no mercado europeu depois da II Guerra Mundial, e cuja recordação cala bem fundo em muitos de nós!

JAF