domingo, 11 de abril de 2010

Os nomes das localidades em azulejos















O azulejo é elemento decorativo e veículo do imaginário, mas também tem tido uma aplicação utilitária, como diz Susana Calado Martins (blogue “Lugares do Sul”).

As placas toponímicas indicando os nomes das localidades, que muitos de nós recordam com carinho, foram colocadas – pelo menos a maior parte delas – pelo Automóvel Clube de Portugal nos inícios do século XX, e eram “letreiros … formados por letras individuais feitas em série, pintadas através de estampilhos manuais agrupadas conforme a palavra a constituir e rematados por frisos próprios, e … identificados por um pequeno fragmento no cimo do topónimo com a sigla ACP entrelaçada” (blogue citado).

Visava-se orientar os viajantes do turismo que se começava a desenvolver, mas também assinalar uma marca de distinção e referência das localidades, contribuindo para o amor-próprio das suas populações.

Como escreve judiciosamente SCM, “este equipamento toponímico azulejar faz parte do património cultural das comunidades, enquanto manifestação artística própria de uma época ou épocas e sobretudo enquanto referência da memória, cumprindo uma dupla função social. Daqui surge a necessidade de desenvolvimento de acções de sensibilização do cidadão, dando-lhe a conhecer um património muitas vezes relegado para 2º plano o qual passa muitas vezes despercebido dada a sua conotação com o antigo, no sentido de velho e em desuso, devendo por isso ser substituído por formas modernas, ao invés de ser reconhecido e preservado. Para este fim são necessárias intervenções de restauro nos conjuntos possíveis e mais significativos, mas sobretudo acções de prevenção e preservação daquilo que existe com vista ao impedimento da destruição, seja esta por acção do tempo/abandono ou por actos de vandalismo”.

Outro blogue (“Diário de Bordo”), assinala sobre as placas toponímicas que hoje, com o alargamento dos perímetros urbanos, se situam frequentemente no interior das povoações, o que torna a sua identificação mais difícil e mais divertida.

E acrescenta o respectivo bloguer (Teresa Oliveira), em Dezembro de 2008, que se lembra “desde sempre, de uma na Amadora, perto da Academia Militar” e que “quando a procurei, há uns meses, percebi que alguém a tinha caçado primeiro, porque já não estava lá...”

Identificamo-nos totalmente com as preocupações destas companheiras da blogosfera.

E procuramos aqui, republicando (com a devida vénia) fotografias já divulgadas noutras fontes, e reproduzindo algumas que conseguimos nós próprios colher, estimular os associados e amigos da “ALDRABA” a colaborarem nesta tarefa de divulgação e preservação do património.

Quem aceita o desafio e nos faz chegar outras fotografias de placas de localidades, e notícia de iniciativas visando a sua valorização?

JAF

(Fotos: “Lugares do Sul”- Loulé e Quarteira; “Diário de Bordo” – Arraiolos, Cabeço de Vide, Caparide, Estremoz, Évora, Fronteira e Queluz de Baixo; “Static.panoramio” – Seramena; LFM – Alvaiázere; JAF – Alandroal, Castro Verde e Ciborro)




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