Esta pequena preciosidade, felizmente hoje recuperada, fica escondida num recanto entre a Rua da Costa do Castelo e o Largo da Achada, em Lisboa. Para além dos seus moradores e de quem mais, por obrigação, por ali faça seus os caminhos do dia a dia, poucos a devem conhecer.
Grave omissão, poderia dizer-se, não fosse o desculpável desconhecimento de muitos por não haver folhetos turísticos que a revelem nem outra forma de a descobrir, a não ser que a curiosidade por esta Lisboa que em cada canto nos encanta (e por vezes também desencanta…) nos conduza os passos para tão esconsas paragens. E depois é só admirar as belas portas ogivais, o andar de ressalto, vestígios mais que evidentes de uma marcada ancestralidade que nos faz recuar uns bons séculos.
Deste lugar falou Norberto de Araújo (http://www.infopedia.pt/$norberto-de-araujo) nas suas “Peregrinações em Lisboa”, livro III:
«Este sítio da Achada, que foi arrabalde da cidade muçulmana, deve o seu nome, muito antigo e característico, pois já é citado em 1554, ao facto de aqui se encontrar uma pequena planície ou descanso da encosta. “Achada”, com efeito, é uma contracção de “achaada”, terra chã. (…)há aqui casas curiosas, interessantes na sua construção de alguns séculos, e como raras se encontram na Alfama. Por exemplo: (…) na reentrância defronte do Largo este prediozinho nº. 54, com porta ogival simples e janela do mesmo tipo.»
Mais que isto é saber-se que não é lugar só para usufruto de alguns, mas que ainda é vivido, com roupas estendidas à janela e o verdejar das plantas que emolduram as portas.
MPA (texto e fotografias)
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