A Associação Aldraba apresentou em 21.1.2015 a sua revista nº 16, na Biblioteca José Saramago, em Beja, com dois dos autores dos artigos desta edição: Marco Valente, arqueólogo e Paulo Lima, antropólogo.
Falou-se de património, debateu-se o trabalho ingrato dos trabalhadores da arqueologia, que vivem sob diversas pressões e a patrimonialização dos objectos e do saber fazer.
A globalização, a transformação das memórias e identidades em produtos vendáveis, em que os mercados e o turismo possam beneficiar, nesta sociedade-espectáculo em que tudo se consome, desde que a origem das tradições perca parte da sua história, que remeta para contextos de dificuldades, como algumas ervas comestíveis no Alentejo, que a criatividade popular, por causa da míngua nos tempos da fome, integrou em cozinhados, hoje quase produtos gourmet...
Jorge Dias escreveu, um dia, que se o turista não se importa de consumir uma pérola de plástico, para quê proporcionar-lhe o original? Este é o risco: perder-se o genuíno, para exibir aquilo que já pode ser outra coisa...
A assistência sugeriu que a Aldraba torne a Beja para se alargar este debate a mais interessados, que nem sabem o que perderam.
Saudação e agradecimento a todos os que estiveram presentes, à Biblioteca de Beja, na pessoa da sua coordenadora Drª Paula, e aos dois investigadores, que ao longo das quase duas horas da sessão mantiveram a assistência bem interessada.
A Aldraba começa assim a celebração dos seus 10 Anos de existência.
LFM (texto e fotos)
Dez anos após a sua criação, a Aldraba, quer nesta apresentação da sua revista 16, através de Paulo Lima, quer no lançamento em Lisboa, pelas palavras do também Antropólogo Augusto Flor, foi designada como resistente e estimulada a prosseguir um trabalho válido de reflexão e debate, acerca deste tempo de riscos e perdas. Da identidade. Do património. Da memória. Pela partilha. Na inquietação de indagar e propôr. Parabéns a todos os que contribuíram para a criação desta Associação.
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