terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pelo cais do Ginjal … até à Incrível Almadense













Com os olhos postos nas nuvens, receosos que o temporal da véspera viesse a repetir-se, as quase três dezenas de participantes neste XIX Encontro da Aldraba foram-se reunindo no vulgarmente chamado Largo de Cacilhas, na manhã do passado dia 19 de Novembro. Na realidade, como foi recordado com emoção, a sua designação actual é Largo Alfredo Dinis – Alex, em memória do operário traçador da Parry & Son, comunista, assassinado pela PIDE em 1945, com apenas 28 anos.
Ali mesmo fomos recebidos pelo Alberto Ramos, associativista, grande conhecedor de Almada e de Romeu Correia, com quem privou e de quem foi amigo, pelos dirigentes de “O Farol, Associação de Cidadania de Cacilhas” Henrique Mota e Luís Filipe Bayó, e pelo Luís Barros, arqueólogo da Câmara Municipal de Almada.
Pela mão destes amigos, e graças ao seu profundo conhecimento da Cacilhas de agora e da de outros tempos, onde ressalta a vivacidade e o empenho do Luís Filipe Bayó, percorremos durante duas horas todo o cais do Ginjal, e soubemos da história e das histórias de casas e armazéns, becos e túneis, praias e ancoradouros, toda uma azáfama costeira e fabril, de que agora apenas resta a saudade dos que foram ficando.
No Núcleo Naval do Museu Municipal, que visitámos a seguir, estão patentes achados arqueológicos que nos remetem para fenícios, romanos e árabes que por aqui passaram e que aqui deixaram as suas marcas culturais, tal como nos referiu o Luís Barros, lamentando a escassez de recursos alocada a estas matérias. O Núcleo integra igualmente a história da faina ribeirinha, mostrando desde barcos a aparelhos de pesca e navegação.
Depois da subida para a zona velha de Almada no elevador panorâmico da Boca do Vento e de animado convívio à volta do almoço no Restaurante Horácio, a tarde seria dedicada ao cidadão, escritor e desportista almadense Romeu Correia.
Já na Incrível Almadense, onde decorreria a sessão da tarde, fomos recebidos pelo Luís Milheiro, da Direcção, e pela Clara e pelo Manuel, dirigentes da Associação Almada Velha que está encarregue da dinamização dos seus espaços. Quer pela intervenção de fundo, a cargo do Alberto Ramos, quer a partir dos múltiplos depoimentos por parte dos diversos amigos que com ele tiveram o privilégio de conviver, foi desenhado o perfil do homem notável e do cidadão empenhado que, de forma tão singela, ali homenageávamos.
À memória de Romeu Correia voltaremos em breve.
MEG (fotografias JAF e MEG)

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