Ontem, pelas 22h, no Jardim Público de Campo Maior, foi lançado o 4º livro de poesia da nossa associada Rosa Dias, "Novo Amanhecer”. Na assistência, muitos campomaiorenses e muitos amigos da Rosa, entre os quais 5 outros associados da ALDRABA.
A apresentação do livro foi assegurada pelo vice-presidente da direcção da ALDRABA, Luís Filipe Maçarico, poeta e amigo da Rosa Dias, cujo texto aqui se reproduz. No palco, além da autora, estavam presentes e usaram da palavra a vereadora da Cultura da Câmara de Campo Maior, Isabel Raminhas, o presidente da Casa do Alentejo, João Proença, o empresário Rui Nabeiro e a poetisa Maria José Lascas.
JAF (texto) / MEG (fotos)
A apresentação do livro foi assegurada pelo vice-presidente da direcção da ALDRABA, Luís Filipe Maçarico, poeta e amigo da Rosa Dias, cujo texto aqui se reproduz. No palco, além da autora, estavam presentes e usaram da palavra a vereadora da Cultura da Câmara de Campo Maior, Isabel Raminhas, o presidente da Casa do Alentejo, João Proença, o empresário Rui Nabeiro e a poetisa Maria José Lascas.
JAF (texto) / MEG (fotos)
Um novo amanhecer…
Rosa Dias é uma força da natureza, enxertada em poesia, que realiza intensamente, na sua passagem por este mundo, o sonho de florescer em todas as vertentes que o ser humano pode abarcar.
“Levas na palavra a brandura / que acalma quem está sofrendo”
Uma das suas facetas mais luminosas é a do voluntariado, visitando enfermos, por vezes em fase terminal, nos hospitais onde o sofrimento é o cenário quotidiano mas onde aparecem estas pessoas raras partilhando a pura dádiva da fraternidade, com uma sílaba de esperança…
O associativismo é um dos caminhos para chegar aos outros, para consumar o melhor que a vida pode ter: convívio, entreajuda, saber-fazer, do verso à efémera flor de papel, do riso à descoberta enriquecedora.
Na Casa do Alentejo, com a Alma Alentejana, nos encontros da Aldraba, até em Alpedrinha com a Liga dos Amigos, e nas colectividades de Lisboa, a Rosa desperta os melhores sentimentos, gerando reflexões, agitando plateias, divertindo os que bebem a sua poesia ou as estórias trazidas do Alentejo, da vivência do povo humilde, ao qual dá uma expressão singular.
Ao lado da Rosa, mesmo que algumas vezes o seu coração se afligisse, ninguém se apoquenta, pois parece nascida para espalhar alegria. “A tristeza, longe da porta…”
Revejo-a na sua terra, pouco tempo depois de ser operada aos pés, recebendo multidões de amigos e até visitantes inesperados que, nas últimas Festas do Povo, julgaram que a sua casa era um estabelecimento para matar a sede aos forasteiros!
Amiga de palavras sensatas, aconselhando o melhor rumo, seguindo uma intuição onde o mais importante é decidir aquilo que impeça molestar o outro.
Rosa Dias nasceu em 26 de Setembro de 1947 e, como muitas crianças da sua época, aqui cresceu, frequentando escola primária do bairro novo, onde completou a 4ª classe.
A jovem Rosa trabalhou primeiro, durante algum tempo, numa torrefacção de café, para depois desempenhar as tarefas de empregada doméstica, tendo desenvolvido essa profissão em Lisboa, onde conheceu o seu amado, com dezasseis anos, pai dos dois filhos que tiveram.
“Abram-se as portas do povo / do meu povo amordaçado”
Quando a poesia, como um vulcão, incendiou as suas veias e espírito, por a ouvirem apresentar versos tão profundos e certeiros, os mais próximos, com estranheza, interrogaram-se sobre o mistério que se evidenciava, inundando os dias de todos os que com ela conviveram, ao longo dos anos.
Porém, e apesar da grande criatividade espontânea, nas últimas duas décadas e meia apenas publicou quatro livros.
Esta é a terceira vez que acompanho, em Campo Maior, a apresentação de um trabalho da Rosinha.
Foi assim em 2001, com a reedição das “Toadas Alentejanas” de 1989, e em 2008, quando gravou o CD “Olhar Poético”.
A estes títulos e ao “Sentir do Alentejo”, de 1985, e aos “Anexins e Nomes Engraçados de Campo Maior”, de 1997, junta-se agora um livro com uma grande carga simbólica, fruto de um imenso desejo de viver.
O “Novo Amanhecer” surge, após dias sombrios que Rosa Dias atravessou, com a força que lhe é inerente, esta maravilhosa energia regeneradora que a faz lembrar a dignidade do trabalhador alentejano, a ingenuidade da pegada dos velhotes, a graciosidade de um percurso, feito de paz e amor, construindo um espaço único de amizades, porque cumprindo a caminhada, com os valores mais puros na bagagem. Ou, como ela diz, “Contar verdades a crianças sem idade / E dizer bem alto, fiz assim só porque quis”.
Com a grande companhia das quadras e dos versos mais cintilantes, que, como uma escultura, talha na melhor madeira, Rosa Dias associa à sua escrita uma forma de dizer que envolve e surpreende.
“Não gosto de hipocrisia / Nem bondade disfarçada / Nem de quem tem a mania / Que sabe, sem saber nada”
Saboreemos os seus poemas perscrutando-a, folheiem-se os seus livros acompanhando o seu percurso, através do património e das tradições, demonstremos o quanto nos é grato respirar os solidários sonhos do povo do qual ela é uma das vozes que não se apagará da memória desta terra.
É tanta a magia da mulher e da obra que as palavras são diminutas para celebrar o privilégio de a termos hoje, mais forte do que nunca, trazendo uma colheita que é o retrato dos dias e dos passos, na direcção do futuro, sempre à nossa espera na linha do horizonte.
Bem hajas, Rosa, por seres como és, e por nos brindares com este “novo amanhecer”!
LUÍS FILIPE MAÇARICO
Rosa Dias é uma força da natureza, enxertada em poesia, que realiza intensamente, na sua passagem por este mundo, o sonho de florescer em todas as vertentes que o ser humano pode abarcar.
“Levas na palavra a brandura / que acalma quem está sofrendo”
Uma das suas facetas mais luminosas é a do voluntariado, visitando enfermos, por vezes em fase terminal, nos hospitais onde o sofrimento é o cenário quotidiano mas onde aparecem estas pessoas raras partilhando a pura dádiva da fraternidade, com uma sílaba de esperança…
O associativismo é um dos caminhos para chegar aos outros, para consumar o melhor que a vida pode ter: convívio, entreajuda, saber-fazer, do verso à efémera flor de papel, do riso à descoberta enriquecedora.
Na Casa do Alentejo, com a Alma Alentejana, nos encontros da Aldraba, até em Alpedrinha com a Liga dos Amigos, e nas colectividades de Lisboa, a Rosa desperta os melhores sentimentos, gerando reflexões, agitando plateias, divertindo os que bebem a sua poesia ou as estórias trazidas do Alentejo, da vivência do povo humilde, ao qual dá uma expressão singular.
Ao lado da Rosa, mesmo que algumas vezes o seu coração se afligisse, ninguém se apoquenta, pois parece nascida para espalhar alegria. “A tristeza, longe da porta…”
Revejo-a na sua terra, pouco tempo depois de ser operada aos pés, recebendo multidões de amigos e até visitantes inesperados que, nas últimas Festas do Povo, julgaram que a sua casa era um estabelecimento para matar a sede aos forasteiros!
Amiga de palavras sensatas, aconselhando o melhor rumo, seguindo uma intuição onde o mais importante é decidir aquilo que impeça molestar o outro.
Rosa Dias nasceu em 26 de Setembro de 1947 e, como muitas crianças da sua época, aqui cresceu, frequentando escola primária do bairro novo, onde completou a 4ª classe.
A jovem Rosa trabalhou primeiro, durante algum tempo, numa torrefacção de café, para depois desempenhar as tarefas de empregada doméstica, tendo desenvolvido essa profissão em Lisboa, onde conheceu o seu amado, com dezasseis anos, pai dos dois filhos que tiveram.
“Abram-se as portas do povo / do meu povo amordaçado”
Quando a poesia, como um vulcão, incendiou as suas veias e espírito, por a ouvirem apresentar versos tão profundos e certeiros, os mais próximos, com estranheza, interrogaram-se sobre o mistério que se evidenciava, inundando os dias de todos os que com ela conviveram, ao longo dos anos.
Porém, e apesar da grande criatividade espontânea, nas últimas duas décadas e meia apenas publicou quatro livros.
Esta é a terceira vez que acompanho, em Campo Maior, a apresentação de um trabalho da Rosinha.
Foi assim em 2001, com a reedição das “Toadas Alentejanas” de 1989, e em 2008, quando gravou o CD “Olhar Poético”.
A estes títulos e ao “Sentir do Alentejo”, de 1985, e aos “Anexins e Nomes Engraçados de Campo Maior”, de 1997, junta-se agora um livro com uma grande carga simbólica, fruto de um imenso desejo de viver.
O “Novo Amanhecer” surge, após dias sombrios que Rosa Dias atravessou, com a força que lhe é inerente, esta maravilhosa energia regeneradora que a faz lembrar a dignidade do trabalhador alentejano, a ingenuidade da pegada dos velhotes, a graciosidade de um percurso, feito de paz e amor, construindo um espaço único de amizades, porque cumprindo a caminhada, com os valores mais puros na bagagem. Ou, como ela diz, “Contar verdades a crianças sem idade / E dizer bem alto, fiz assim só porque quis”.
Com a grande companhia das quadras e dos versos mais cintilantes, que, como uma escultura, talha na melhor madeira, Rosa Dias associa à sua escrita uma forma de dizer que envolve e surpreende.
“Não gosto de hipocrisia / Nem bondade disfarçada / Nem de quem tem a mania / Que sabe, sem saber nada”
Saboreemos os seus poemas perscrutando-a, folheiem-se os seus livros acompanhando o seu percurso, através do património e das tradições, demonstremos o quanto nos é grato respirar os solidários sonhos do povo do qual ela é uma das vozes que não se apagará da memória desta terra.
É tanta a magia da mulher e da obra que as palavras são diminutas para celebrar o privilégio de a termos hoje, mais forte do que nunca, trazendo uma colheita que é o retrato dos dias e dos passos, na direcção do futuro, sempre à nossa espera na linha do horizonte.
Bem hajas, Rosa, por seres como és, e por nos brindares com este “novo amanhecer”!
LUÍS FILIPE MAÇARICO
Foi muito agradável ter ido ao Alentejo,pois apesar da temperatura abafada, proporcionou-se,graças ao livro da Rosa, um convívio alargado com gente amiga que não se encontrava há algum tempo.
ResponderEliminarE associados e amigos da Aldraba eram vários, para lá do presidente da direcção, da tesoureira...a própria Rosa, o Zé Rodrigues, o Joaquim Avó, além da Dina e da Pombinho...etc.
Bem haja à direcção da Aldraba por ter estado presente, e à amiga Rosa por estar tão bem acompanhada.
A Apresentação pelo Poeta e Antropólogo Luis Filipe Maçarico não podia ser mais correcta e sentida.
ResponderEliminarFoi um momento muito bonito e a Rosa Dias tudo merece!
Sinto-me muito lisonjeada com esta ternura, este apreço pela minha pessoa e pelo meu sentir poético!
ResponderEliminarAgradeço meus amigos!
O Luís Maçarico é sem duvida aquela máquina! Intuitivo! Sensível! Poeta! Antropólogo! E além do mais um bom amigo!
Afortunada sou eu em te-los a todos vós por amigos da alma!
Aquele abraço da amiga certa Rosa Dias