sábado, 23 de janeiro de 2010

As chaves das portas



No passado dia 15.1.2010, no debate que se seguiu à sessão de apresentação dos Cadernos Temáticos na Biblioteca Municipal de Santarém, a sua chefe de divisão, Drª Teresa Lopes Moreira, referiu-se com muita afectividade a algumas recordações que a sessão lhe suscitou.
Com a sua anuência, reproduzimos registos do seu depoimento, com o desejo de voltarmos a ter no nosso blogue outras colaborações desta amiga:

"Nasci numa casa com batentes, com mãos.
Nasci na mesma casa onde a minha mãe nasceu...Em Marvila.
Hoje em dia é uma loja de lingerie.
A noção que tenho é do bater.
Hoje ficamos baralhados com os tons das campaínhas. O batente dava logo o som, não havia confusão. Conforme o nº de toques era para o vizinho que era. Quando se ouvia a primeira pancada, ficava-se à espera se era para nós ou para o vizinho...Havia campaínha que accionava sineta interna.
No caso da aldeia, a questão aí funciona completamente diferente. O que eu recordo melhor, simbolizaria (quanto menos trabalhados, decrescia no escalão social) a estratificação...
E depois as chaves, é uma coisa que me delicia.
Continuo a guardar, eram enormes - e fascinavam-me porque eram peças muito bonitas. Vivi na casa onde nasci e o que guardo da casa é a chave amarela.
A mão, preta, era um símbolo para afastar as invejas..."

LFM (fotografia reproduzida de http://pt.photaki.com/picture-chaves-antigas-penduradas)

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