quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Stéphane Hessel, um indignado


Stéphane Hessel deixou-nos ontem, aos 95 anos.

Nascido em Berlim, numa família desafogada de origem judaica, Hessel residia há muito em Paris, tendo atravessado de forma muito viva e empenhada quase todo um séc. XX “pleno de furores e de catástrofes”, e também estes loucos 12 anos do séc. XXI.

É um breve registo do seu percurso, e sobretudo da sua atitude perante o mundo, que nos cabe aqui fazer hoje, pois a ALDRABA luta pela memória e pela cidadania, em Portugal e fora dele!

* * *

Sobre as 2 guerras mundiais, os totalitarismos que dominaram a Europa, a Ocidente e a Leste, os ataques nucleares, a descolonização, a globalização das economias, Stéphane Hessel pôde proclamar: “Eu vivi tudo isso, eu próprio e não um ser fictício criado pelo meu orgulho ou pelo meu tédio”.

Na parte final da sua vida, Stéphane Hessel tornou-se escritor de intervenção, tendo publicado em 20 de outubro de 2010, quando completava 93 anos, o opúsculo “Indignai-vos!”, de 32 páginas, que foi reproduzido por todo o mundo, em mais de 4 milhões de exemplares.

O termo “INDIGNADOS” espalhou-se como um rastilho de pólvora, e foi acolhido em 2011 e 2012 por manifestantes em França, em Espanha, na Alemanha, na Itália, na Grécia, em Portugal e até nos Estados Unidos, tendo já inspirado um filme do realizador Tony Gatlif.

“Este sucesso é para mim uma obrigação… Enquanto for ainda capaz de andar, de falar, de compreender o que se passa, acho que devo ser responsável. Enquanto se pode ter alguma influência, é preciso aproveitá-la”, afirmou ele, quando se deslocou pelo mundo fora, em conferências e contactos diversos, levando uma palavra de resistência e de indignação perante “a ditadura do dinheiro”.

Antes, Stéphane Hessel tinha sido embaixador, participou na ONU na redação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, foi deportado para Buchenwald, foi combatente antinazi em França, foi romancista e poeta.

Quando da ocupação do seu país de adoção pelos nazis, em 1940, desloca-se para Marselha, daí para Oran, passou por Lisboa, e finalmente juntou-se em Londres à resisttência. Em 1944, foi enviado clandestinamente para o interior de França, para organizar uma rede de postos de rádio. Preso e torturado pelos alemães, esteve deportado em três campos de concentração, de onde viria finalmente a ser libertado pelas tropas norte-americanas.

Numa autobiografía, Stéphane Hessel evoca os seus amigos Régis Debry, Edgar Morin, Cohn-Bendit, Michel Rocard e outros, e enuncia as suas convicções da seguinte forma: “Basta termos um certo número de pólos fundamentais: poesia, sorte, gosto pelos outros, mediação, compaixão”.

Foi incansável defensor da causa palestiniana.

Em 2012, publicou, em conjunto com o Dalaï-Lama, o manifesto “Declaremos a paz! Por um progresso do espírito”. Ainda em 2012, apoiou a candidatura de François Hollande à presidência da República, mas, numa entrevista dada já em fevereiro deste ano, com Cohn-Bendit, recomendava-lhe que andasse mais depressa, porque “vivemos numa sociedade cruel!”

JAF (texto adaptado da imprensa europeia)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sucesso da Assembleia Geral de 16.2.2013







































No sábado, dia 16 de fevereiro de 2013, reuniu com sucesso a Assembleia Geral da Aldraba, com a sessão eleitoral para o biénio de 2013/2014 (eleita, sem votos desfavoráveis, a lista A), e com a sessão ordinária de prestação de contas de 2012 e planeamento de atividades para 2014.

Os 30 associados que participaram, presencialmente ou enviando o seu voto por correspondência, elegeram os novos órgãos sociais.

Foram aprovados, com algumas alterações, os documentos propostos pela Direção cessante.

Do vivo debate realizado, resultou, nomeadamente, o Plano de Atividades de 2013, que contempla (com as três adendas aprovadas):

"Continuaremos a procurar uma maior participação dos associados e prosseguiremos as parcerias iniciadas com diversas associações e autarquias, promovendo iniciativas conjuntas e suscitando protocolos de cooperação nos casos em que a interação possa ter um caráter mais continuado.

Assim, ficam planeadas para 2013 as seguintes atividades:

1. Realizar três Encontros temáticos, em locais de reconhecido interesse.
2. Levar a efeito três Jantares-tertúlia em casas regionais ou coletividades populares.
3. Realizar novas edições das Rotas da Aldraba.
4. Efetuar um ou dois debates sobre questões específicas do património.
5. Publicar os nºs 13 e 14 da revista “Aldraba”.
6. Manter e reforçar a circulação da informação no blogue “A Aldraba” e na página do facebook “Associação Aldraba”.
7. Preparar condições para um segundo número dos Cadernos Temáticos, cujo conteúdo se centrará nos cataventos.
8. Editar postais e outros materiais de divulgação do património.
9. Organizar e publicitar o acervo documental da Aldraba.
10. Prosseguir os esforços para obter uma sede com espaço físico adequado à otimização dos nossos recursos.
11. Manter a ligação a certames de base popular local e regional.
12. Cooperar com iniciativas exteriores nos domínios do património, da cidadania e da memória."

JAF (fotos de António Brito)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Dar continuidade ao sonho da ALDRABA















É já no próximo sábado, dia 16 de fevereiro, que se realizam as eleições dos órgãos sociais da ALDRABA para o mandato de 2013/2014.

Dentro do prazo fixado, constituiu-se a seguinte lista (LISTA A), com um programa subordinado ao lema “CONTINUAR A PROMOVER AS MEMÓRIAS E OS SABERES IDENTITÁRIOS”:

Mesa da Assembleia Geral
Presidente: João Coelho, associado nº 19
Vice-Presidente: António Brito, associado nº 119
Secretário: Francisco Colaço, associado nº 87

Direção
Presidente: José Alberto Franco, associado nº 23
Vice-Presidentes: Círia Brito, associada nº 136, Luís Filipe Maçarico, associado nº 29, Maria do Céu Ramos, associada nº 146, e Nuno Silveira, associado nº 139
Tesoureira: Maria Eugénia Gomes, associada nº 38
Secretário: Leonel Costa, associado nº 81
Suplentes: José Viegas, associado nº 93, e Luís Ferreira, associado nº 27

Conselho Fiscal
Presidente: Rogério Rodrigues, associado nº 73
Secretária: Natividade Anastácio, associada nº 61
Relatora: Ana Cunha, associada nº 133.

A lista A propõe-se pugnar “por uma vida associativa que exercite a partilha franca e aberta de experiências, saberes e capacidades, em busca de resultados úteis para as comunidades que nos acolhem, e em que os participantes possam fruir valores à escala humana”.

Anuncia pretender “que a associação fomente iniciativas com criatividade e atualidade, incentivando a participação dos associados e a interação com instituições e coletividades que prossigam fins semelhantes ou convergentes com os da ALDRABA”, e propondo-se para tal “incentivar e organizar a discussão, em torno de assuntos com interesse e pertinência, no âmbito dos objetivos consagrados nos Estatutos".

A lista A afirma que continuará a “trabalhar com interlocutores prestigiados que, pelo seu saber-fazer ou conhecimentos, possam colaborar com a associação na identificação e/ou discussão de temas e problemas decorrentes da nossa atividade associativa e em prol da memória e do património material e imaterial, perspetivando novas abordagens”.

Todos os associados da ALDRABA são convidados a exprimir, através da participação na votação do próximo dia 16 de fevereiro de 2013. o seu desejo e empenho em dar continuidade ao sonho dos que em Montemor-o-Novo, naquela manhã soalheira de novembro de 2004, iniciaram o projeto desta nova associação.

José Alberto Franco