domingo, 30 de março de 2008

O esplendor da pintura de Isabel Aldinhas








ISABEL ALDINHAS: A EXALTAÇÃO DA TERRA NUMA PALETA DE EMOÇÕES

Isabel Aldinhas, pintora nascida em Montemor-o-Novo, que em cada obra entoa cânticos de amor ao seu Alentejo, possui o talento de transformar a tinta no sangue da terra, a tela na pele das horas, o quadro na respiração de uma identidade que, não obstante as investidas dos que anseiam formatar tudo com o pensamento único, vai resistindo com pegada heróica.
Os seus pincéis despertam a sede pela cal dos velhos montes, onde vozes antigas floresciam, entre o silêncio mais luminoso, com gestos de suor e sonho.
As feiras, as suas cores festivas ou a íntima fermentação dos segredos, no passajar das mágoas e no amassar da farinha dos dias, a melancolia que os rostos guardam no fim dos duros trabalhos de campo, são marcas inesquecíveis da sabedoria desta tecedeira do tempo que nos óleos e aguarelas enfeitiça o nosso olhar nostálgico.
Depois, o ser humano que deu origem à pintora é cativante. É bom estar ao seu lado, nesse fantástico desfolhar de emoções quando fala da sua infância, do mundo mágico onde cresceu, com todas as dificuldades e ilusões.
Mundo que ressuscita na sua paleta deslumbrante, em cada retrato ou panorama, à procura da poesia dos instantes que constantemente se evaporam.
Isabel Aldinhas traz agora também na sua bagagem Alpedrinha. Por aqui esteve breves momentos, o suficiente para se apaixonar pelas suas tonalidades cativantes.
Nas mãos de uma grande pintora como esta, todo o chão estremece, como se fora afagado por uma mãe. Sempre este afecto na linguagem das formas, uma imensa devoção à Natureza, que quase nos faz sentir os lumes do Estio ou as primaveris brisas, entre o feno da planície e as estevas e papoilas dos cerros. Sempre esta exaltação da vida, mesmo quando da vida só resta um nome...
LFM

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/30/2008 06:53:00 PM

quarta-feira, 26 de março de 2008

Candidato a Património Imaterial da Humanidade, O Cante esteve na rua





Chamaram-nos e eles vieram.
Espinha direita e cabeça erguida, com voz tonitruante cantaram, desfilando, com orgulho, a sua história: lutas, derrotas, vitórias e, se calhar, poucas alturas de felicidade. São dignos filhos da “Pátria Alentejana”.
As suas vozes sentidas e poderosas pareceram acordar os Deuses. O Cante esteve nas ruas, e o povo encheu-as vibrando respeitoso.

No passado fim de semana, no âmbito do seu aniversário e não perdendo de vista a importância da luta pela classificação do Cante, enquanto património imaterial da humanidade, o Grupo Coral de Mourão organizou um encontro/desfile de Corais Alentejanos composto por oito grupos, que teve o seu terminus com o Cante em palco.

Foi esmagadora a sua força, tanto na rua como em palco.

Já tarda que todos interiorizemos a real força do Cante, sobre tudo quem manda e, portanto, decide, especialmente e numa primeira fase, as autarquias. Já tarda que actuemos organizados, concentrando esforços em volta de um elemento aglutinador que, por exemplo, pode ser a Associação do Cante - A Moda, até por justiça pelo trabalho que vem realizando.

Convém salientar, todavia, que A Moda nasce a partir do Congresso do Cante Alentejano, só possivel com a dimensão que teve porque assentou, sobre todos os aspectos, na instituição de todos os alentejanos, a Casa do Alentejo, onde ao longo das décadas muitos/todos falam e poucos agem/trabalham na defesa e divulgação da sua cultura, património e tradições, generosamente e com amor.

Sem dúvida, a hora chegou. Vamos classificar o Cante como património imaterial da humanidade. É só mais uma luta...


Texto de Luís Jordão

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/26/2008 03:25:00 PM

terça-feira, 25 de março de 2008

Dicas culturais, por Egas Branco


Egas Branco, cidadão da Cruz Quebrada e Dafundo, numa mensagem simpática, enviou algumas dicas culturais, perguntando:"porque foram espectáculos que nos agradaram muito, querem passar a palavra?"
"O TINTEIRO", de Carlos Muñoz, pelo Intervalo Grupo de Teatro, encenação de Armando Caldas. Um belíssimo espectáculo, para o qual a encenação (Armando Caldas, um dos fundadores do TML, que, em 1961, participou como actor em "O Tinteiro") e a representação (notáveis Carlos Vieira de Almeida (Crock) e Fernando Tavares Marques (Amigo), entre outros) muito contribuíram. A não perder, no Auditório Municipal Lourdes Norberto (no edíficio Pirâmide), em Linda-a-Velha, Sextas e Sábados às 21.30, domingos, 16.00. Se puderem não falhem, depois digam-me se não tenho, ou não, razão!
MAIS TEATRO
"Variações à Beira de um Lago", de David Mamet/ Carlos Pimenta, TM de Almada"Antígona", de Sófocles / Maria do Céu Guerra, A Barraca
EXPOSIÇÕES
"O Desenho na Obra de José Dias Coelho", Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira"

Obrigado, amigo, por estas sugestões!

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/25/2008 11:18:00 AM

quinta-feira, 20 de março de 2008

Primavera, Páscoa e a harmonia desejada



A juventude e a busca da harmonia - Esta imagem traduz os nossos votos, no sentido de uma Páscoa Suave, com Saúde, neste começo de Primavera, a todos os que se preocupam com o Património e uma vida equilibrada, que não moleste o Planeta e os seus seres vivos.
LFM(texto) Rosário Fernandes(foto)

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/20/2008 11:52:00 AM

A herança de Mértola


Nas nossas urbes permanece uma marca arquitectónica, que corresponde à influência civilizacional árabe, que a passagem de séculos não apagou.
Mértola é um desses casos, que na sua herança conta com um belo espólio de becos, arcos e passadiços e uma memória fantástica no imaginário e em testemunhos valiosíssimos que o Campo Arqueológico recuperou de uma hibernação interrompida por escavações, partilha de conhecimentos e um Núcleo Museológico brilhante na sua concepção e exibição.
Rosário Fernandes ofereceu-nos esta imagem que nos remete para esse passado empolgante.
A propósito, relembramos que a partir de Outubro funcionará, na esplêndida vila do Baixo Guadiana diante do Guadiana, o Mestrado "Portugal Islâmico e o Mediterrâneo".
LFM(texto) Rosário Fernandes (foto)

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/20/2008 11:39:00 AM

Espanto, vergonha, revolta

Na primeira exposição realizada pela ALDRABA, “Aldrabas e Cataventos – Do Espaço à Vivência”, em Abril de 2005, um dos painéis (aquele que abordava a presença/influência dos cataventos na arte contemporânea), mostrava uma fotografia de um conjunto escultórico da autoria do escultor José Aurélio, colocado junto às muralhas de Monsaraz: eram “Os Pássaros Voadores para o Alqueva”. Valia a pena lá ir para olhar/ver a escultura vigilante sobre a grande albufeira.



Na última frase utilizei o passado. Quando, em Junho de 2005, referi esta escultura num post colocado neste blogue, falava maravilhado do presente. Mas, citando Sá de Miranda, “m’as espanto às vezes, outras m’avergonho”... É o caso! Viajando por terras de Monsaraz, procurando olhar o Alqueva com aqueles pássaros voadores entre mim e as águas, primeiro veio o espanto, a incompreensão. Depois a vergonha e ainda a revolta. Seria mesmo possível?! Vejam:





Procurei saber. Porquê? No Turismo a funcionária mostrou uma total ignorância. Nem sequer sabia da existência da escultura, repito, nem sequer sabia da existência da escultura! Era Domingo e os serviços camarários fechados.

Porquê? Tivesse sido o vento, tivesse sido vandalismo, pouco importa. O que me assusta é ser possível que aquele espectáculo degradante se mantenha. De preferência reconstituam. Falem com José Aurélio. Se não for possível, removam o que resta, eliminem aqueles destroços, deixem-nos apenas a memória do belo.

JMP (texto e fotografias)

"A ALDRABA"
publicado às 8:11 AM

2 Comentário(s):
Anónimo
Estou solidário com o espírito desta notícia.Eborense
Sexta-feira, Março 21, 2008 5:38:00 PM
Anónimo
Caro JMP
Obrigado por ter apresentado a sua/nossa indignação. É incrível como os ataques ao património ficam impunes e são consideradas coisas de somenos...Alentejana
Sexta-feira, Março 21, 2008 5:42:00 PM

domingo, 16 de março de 2008

Varandas




Na mesma rua [Rua do Alecrim], varandas pombalinas e de Siza Vieira, mesmo em frente...
LFM


"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/16/2008 05:16:00 PM

sábado, 15 de março de 2008

Os viadutos da Rua do Alecrim





''Quando se inicia a subida da Rua do Alecrim, pode ver-se que foram construídos dois viadutos transversais (a história dos viadutos na cidade é muito antiga, como se vê) para resolver o forte desnivelamento dos terrenos.''
João Rodeia, Ordem dos Arquitectos

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba a 3/15/2008 05:38:00 PM

terça-feira, 11 de março de 2008

Dois postigos




A marca ficou nos labirintos que serpenteiam pelas urbes, como sucede numa antiquíssima artéria em Évora, ou na Rua das Canastas de Alpedrinha.
Postigos que evocam páginas de livros de mistério e aventura. Parece que a qualquer momento Alexandre Dumas ou Herculano nos indicarão estes caminhos, estas portas, eles próprios personagens de enredos fabulosos...
Gente desconfiada espreitará por dentro desses resguardos da intimidade, ou apenas o silêncio responderá ao turista que procura excitação?

Será que esta aura de lenda terá hipótese de respirar por muito tempo ainda nas nossas vilas e cidades?
Texto e fotos de LFM
"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 3/11/2008 06:35:00 PM

quinta-feira, 6 de março de 2008

4º Jantar-tertúlia, na Casa de Lafões, dia 13 de Março de 2008



Prosseguindo este tipo de iniciativas (que já nos levou à Casa das Beiras, à Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro e à Casa do Concelho de Alvaiázere), a Aldraba vai agora levar a efeito um jantar de convívio e de cultura na Casa de Lafões já no próximo dia 13 de Março, com início às 20 horas.

Seremos recebidos e acompanhados nesta noite pelo Presidente da Direcção da casa regional, o amigo Alberto Figueiredo, que se disponibilizou com muito interesse em cooperar com a nossa associação.

A refeição, ao preço de 11,5 € por pessoa, compreenderá aperitivos (chouriço, queijo, azeitonas), pão e vinho, ementa regional de vitela de Lafões com arroz, fruta e doce, café e digestivos.

Depois do jantar, teremos uma conversa com o referido presidente da Direcção, e outros associados presentes, acerca do património e da cultura daquela rica região da Beira Alta.

Esperamos a comparência de muitos no jantar. As inscrições devem ser feitas telefonicamente, até às 12h do dia 12 de Março (4ª feira), junto da Mª Eugénia Gomes (T:919647195) ou do António Brito (T:963804287).
"A ALDRABA"