segunda-feira, 17 de julho de 2006

Dias Tranquilos - Memória de uma manhã que o Mundial de futebol impediu







O ano passado - 25 de Junho - a objectiva de Mário Sousa (que hoje inaugurou uma exposição de fotografias de sua autoria) captou estas imagens, de um percurso em torno do património invisível, pelas ruas antigas da cidade de Montemor-o-Novo.
Buscávamos aldrabas, batentes, martelos de porta, espelhos de fechadura e toda uma linguagem simbólica que estes artefactos têm para nos contar.
O grupo integrava 21 pessoas muito interessadas e não fora o mundial de futebol, este ano, o 1 de Julho poderia ter sido também festivo.
O número de inscritos, no passeio programado para este ano, foi escasso e sendo assim ficou para 2007, pela Primavera, a hipótese de se visitar uma oficina de ferreiro e redescobrir uma parte das centenas de utensílios que Montemor-o-Novo ainda guarda nas suas portas e continuam a servir para anunciar visitas e intrusos. Talvez nessa altura já existam postais com fotografias de aldrabas e batentes...

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 23:12 4 comentários
COMENTÁRIOS
Fazendeiros disse...
Em primeiro lugar obrigado pelo comentário sobre a ida dos Fazendeiros à Sérvia. Mais uma vez não tive oportunidade de fazer o passeio convosco pois como Fazendeiro estava a dançar mas, conheço muito bem esses objectos cheios de história, todos os dias passo por eles a caminho do trabalho. Obrigado por mais esta visita à Nobre Cidade de Montemor-o-Novo
18 Julho, 2006 17:29
MRS disse...
Bom dia Luis, és de facto uma pessoa por quem tenho grande admiração, o facto de teres colocado aqui fotos minhas desse dia memorável, para mim é um grande acontecimento, e tb fazeres referência á minha exposição, de facto o futebolismo transformou-se na nova religião deste povo que adora viver amordaçado, somos um povo que prefere a industria do futebol em detrimento á cultura, é um povo que confunde "coltura" com Cultura, tive pena que fosse adiado essa iniciativa em Montemor, já te o tinha dito noutra altura, aqui fica a minha tristeza por este povo ingrato.Abraço Luis.
19 Julho, 2006 11:08
Pete disse...
Caro Luis só uma questão:O que é uma aldraba?Um Abraço e bom fim-de-semana,Pedro Gonçalves.
20 Julho, 2006 12:33
Alexandre Pirata disse...
Bom dia amigo Luís, depois de hoje no Jornal da Noite, ouvir a triste notícia que mais uma das grandes expoentes da nossa Cultura, se viu obrigada a exilar-se no Brasil, vim atrás do belo Poema que dedicaste a essa grande Senhora Maria João Pires, que oportuno.Vim atrás do belo poema dizia, e soube por este teu Blog, que a visita no âmbito dos Dias Tranquilos não se realizou, graças á nova enfermidade que assola o País de Norte a Sul, o "Futebolismo"!Eu estive na cresta das minhas Abelhinhas o dia inteiro, este é um grande "Ano Melífero", pelo que não me inscrevi, para a Primavera conto poder participar na visita, conhecer mais sobre as aldrabas, e partilhar o pouquinho que delas conheço.Um grande abraço, AP
28 Julho, 2006 22:51

1º Jantar-tertúlia numa casa regional - Casa das Beiras

A Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular prossegue com a concretização das actividades planeadas para 2006, bem como de outras desejadas pelos associados ou cuja oportunidade se vai evidenciando ao longo do ano.

Assim, iremos pôr em execução uma sugestão apresentada pelo associado João Coelho na Assembleia Geral de Dezembro de 2005, no sentido de realizarmos regularmente jantares-tertúlia nas Casas Regionais sedeadas em Lisboa, visando finalidades de convívio e de interacção com diversas realidades culturais de âmbito regional.

Iremos efectuar o primeiro desses jantares na Casa das Beiras, na próxima 6ª feira, dia 21 de Julho de 2006, com início pelas 19.30 horas.

A Casa das Beiras fica situada na Av. Almirante Reis, 256/1º Esqº, em Lisboa.

A refeição será composta por entradas regionais, sopa, um prato típico à escolha (migas de couve com bacalhau, ensopado de borrego ou chanfana), bebidas, sobremesa e café, e terá o preço fixo de 15 euros por pessoa.

A seguir ao jantar, estabelecer-se-á um convívio e diálogo informais com um representante da Direcção da Casa das Beiras, Dr. Rui Leitão de Carvalho, e com dois associados de longa data daquela instituição, que nos vão proporcionar uma troca de impressões sobre as perspectivas de trabalho actuais e passadas, e sobre a possível cooperação com associações como a nossa. Haverá ainda um momento musical, com utilização do piano da sala de convívio.

As inscrições são indispensáveis, e podem ser feitas para os TM: 96 659 6266 ou 91 9647195, ou ainda para o e-mail aldraba@gmail.com, o mais tardar até 5ª feira, dia 20/7, às 12.30h.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Revista nos "Combatentes": "Isto é que vai uma crise!"




Estreou-se ontem, no Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes" que este ano faz cem anos de actividade em prol da cultura, do desporto e do convívio, a revista à portuguesa do novo grupo cénico "ISTO É QUE VAI UMA CRISE".
Pelo desempenho hilariante e de grande talento, salientam-se Maria Cardoso, (inexcedível na interpretação de figuras populares) Teresa Balbi (muito bem na homenagem a Amália), Hugo Silva (com uma excelente desenvoltura em palco e uma expressão mímica notável), Flávio Silva (uma revelação promissora), Orlando Neves (com a tarimba dos Pregões de Lisboa e dos pais, velhas glórias dos pergaminhos do teatro da colectividade) e uma pleiade de intérpretes e bailarinas que pisam o palco com a sábia orientação do encenador Paulo Vasco. O guarda-roupa belíssimo é uma mistura do acervo do Maria Vitória e da Academia de Santo Amaro.
Podem assistir a este magnífico espectáculo às sextas-feiras e sábados a partir das 21h30m na Rua do Possolo, 7 a 9. Se gostam de rir e de ver teatro não percam esta oportunidade!
(reportagem fotográfica de Manuel José Graça da Silva)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 12:07 1 comentários

COMENTÁRIOS
Fernando Jorge Pires disse...
Amigo Luis:Como é do seu conhecimento, tive a oportunidade de conhecer o grupo em questão em Alpedrinha. Foi um espectáculo fantástico. Gostaria muito de ver esta revista. Pode ser que a Liga dos Amigos consiga mais um intercâmbio para o tornar possível.1 abraço de Alpedrinha.
12 Julho, 2006 15:05

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Murfacém: com um brilhozinho nos olhos e um imaginário popular que une pessoas de todas as idades em torno de um património emblemático






José Luís Martins é dirigente da Associação de Moradores de Murfacém e Cova. Segundo ele, Murfacém, que tem cerca de 80 habitantes, se não for a colectividade e o "Museu", além das pessoas, não tem mais nada.
Durante décadas, o Museu de Etnografia Árabe (Quem o criou? Quem expôs aqueles objectos daquela maneira e o que são?) esteve encerrado.
José Luís conta que:"Fomos criados sempre a visitar o Museu e agora aquilo que a gente viu não queremos ver abandonado e degradado. Quando eu era miúdo nós íamos para ali sentados no chão ou num banquinho para desenhar aquilo. Nós íamos desenhar o Museu. Chegou a uma altura que era quase por olho...e depois a professora explicava -nos o que era aquilo..."
Ontem passei por lá e estive à conversa com gente muito motivada para preservar o património, pois sabe que ele é emblemático para a terra. No espaço há uma exposição de alguns materiais supostamente encontrados em escavações: azulejos, vestuário, armas, com interesse, que merece ser estudado, mas sem retirar à população esse espólio que parece dizer tanto ao seu imaginário popular...
Sem querer alinhar em polémicas que não me dizem respeito, assinalo uma vontade firme de valorizar a terra, que é rara em meios populacionais como se constata ali. Na realidade, jovens e idosos alinham pelo mesmo ideal: Murfacém tem um património importante que não lhe deve ser retirado pelos grandes centros, mas devolvido e condignamente investigado e exposto, servindo de chamariz aos amantes destas coisas.
O passado árabe, as minas de água, as passagens subterrâneas, que supostamente existem no subsolo e ligam Murfacém aos Capuchos e à Trafaria são estórias que se escutam com frequência quando se convive com estas pessoas.
Ontem, foi ouro sobre azul ter comigo fotografias e um texto que é resultado de uma investigação acerca dos morábitos em Portugal e na Tunísia.
Partilhei com eles o que sei. Retribuíram com um brilhozinho nos olhos, alguma efabulação e a esperança de verem Murfacém no mapa das lendas de mouros e mouras encantados...quem sabe se um dia não haverá por ali uma festa reinventada, com esse imaginário popular como motivação e motor do desenvolvimento local?

(texto LFM; fotos:Ana Fonseca)

De “ÁGUAS DO SUL”
Postado por oasis dossonhos às 11:05 2 comentários

COMENTÁRIOS
plenitude disse...
São momentos como esses que nos fazem mover montanhas. Beijos aos dois
11 Julho, 2006 10:31
Pete disse...
Deve-se preservar o património cultural.Um abraço e boa semana,Pedro Gonçalves.
11 Julho, 2006 12:29